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Produtores de leite têm reunião com Tereza Cristina e discutem pautas para a categoria

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 04/03/2021

6 MIN DE LEITURA

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Na última sexta-feira (27/02), o movimento de produtores responsável pela criação da Frente Parlamentar de Apoio aos Produtores de Leite, reuniu-se com a ministra Tereza Cristina e obteve conhecimento das medidas que o Ministério está buscando para equalizar a situação do setor lácteo nacional. Os pontos discutidos foram:

1.  Adiamento das parcelas de dívidas para depois do último pagamento (medida em status bem avançado, segundo informação dos produtores)

2. Importações: Medidas junto aos governos da Argentina e Uruguai para colocar o leite em outros mercados.

3. Milho

  • Estudos avançados para suprir a falta do milho no mercado;
  • Estoques suficientes para março e abril — apesar de pequenos, mas dentro da demanda;
  • Adequação das questões de importação (caso necessário);
  • Medidas para estimular o plantio do cereal.

4. Retirada de tarifas de importações de diversos equipamentos ligados ao setor lácteo;

5. Associação Brasileiro dos Supermercados (ABRAS);

Realização do dia do leite com ações para aumentar consumo

6. Esforços para a PL para regular a importação de leite em pó com prazo de validade adequado;

7. Estudo de medidas para aumentar as compras governamentais de produtos lácteos;

8. Linha de crédito para produtores e indústria (medida aprovada).

Durante a reunião foi apresentada à ministra um modelo de parceria produtor-indústria já praticado no setor.  Nele as condições são estabelecidas por meio de contrato, o qual é baseado na venda de quilos de gordura, proteína e lactose. 

Além disso, o acordo também propõe um índice de mercado que regula o preço pago pela indústria, proporcionando a ambos o acompanhamento de mercado e, principalmente ao produtor, a segurança da previsibilidade de preço, pois ele saberá o valor que vai receber em sua totalidade, sem surpresas jurídicas e do "Adicional de Mercado". No acordo, ainda, cada uma das partes tem suas obrigações definidas.

Para o grupo, o saldo das medidas apresentadas pelo governo é positivo, visto que algumas já estão até em andamento. A perspectiva é que as ações em prol do setor lácteo avançam ainda mais.

Atualmente, os produtores enfrentam uma série de dificuldades decorrentes dos altos custos de produtos, da alta carga tributária, queda do preço do leite e das importações de lácteos. Para a base produtora, estes problemas não se resolvem apenas com medidas emergenciais, mas com a reestruturação da cadeia, a fim de melhorar a rentabilidade das propriedades leiteiras, com um novo modelo de remuneração.

“Tivemos, nesta semana, mais uma reunião virtual muito positiva com a ministra Tereza Cristina [Agricultura]. Além de medidas emergenciais, estamos buscando construir um novo modelo para a cadeia láctea brasileira”, diz o produtor gaúcho Leonel Fonseca, um dos coordenadores do Movimento Construindo Leite Brasil, que tem participado de encontros on-line com a Ministra, juntamente com representantes dos grupos Inconfidência Leiteira, Aliança e Ação.

“Na realidade, o que precisamos é mudar o modelo da cadeia láctea do país, porque sempre ocorrem problemas, como a estiagem aqui no Sul em 2020, por exemplo”.  De acordo com Leonel, neste ano, além do cenário de seca e da queda do preço do leite pago ao produtor, também se tem o alto valor dos insumos, que deve se manter por dois, três ou quatro anos.

De acordo com Awilson Viana, do grupo Inconfidência Leiteira, "o item 8 da lista [linha de crédito para produtores e indústria] traz esperança para mantermos os animais na propriedade, porém necessitamos de uma carência grande para que o mesmo seja adquirido pelo produtor, seja pago em um período econômico favorável, com custos de produção equalizados”. Ele ressalta que adquirir o financiamento para pagamento imediato não resultará em melhorias e pode aumentar a dívida final dos produtores. Dessa forma, segundo ele, a carência é essencial.

