Produtor de leite compromete 20% da receita com mão-de-obra

Realmente é preciso gostar da atividade leiteira quando se pensa em produzir leite, em segundo é preciso fazer uma avaliação efetiva e um planejamento bem fundamentado antes de ingressar nessa atividade na prática. Logicamente a atividade precisa ser econômicamente viável, caso contrário não adianta apenas gostar. Mesmo aqueles produtores que possuem outra atividade como fonte de renda principal que não a pecuária e que podem sustentar o prejuizo de sua atividade leiteira, não suportam por muito tempo esta situação. Somando o universo de produtores de leite do Brasil que adquiriram terra e vacas para produzir leite, eu tenho dúvidas se 5% dos tais fizeram alguma avaliação sobre a viabilidade econômica desse negócio e um planejamento antes de começar na atividade.. Entre o universo de produtores que vivem exclusivamente da atividade eu duvido muito também se 5 ou 10% desses tocam a atividade considerando a mesma uma empresa seja ela pequena, média ou grande.

  Em relação a fazenda de Jaborandi, pelas informações que já tive, um ordenhador recebe em torno de 700 reais liquido, e em cada pivô de irrigação  existe um grupo de vacas e um grupo de funcionários responsaveis pela ordenha e as vacas são sincronizadas, assim quando elas descansam 60 dias antes de parirem os funcionários desse setor entram de ferias durante esse periodo.

   Na minha opinião para ser produtor de leite hoje, a pessoa que vai conduzir a atividade deve ser capacitada para administrar e possuir assistência técnica permanente. E antes de entrar neste ramo da pecuária, este futuro produtor precisa saber o quanto ele precisa produzir de leite diariamente e de que forma produzir para assim seguir os principios básicos que regem a atividade leiteira. Há um bom tempo que esta atividade não admite amadorismo.

Sim 20% com mão de obra, com salário regional no Parana em 2012 era de R$876,00 soma a isso mais hora extra domingo e feriado 100% sobre este valor,mais  moradia, água ,luz, leite e todos os encargos,falta gente com responsabilidade para trabalhar com equipamentos de ultima geração, vacas de alto valor genético, sem contar com a qualidade que o produto leite exige.Quanto a escolaridade que nem o fundamental esse trabalhador possue.

Heitor, em Jaborandi a rotatividade de mão de obra  como é? Qual o valor do salário minimo aí? Ou é o nacional?

Quanto a atividade final de semana, entrar no leite é preciso gostar ter paixão por vaca, e ter competencia em administração. É preciso ser artista para saber administrar isso tudo.

É interessante notar que  produtores de leite de outros países como a Nova Zelândia estão de "olho" no Brasil porque sabem que aqui é um dos melhores lugares do mundo para se produzir leite com eficiência econômica. Em Jaborandi-Bahia neozelandeses compraram uma fazenda e estão produzindo leite com mão de obra brasileira e comercializando  no brasil. Um dos principais fatores que os levaram a escolher o nordeste brasileiro é o clima: o calor tropical e muitas horas de luminosidade. Trouxeram consigos os conceitos básicos que regem a pecuaria leiteira, princípios desconhecidos pela grande maioria dos produtores brasileiros. Enquanto os melhores produtores de leite  europeus e neozelandeses tem uma produtividade média em torno de 15.000 litros/ha/ano, a média do Brasil gira em torno de 1.500 litros/ha/ano, com exceção de poucos produtores brasileiros que têm assistência técnica permanente onde podemos observar produtividades de 30.000 litros/ha/ano  50.000 litros/ha/ano  e até 90.000 litros/ha/ano, valendo ressaltar que não conhecemos nosso limite superior ainda.

Pior que o grande aumento nos custos dessa mão de obra é a falta de mão de obra.

Mesmo com a mecanização da atividade está difícil encontrar funcionários que tem responsabilidade e compromisso com o empreendimento, mesmo gozando de todos os benefícios garantidos pela CLT e muito mais.

O trabalho é duro e tem de gostar, mas as melhores condições de trabalho e ganhos bem superiores aos empregos urbanos deveria atrair mais pretendentes, o que não acontece.

Gilson G Costa

O problema reside na falta de eficiencia e baixa escala de producao...

O problema maior está em achar um funcionário ou retireiro para trabalhar em sua propriedade, pois ´e uma atividade desgastante , não tem final de semana ou feriado , tá complicado.

Me desculpe o comentário, mas onde vcs estão vendo renda em leite. O negócio está feio.

O problema não é o aumento do salário .E  sim a falta de incentivo do governo com os produtores de leite.Isso poderia  ser bem melhor, se houvesse uma remuneração proporcional ao valor desse produto e a impotancia dele para todos nós.