Premiado na França, queijo mineiro tem vida clandestina no resto do país

Para chegar a Tours, onde obteve o primeiro lugar no Salão Internacional do Queijo da França, o queijo senzala, produzido em Sacramento (MG), teve que viajar clandestinamente na bagagem da produtora rural Marly Leite. "Não existe lei que permita a maturação que utilizo", explica a produtora.

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Para chegar a Tours, onde obteve o primeiro lugar no Salão Internacional do Queijo da França, o queijo senzala, produzido em Sacramento (MG), teve que viajar clandestinamente na bagagem da produtora rural Marly Leite. "Não existe lei que permita a maturação que utilizo", explica a produtora.

queijos artesanais - Tours França

Apesar da medalha Super Ouro, prêmio máximo do salão realizado no mês passado, Leite trava uma batalha para vender o queijo produzido na fazenda Caxambu legalmente fora das divisas de Minas Gerais.

As regras não permitem que queijos que usam o mofo branco, como o senzala, recebam o selo que autoriza a livre circulação pelo país. Vendê-los fora de Minas pode gerar multa pesada.

Por isso, duas semanas depois de Leite regressar ao país com a premiação conquistada na Europa, ela recebeu a visita de uma fiscal do Instituto Mineiro de Agropecuária.

Segundo o diretor-geral do IMA, Marcílio de Souza Magalhães, a intenção da visita era avaliar se a queijaria está em condições de ser certificada pelo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura, o que autorizaria a venda em todo país.

Destruir os queijos 

"A fiscal disse para minha filha que os queijos não poderiam estar lá", diz Leite. "Falou que, se voltasse e encontrasse os queijos, iria destruí-los", completa. "Ela está certa. O problema é que não há lei que nos respalde."

O diretor do IMA explica que queijos que usam mofo branco na maturação estão sendo analisados. "Estamos numa luta para alforriar todos os queijos", afirma.

Além de Minas, o senzala pode ser comprado em outros Estados. Em São Paulo, o quilo sai por R$ 89,90.

Os produtores que vendem o queijo fora de Minas sem o registro no Ministério da Agricultura estão sujeitos a multas que variam de R$ 5.000 a R$ 500 mil. O produto também pode ser apreendido e destruído pelos fiscais, e a produção, interditada.

Procurado, o ministério não soube dizer quantos produtores foram punidos nos últimos anos.

De acordo com o diretor do IMA, é importante que se façam estudos sobre os queijos, já que, quando feitos de maneira inadequada, podem transmitir doenças graves, como brucelose, tuberculose e botulismo.  

Leia também: 

Onze queijos produzidos em MG foram premiados no concurso mundial de queijos na França

As informações são do jornal Folha de São Paulo.
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Josef F. Lotscher
JOSEF F. LOTSCHER

PALMEIRA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/07/2017

Olha gente, a situação é semeliante do antigo sistema na Suiça.

Tive uma Queijaria de GRUYERE e solicitei autorisaçao para vender LEITE pasteurizado em garrafas para minha loja. Foi negado em 1° e 2°  instancia.  Temoso que sou, tirei a causa até no tribunal federal  e  GANHEI !

Pessoal !  a luta sempre vale!

Aqui no Brasil o sistema da fiscalização  é baseado na DESCONFIANÇA,  Helas!! por justa causa, por causa dos malandros.

O único caminho: Conquistar a confiança do fiscais através de seu próprio comportamento


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