Na última quinta-feira, 25, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou duas medidas: a contratação, até 30/06/2021, com recursos obrigatórios, de crédito de custeio com prazo de até 2 anos para retenção de matrizes bovinas de leite; e de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP) para beneficiamento ou industrialização de leite, com limite de crédito de até R$ 65 milhões, taxa de juros de 6% a.a. e prazo de reembolso de até 240 meses.

“Quanto ao financiamento, é como dizem: é ‘empurrar pepino com a barriga’. O produtor de leite precisa é de rentabilidade no que faz. Financiamento, linha de crédito, prorrogação de crédito são muito bons, mas são soluções imediatistas”, enfatiza o produtor gaúcho.

Para Leonel, é preciso ter cautela em relação à oferta de crédito. “Dentro dessa linha de crédito de retenção de matrizes, com juro de 6%, qual é a garantia que nós temos no nosso negócio no mês que vem? Afinal, o preço do leite que eu estou entregando hoje pode despencar.”

Ele aponta ainda que produtores podem ser afetados de outra forma pela decisão do CMN. “O financiamento também é para estoque, armazenamento e capital de giro das empresas. Se elas pegarem esse capital a 5%, 6% ou 15% ao ano, com carência e prazo de pagamento, quem vai pagar a conta no fim são os produtores, porque não somos donos do nosso negócio, somos o operacional, a mão de obra das indústrias. Elas é que têm esse controle no modelo atual.”

“Então, daqui a dois anos, elas terão um crédito para pagar e precisarão fazer caixa. Se elas tirarem meio centavo por litro do produtor, isso representará milhões no fim do mês. Elas bancarão isso com margens, com lucros. Se for necessário, podem ficar um mês no vermelho, caso errem a dose na hora da venda, porque recuperam o prejuízo nas costas do produtor”, complementa.

Por isso, ele enfatiza que o produtor precisa ter bom senso neste momento. “Quando começou a pandemia da Covid-19, também foi liberado crédito de capital de giro, para impedir que o negócio despencasse. Diante do que estamos enfrentando é ótimo, mas temos capacidade de pagamento?

O cenário para a indústria é outro, assinala Leonel. “A indústria tem capacidade de pagamento, porque se ajusta, faz giro de capital, segura estoque, remunera um pouco menos o produtor e paga toda essa diferença. Ela perde em um mês e em dois ou três recupera sempre, porque tem esse poder.”

No seu entendimento essa situação acaba sempre prejudicando o produtor. “Dizer que o mercado está pressionando a indústria não pode ser sempre justificativa para tirar dos produtores. Se o mercado está ruim, tem que se adequar a ele, mas não repassar a conta para o produtor. É necessário, portanto, um novo modelo de remuneração da cadeia láctea.”

O produtor gaúcho também expôs sua visão sobre índices que calculam o preço do litro pago ao produtor de leite. Para ele as interpretações muitas vezes não refletem a realidade do campo. “Informam, por exemplo, que o preço do leite captado em janeiro e pago aos produtores em fevereiro recuou 2,2% na “Média Brasil” líquida, chegando a R$ 1,9889/litro e que essa é primeira vez em seis meses que o preço fica abaixo do patamar de R$ 2,00/litro. Em seguida, dizem que, ainda assim, o valor é 34,5% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais. Só esqueceram que o custo de produção subiu bem mais”, comenta.

O diálogo dos produtores com Tereza Cristina visa criar diretrizes para mudar o atual sistema do setor de leite. Leonel enfatiza que o grupo está buscando um novo modelo para a cadeia láctea, com distribuição de renda mais justa entre os elos, a fim de traçar um norte para os próximos anos. “O Plano Compete BR atende isso [proposto pelo Ministério], mas necessita de ajustes e estamos trabalhando neste sentido”, completa.

O grupo espera que a ministra anuncie alguma medida estruturante nas próximas semanas como resultado do entendimento que vem construindo com os produtores de leite de todo país.

As informações são da Aliança e Ação, Construindo Leite Brasil e Inconfidência Leiteira.

