Produção de Leite em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária - MilkPoint entrevista Paulo César Carvalho
Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo César de Faccio Carvalho atua no Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia. Atua em Pesquisa e Extensão com ênfase na linha de Relação Solo-Planta-Animal.O professor palestrou no Interleite Sul 2012, tendo altíssima aprovação do público. Nesse ano será novamente um dos destaques do evento.
Publicado por: MilkPoint
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Seus trabalhos estudam o impacto do pastejo em ambientes pastoris naturais, cultivados ou integrados com agricultura. Tem atuado em programas de capacitação técnica em integração lavoura-pecuária, projetos ABC (agricultura de baixo carbono) e manejo sustentável de pastagens.
O professor palestrou no Interleite Sul 2012, tendo altíssima aprovação do público.
Nesse ano será novamente um dos destaques do Interleite Sul, realizado em Foz do Iguaçu, PR, entre 18 e 19 de junho próximo. O tema abordado será “Produção de Leite em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária - SIPA”, dia 19 de junho no período da manhã.
O MilkPoint adiantou algumas curiosidades em uma entrevista com o professor. Confira abaixo:
MilkPoint: Quais são as principais deficiências no manejo de pastagem que o Sr. encontra a campo?
Paulo César: Eu enumeraria em especial duas. A primeira deficiência ocorre no que diz respeito aos cuidados com a pastagem, em particular a adubação: as pessoas não tem provido à pastagem o que ela necessita para produzir e não há o conhecimento sobre o potencial do pasto – não se fornece então condições necessárias a campo, como por exemplo, a irrigação.
O segundo elemento, bastante importante, é a deficiência técnica: usam-se as pastagens seguindo filosofias inapropriadas para o próprio manejo de pastagens, em particular buscando a eficiência de colheita. Tal busca acaba resultando em estratégias que visam uma simples colheita de pasto, como se o animal em pastejo fosse uma máquina e desprezando realmente as necessidades que os animais têm pra pastejar no sentido de observar, respeitar o processo de pastejo dos animais.
MP: Tem havido melhoria nos últimos anos?
PC: Na média no campo, não. A média de adubação em área de pastagem no Brasil é menor que 3kg de adubo por hectare ano, e não tem havido maiores mudanças nesse cenário. Em relação à questão filosófica apontada na resposta anterior, também não. Na média não se vê no campo alterações, melhorias em relação a isso.
Em termos de tecnologia sim, há algumas coisas sendo aplicadas no campo, por exemplo as técnicas de irrigação utilizadas, mas de forma geral observando a média do país, eu não especificaria nenhuma melhoria
MP: Em linhas gerais, como funciona o sistema integrado de produção agropecuária?
PC: O sistema é uma filosofia de produção. Ela observa a propriedade rural: todos os setores dentro dessa propriedade – não olha somente a agricultura, a pecuária, um produto específico; ela olha o sistema como um todo. É pautada em diversificação, conservação de solos, arranjos de pastagens, de culturas, de cultivos e na sinergia deles como ambiente , ou seja, que a soma das partes seja maior que cada parte em si. O sistema segue princípios de uso da terra que estão focados em conservação do solo, diversificação da propriedade, eficiência do uso de nutrientes na propriedade e em produção com baixo impacto ambiental. Isso tudo num grande pacote aplicado a nível de propriedade, no qual focam-se nos processos interiores, ou seja, como manejar isso tudo.
MP: O sistema é adaptável a toda a região Sul?
PC: Ele é absolutamente adaptável à região Sul. Essa proposta na verdade está alinhada com as grandes preocupações internacionais e tem sido indicada, inclusive pela FAO, como aplicavel em todo globo.
Ela não é somente adaptável à região sul, ela é adaptável a qualquer região do planeta.No seguinte sentido: estamos falando de diversidade, conservação de solo, bem estar animal, combinações sinérgicas de planta-animal-solo. Tais princípios se aplicam em qualquer região do mundo. Obviamente que num outro continente, Ásia, África, por exemplo, as cartas que vamos usar serão diferentes, porém o jogo e o baralho são os mesmos.
O sistema é adaptável em tudo: na região sul, em todo o país e em todo o continente, nesse e outros.
MP: Quem for ao Interleite Sul, em 18-19 de junho, sairá com que informações de sua apresentação, em linhas gerais?
PC: A informação que vai levar é que sim, é possível produzir mais e é possível produzir mais com menos impacto ambiental - que é exatamente o que hoje a sociedade nos pede. É possível com esse sistema ser mais eficiente: pode-se usar melhor os recursos naturais, é possível fazer os nutrientes ciclarem mais eficientemente no sistema.
Em última análise, é uma história que conclui que é possível produzir mais leite, ganhar mais dinheiro e fazer isso tudo sem ter consequências negativas sobre os recursos naturais, diferente do que se associa normalmente à questão da intensificação da agricultura e pecuária.
Normalmente os passos de intensificação que buscam maior produtividade hoje em dia estão associados com impacto ambiental e o que eu vou mostrar nos sistemas integrados de produção agropecuária é uma tecnologia que permite almejar maior produtividade ao mesmo tempo que, através dessas técnicas, é possível diminuir o impacto ambiental da produção agropecuária.
O professor Paulo César ainda salientou que o princípio do Sistema Integrado de Produção Agropecuária é útil para outras atividades, não só especificamente a quem produz leite. “Os sistemas integrados trabalham com leite, mas trabalham outras culturas de plantas e também outros animais Trata-se de uma filosofia nova de produção e essa filosofia está alinhada com as demandas não somente da sociedade brasileira, mas mesmo da sociedade global.”
Ele afirmou que a base do sistema é o meio termo entre os princípios extremos: “Ela se posiciona entre o extremo produtivista, aquele que pensa em produção ‘a qualquer preço’, e aquele extremo orgânico, onde os passos são, de certa forma, limitados, e no momento não é suficiente pra preencher a demanda global de alimentos a curto prazo. O sistema integrado vem pra se posicionar no meio desses extremos, usando mais eficientemente os processos naturais, mas não necessariamente deixando de lado a tecnologia que hoje existe para a produção de alimentos - mas usando-a de uma forma mais inteligente.
Interleite Sul
O Interleite Sul 2015 irá ocorrer nos dias 18 e 19 de junho, em Foz do Iguaçu. É organizado pelo MilkPoint, com a co-realização da Ceres Qualidade e do programa Oeste em Desenvolvimento. Conta também com o patrocínio diamante especial do Sebrae e da Itaipu Binacional; com o patrocínio diamante da Vallee; com o patrocínio platina da Adisseo, Agroceres Multimix, Bayer, Itambé, Casale e Vetoquinol; e com a participação da Inabor e CRV Lagoa. Possui ainda o apoio da FAEP/Senar, Cooperideal, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), UDC Centro Universitário, Parque Tecnológico Itaipu, FIEP, AMOP, Caciopar, APCBRH, Embrapa, Emater, Sindvet, GTPS, CCAS, dos jornais Folha Agrícola e O Presente Rural e das Revistas Feed & Food, Leite Integral, Mundo do Leite, Inforleite, Balde Branco e da Revista SindRural.
O evento terá 14 palestrantes nacionais e internacionais, tratando de temas de interesse para o mercado e para a produção de leite no Sul do país. Um momento de ampliação de conhecimento, relacionamento e negócios.
Não fique de fora desse grande encontro! Para conhecer a programação e realizar a sua inscrição acesse www.interleite.com.br/sul. Participe!
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