Companhias chinesas de lácteos estão vivenciando uma oportunidade rara. Nesse momento, não são elas que estão sendo cuidadosamente avaliadas para questões de segurança alimentar, mas sim uma companhia da Nova Zelândia.
Durante o final de semana, a maior exportadora mundial de lácteos, Fonterra, revelou que alguns de seus produtos estavam contaminados com a bactéria que pode causar botulismo. O patógeno foi encontrado na proteína do soro do leite, produzida pela companhia neozelandesa, vendida para outras empresas para uso como matéria-prima em produtos. Agora, a China suspendeu as importações de algumas proteínas do soro do leite e produtos à base de leite em pó da Fonterra.
Essa não é uma boa notícia para a Nova Zelândia, à medida que a China é seu principal parceiro comercial, mas, por sua vez, o acontecimento se mostra positivo para algumas companhias de lácteos e fórmulas infantis chinesas. As fabricantes de fórmulas infantis de Guangzhou, Biostime e China Modern Dairy, tiveram aumento de 9,8% na bolsa de Hong Kong. Yashili International teve aumento de 2,5%. China Mengniu Dairy fechou em queda de 1,4%, reduzindo os ganhos anteriores. Ao mesmo tempo, Want Want China, uma companhia que obtém a maioria de seu leite cru da Fonterra, teve queda de 3,2%.
A China se comprometeu a ampliar as medidas de segurança alimentar após fórmulas para bebês contaminadas terem matado seis bebês e deixado mais outros milhares doentes em 2008. Quase todas as fabricantes chinesas de leite em pó estavam envolvidas no escândalo de contaminação com o composto químico melamina. Diante disso, as famílias chinesas, com medo dos produtos contaminados, começaram a buscar leite mais seguro no mundo todo. Essa busca criou escassez em locais distantes como o Reino Unido. Como resultado, as marcas estrangeiras de leite em pó para bebês, como Nestlé e Meat Johnson, tiveram um aumento de popularidade.
No entanto, nem todas as marcas de leite em pó para bebês continuaram se beneficiando das preferências chinesas por marcas não domésticas. Produtos da Nova Zelândia receberam uma avaliação adicional ultimamente, à medida que companhias chinesas vêm comprando fazendas leiteiras no país. “As pessoas estão dizendo que não confiam em mais nada do que uma fonte chinesa”, disse o analista do China Market Research, Ben Cavender. Os consumidores estão se tornando mais preocupados, disse ele, e existe um risco maior de “cortes de custos” à medida que os negócios chineses se tornam mais envolvidos.
No ano passado, o governo neozelandês aprovou a venda de 16 fazendas, incluindo fazendas leiteiras, à chinesa Shanghai Pengxin Group.
A reportagem é do CNNMoney, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Produtores chineses se beneficiam em meio ao medo do leite neozelandês
Companhias chinesas de lácteos estão vivenciando uma oportunidade rara. Nesse momento, não são elas que estão sendo cuidadosamente avaliadas para questões de segurança alimentar, mas sim uma companhia da Nova Zelândia.
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