Prêmio Impacto 2015: conheça o trabalho da finalista Carla M. Bittar

Estamos na segunda fase de votações para o Prêmio Impacto MilkPoint 2015, que vai até o dia 23/07. Conheça um pouco do trabalho de Carla Maris Bittar, que está entre os 5 finalistas.

Publicado por: MilkPoint

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Estamos na segunda fase de votações para o Prêmio Impacto MilkPoint 2015, que tem como objetivo valorizar profissionais que contribuem para a melhoria da atividade leiteira no Brasil.

Os 5 finalistas foram escolhidos entre 16 profissionais de destaque, por votação aberta no site. As votações da segunda etapa terminam no dia 23 de julho, às 9h00, e o vencedor será conhecido durante o Interleite Brasil, que acontecerá em Uberlândia/MG, nos dias 4 e 5 de agosto.

Conheça um pouco mais sobre o trabalho de Carla Maris Bittar, que está entre os 5 finalistas.

Carla Maris Bittar é Engenheira Agrônoma, formada pela ESALQ/USP, Master of Science pela University of Arizona e doutora em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP. Trabalhou durante 2 anos como Pesquisadora na Embrapa Pecuária Sudeste, e atualmente é professora de nutrição de ruminantes e metabolismo animal no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, onde conduz pesquisas com bovinos leiteiros em crescimento, principalmente na fase de aleitamento.

Que atividades desenvolve atualmente?
Carla M. Bittar: Grande parte da minha atividade está relacionada a docência na graduação e pós-graduação. Na graduação em Engenharia Agronômica da ESALQ sou responsável pelas disciplinas “Nutrição Animal” e “Análise e composição de alimentos”, além de colaborar com aulas nas disciplinas “Introdução a Zootecnia” e “Manejo de bovinos leiteiros”. Já na pós-graduação, leciono “Bioquímica e metabolismo animal” e “Técnicas de Apresentação em Ciência Animal e Pastagens”. O mais gratificante nesta atividade é ver a evolução dos alunos não só em conteúdo, mas muitas vezes na paixão que desenvolvem por determinados assuntos.
Além da atividade de docência, tenho grande envolvimento com pesquisa, orientando alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado em projetos que envolvem bezerros leiteiros. Temos trabalhado sempre na relação entre nutrição e metabolismo, sem perder a visão prática de utilização das informações obtidas. Conseguimos aos poucos e com muito esforço e ajuda de parceiros montar um bezerreiro experimental, onde temos capacidade de alojar 50 bezerros individualmente, mais 25 em sistema coletivo com aleitamento automático. Este bezerreiro recebeu o nome de “Evilásio de Camargo”, que foi um funcionário da ESALQ com o qual inúmeros alunos e estagiários do Depto. de Zootecnia aprenderam muito sobre bovinocultura leiteira, incluindo eu. Nos últimos anos trabalhamos neste bezerreiro experimental avaliando a composição de diferentes concentrados iniciais, o estresse ao desaleitamento, avaliamos diversos aditivos, diferentes programas de aleitamento e composições de dietas líquidas.

Como boa parte da pesquisa desenvolvida junto ao Depto. de Zootecnia tem aplicação prática, tenho apresentado os resultados em dias de campo no próprio bezerreiro experimental, em palestras em outras instituições de ensino e pesquisa, além de diversos eventos técnicos. As palestras apresentadas têm o objetivo de alertar o produtor para a importância da criação de bezerras e novilhas, com foco na colostragem, manejo geral e de alimentação para aumento no potencial de produção dos animais.

Tenho também trabalhado junto a algumas propriedades comerciais para fazer ajuste fino no manejo e nutrição de bezerras leiteiras principalmente, onde conseguimos ver grandes avanços.

Quais suas principais contribuições para o setor lácteo nos últimos anos?
Carla M. Bittar: Acredito que minha principal contribuição foi mostrar a importância da eficiência na criação de animais de reposição dentro do sistema de produção. Meu envolvimento com a criação vem dos tempos de graduação, quando percebi que mesmo dentro do Depto. de Zootecnia da ESALQ, não havia um docente que se dedicasse exclusivamente ao estudo desta categoria animal. E isso se repetia em várias outras instituições de ensino e pesquisa. Naquela época, quando se falava em bezerros leiteiros, o nome do Dr. Oriel Fajardo, pesquisador da Embrapa Gado de Leite era muitas vezes o único citado. Isso mostra que se dava pouca importância para estes animais também dentro dos sistemas de produção leiteira, onde eram comuns as altas taxas de morbidade e mortalidade, baixas taxas de ganho e, consequentemente, atraso na entrada na vida produtiva.

O treinamento de produtores e técnicos, além do ensino na graduação e pós-graduação nesta área, acredito que tenha auxiliado nos avanços observados em muitas propriedades. Levar tecnologia da academia para o campo através de treinamento talvez seja minha maior contribuição na área de criação de bezerras e novilhas. Claro que ainda há muito que se fazer, mas avançamos bastante. Mas hoje já é mais comum propriedades que avaliam a qualidade e que têm banco de colostro; propriedades que pesam os animais com frequência de forma a avaliar o manejo alimentar; propriedades que fazem o desaleitamento de maneira adequada; entre outros exemplos.

Além disso, desenvolvi junto a uma equipe grande número de trabalhos científicos que nos auxiliam no direcionamento de alguns pontos na criação de bezerras em condições nacionais. Nem tudo que a literatura estrangeira recomenda serve para os nossos sistemas de produção. E aí, a visão crítica destes pontos é de extrema importância para que a eficiência seja mantida. Tento desenvolver esta visão crítica nos produtores e técnicos também.

Como a assistência técnica pode contribuir para o desenvolvimento da atividade?
Carla M. Bittar: A assistência técnica é a maneira mais eficiente de treinamento de produtores e também de funcionários que desempenham diretamente as funções dentro de uma propriedade leiteira. Muito embora vários produtores participem de cursos e eventos técnicos, o acompanhamento periódico de técnicos junto a um propriedade é quase que obrigatório para que se obtenha sucesso na atividade. Na área específica de criação de bezerras e novilhas, vejo que assistência técnica é crucial para o treinamento dos tratadores nas inúmeras atividades que desenvolvemos com animais em crescimento. Além disso, ajustes no manejo alimentar, baseado em conhecimentos de nutrição e saúde animal, tem sido extremamente importantes para aumentar as taxas de crescimento e reduzir as taxas de mortalidade, tornando o sistema como um todo mais eficiente. Junto ao técnico o produtor passa a controlar os índices zootécnicos permitindo os ajustes necessários com o tempo e com a evolução do rebanho. A assistência técnica tem ainda a função de reciclar o conhecimento do produtor, que com o tempo vai alterando protocolos, muitas vezes passando a realizar algumas práticas de manejo de forma inadequada. E além de reciclar, trazer novidades e avanços para o campo. Isso mostra que os técnicos têm que estar sempre estudando e de preferência em contato com as universidades e institutos de pesquisa.

Mesmo se você não votou na primeira fase, você pode participar da segunda etapa de votação, que se estenderá até o dia 23/07 às 09h00.

A indicação da 2ª fase é independente da primeira, isto é, a contagem de votos foi zerada, e é você quem indicará novamente o merecedor do prêmio, votando entre os cinco candidatos.

Clique aqui para votar!

Esse prêmio é uma iniciativa do MilkPoint, mas só foi viabilizado pelo apoio da Itambé como patrocinadora Master.

Participe e ajude a valorizar o trabalho técnico no setor!
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