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BRIGIDA ALVES DINIZ ALEXANDRE

ITUMBIARA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/03/2021

Realmente estamos precisando muito da ajuda do governo, está difícil permanecer nesse ramo, não queremos empréstimos, queremos preços, a ração a 3 meses atrás era 890,00 z tonelada , hoje 2.000,00, como fazemos para manter na atividade????? Fora medicamentos que tb subiu muito, mas mais aumento de outros produtos que são vários e preço do leite despencou, como fazemos para pagar nossos boletos ????
BRIGIDA ALVES DINIZ ALEXANDRE

ITUMBIARA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/03/2021

Precisa realmente ter uma solução para o produtor de leiteestz inviável continuar nesse ramo, não cobre custos .
DIEGO MARTINI

RIO CLARO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 05/03/2021

Percebo que a briga sempre fica no meio do problema (Produtor Leite - Indústria).
Mas a cadeia é um pouco mais complexa (Produtor de Cereais - Produtor de Leite - Indústria - Varejos - Consumidor Final e vários players no meio) e pensar que a solução "indústria pagar mais caro pelo leite ou dificultar importações do leite para a indústria" seja uma visão limitada de todo o problema.
No final das contas quem determina o preço do leite é a demanda e a capacidade de pagamento do consumidor pelo produto na gondola. E temos visto que o nosso dinheiro tem sido reduzido a nada mês após mês.
Fora isso, o Brasil não tem a cultura de um grande consumo de leite per capta. Produtos lácteos são tido como secundários e se a crise bate ou os preços disparam perdem o giro facilmente (com algumas exceções).
Consomem em sua maioria produtos de baixíssimo valor agregado (bebidas lácteas, queijos de baixo valor, etc...).
O mercado sofre ataques constantes quanto ao consumo de leite e derivados.
A cadeia logística e modelo de negociação dos varejos são pesadíssimos (nós mesmos já tivemos acordos comerciais de mais de 20%).
Acredito eu, que uma política econômica saudável para o setor seria ter como prioridade o consumidor final.
No final das contas quem remunera toda cadeia é ele.
Entender o quanto ele pode pagar por bons produtos, que agreguem valor a saúde e estimulem o consumo rotineiro.
Feito isso voltamos a atenção lá pro início... Somos um país de tamanho continental, o Agro é nossa bandeira. O produtor deve sim ser protegido, mas não a custa de poder oferecer bons produtos a preços que cabem no bolso do consumidor final.

O produtor tem que ser protegido com:
- Incentivos a modernização quando possível de seus meios de produção;
- Com facilidade de acesso a novas tecnologias que o ajudarão a produzir mais, com mais qualidade e ainda amenizar o trabalho árduo do campo;
- Com garantias que o custo dele não vai aumentar. Que o alimento das vacas não vai faltar ou sofrer aumentos absurdos por conta de exportação devido a uma desvalorização da moeda buscando um superávit da balança comercial;
- Garantia que, se o cambio estourar por uma mudança de política econômica os seus insumos (que muitos são importados) serão beneficiados com incentivos para compensação da diferença cambial.

Assim o produtor conseguirá manter o lucro pelo qual trabalha 24 horas dia os 7 dias da semana os 12 meses do ano.
Assim a indústria conseguirá comprar o leite a um preço que ela consiga oferecer um bom produto e arcar com todo o restante do peso (que em nada é pequeno) da cadeia do leite.
Acredito ser mais que necessário rever a forma com que a cadeia do leite funciona. Mas o problema não é só proteger produtor em detrimento de indústria ou indústria em detrimento do produtor.

E finalizo com uma ultima reflexão. Pensar primeiro no Consumidor Final é o mesmo que pensar primeiro em si mesmo. Todos nós consumimos algum produto no final da cadeia em algum varejo. Tenho certeza que seria super bacana entrar no varejo e comprar um bom produto a um preço que eu acho justo e pensar que no meio da cadeia eu ainda tive o meu lucro.

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