Segundo a história, Frei Rosário gostava de se retirar por alguns dias para estudar dentro da caverna, em uma ocasião esqueceu alguns queijos e dias depois, quando voltou, percebeu que o local era perfeito para maturação. O religioso gostava de servir o queijo aos visitantes, entre eles, autoridades e políticos. Frei Rosário morreu há dez anos, mas a prática segue viva por meio das mãos dos funcionários do santuário.
Queijos são maturados dentro de caverna em Minas Gerais/Crédito: Bárbara Vasconcelos/CBN
O queijo chega fresco, produzido artesanalmente na região da serra da Canastra, e depois passa 60 dias sendo curado na caverna. No local são mais de 45 culturas variadas de fungos. E na opinião de Alair Silva, funcionário do santuário há mais de 20 anos, os fungos aliados ao clima, umidade e altitude deixam o sabor intenso. "Venho todos os dias, troco os panos, passo vinagre na madeira e tenho que virar o queijo todos os dias, para ele curar dos dois lados e não só na parte de cima. O vinagre a gente passa para tirar um pouco os fungos, não pode deixar em excesso".
A aparência não é tão atraente: um queijo, com 60 dias de maturação, tem uma casca grossa, rugosa, mas por dentro é macio, picante na medida e ligeiramente ácido. E o queijo já ganhou fama. Franceses e italianos são os fregueses internacionais mais fiéis. Rosa Bambrilla é italiana, e é uma dessas clientes assíduas. Ela diz que quando come o queijo Frei, ela retorna a lembranças da Itália. "Ele é firme porque tem uma casca e ao mesmo tempo é cremoso".
O quilo do queijo custa R$ 47,90. E mesmo em tempos de crise, atualmente, cerca de cem pessoas aguardam na lista de espera para comprar uma peça. Tem gente esperando há seis meses. O santuário pretende, num futuro próximo, em 2017, ampliar a maturação das peças para dar conta da demanda.
As informações são da CBN.
