Presidente da Amul se opõe a negociações sobre acordo de livre comércio da Índia com a UE

O presidente da maior cooperativa de lácteos da Índia pediu ao ministro do comércio para defender o país durante as atuais discussões com a União Europeia (UE) sobre um acordo de livre comércio proposto.

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O presidente da maior cooperativa de lácteos da Índia pediu ao ministro do comércio para defender o país durante as atuais discussões com a União Europeia (UE) sobre um acordo de livre comércio proposto.

RS Sodhi, diretor gerente da Gujarat Co-operative Milk Marketing Federation (GCMMF), que é dona e comercializa a marca Amul de produtos lácteos, enviou uma carta ao ministro, Arnand Sharma.

“A Amul se opõe fortemente a fornecer qualquer tipo de vantagem nas tarifas de importação de produtos lácteos”, disse Sodhi na carta.

A UE não permite atualmente importações de produtos lácteos da Índia alegando questões “sanitárias e fitossanitárias”. O bloco afirma que os animais leiteiros da Índia não são mantidos sob os padrões da UE e, sendo assim, os produtos lácteos indianos não são seguros para o consumo.

As discussões sobre a finalização do acordo de livre comércio entre Índia e UE vêm sendo feitas nos últimos seis anos e ambos os lados esperam fechar as negociações nesse verão.

“É interessante que a UE também subsidie seus produtores de leite dando incentivos às exportações de seus produtos lácteos, o que, de fato, torna seus produtos mais baratos que o custo. Então, a UE quer exportar esses produtos lácteos subsidiados à Índia, considerando que é um mercado muito grande e em crescimento, sem dar acesso aos produtos lácteos indianos a seu próprio mercado com uma grande população de indianos não residentes”.

Ele disse também que a UE revelou que o bloco quer proteção por identificação geográfica (GI) para alguns queijos, como Gouda, Feta e Emmenthal, significando que os produtores de queijos da Índia não podem colocar esses nomes registrados em seus próprios queijos. Ao mesmo tempo, disse ele, não tem sido negociada proteção de produtos lácteos nativos da Índia, como paneer e lassi no mercado europeu.

“Essencialmente, a UE está pedindo que a Índia dê mais proteção de monopólio em áreas como GIs, onde isso tem mais propriedade intelectual. Isso custaria aos consumidores indianos, que teriam que pagar preços maiores, e aos produtores indianos, que não poderiam mais identificar claramente seus produtos, os quais ainda estão no estágio inicial da indústria de processamento de agroalimentos”.

Lembrando ao ministro Sharma sobre os 80 milhões de produtores indianos que dependem da produção leiteira, Sodhi concluiu pedindo a ele que tivesse extrema cautela nas negociações, enquanto também protegesse fortemente os interesses da Índia. “A UE estará realmente antecipando uma enorme oportunidade de mercado na Índia assim que o acordo de livre comércio for ratificado”.

A reportagem é do Dairy Reporter, traduzido e adaptado pela Equipe MilkPoint.
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