Preços do leite mais baixos e custos elevados: qual tem sido sua estratégia para manter a rentabilidade?

Recriamos terneiros  adquiridos de outros criadores. A recria e em pastagens de azevem, aveia consorciados com trevo branco, até 350 kgs. acrescentando uma ração balançada de  milho, farelo de soja e sal até os 450 kgs onde são vendidos para abate.

Recriamos terneiros adquiridos de outros criadorea

Isso mesmo Ricardo, cheio de vendedores de produtos, cada um sabe mais q o outro, convense investir e a investir e cada vez mais sob argumento de q vai ter lucro so pra vender e fomentar o comercio de produtos.

Bom dia amigos Produtores de Leite de Qualidade, uma das minhas grande preocupações é de que temos ao nosso redor muitos vendedores, muitos são técnicos e vendedores e nós ficamos embretados pois o aumento da produtividade não vem, falta honestidade e planejamento deles e  também da nossa parte. Muitas vezes agimos por emoção e não pela razão. Enquanto estamos pagando a conta eles aparecem aos montes e quando estamos com problemas e falta de técnicas para diminuir custos os "técnicos-vendedores" desaparecem.  VAMOS ACREDITAR EM QUEM?

Amigos na minha opinião o ciclo do leite dura 03 anos. Um bom, o segundo regular e o outro ruim. Este ano é o ruim; mas se não investirmos agora não vamos colher o lucro do próximo ano. A nossa estratégia foi adubar uma área maior com menor quantidade de adubo pois temos área para isso; aumentar a produção de leite diluindo os custos fixos e   reduzindo a queda do  prêço  pois o laticinio com o qual comercializamos o leite tem tabela de bonificação por volume; bem  como tem bonificação  por qualidade e aí caprichamos tbem na qualidade(ccs/cbt),  trabalhamos com jersey onde somos hoje o top 7 da empresa para gordura e proteina onde somos bem bonificados. Alem disso procuramos nos adequar aos indicadores do leite, não gastando mais que 50% da receita com concentrado e mão de obra. Para finalizar quero transmitir um pouco de otimismo a todos  e dizer que esta crise é apenas mais uma das muitas que virão e os que persistirem certamente  vão sobreviver e serão felizes produtores de leite no próximo ano.

Amigo Lucas

Até um ano atrás eu fazia a recria desses bezerros após a desmama (60 - 90 dias) a pasto. Ressalto que trabalho com monta natural, onde uso touro ora HPB ora Nelore.

A recria a pasto é barata, pois tenho espaço , porém a perda de animais é grande, pois saem com pouca resistência a doenças do aleitamento , e o tempo de recria é demorado (cerca de dois anos para atingir 12 arrobas).

Temos a característica de produzir nosso próprio milho , assim nosso custo fica menor. Ano passado fazendo contas , vendo que vender um saco de milho a R$ 18,00 era jogar dinheiro fora, iniciamos um processo de confinamento dos terneiros machos ( projeto piloto) .

Esse animais entram no confinamento com 60 - 90 dias, e irão ficar mais seis ou sete meses  consumindo milho mais núcleo proteico. A adição do núcleo varia de marca para marca, tem uns que é 20% outros 10%, mas o custo é mais ou menos o mesmo, no final do processo vai te custar em torno de R$ 350,00 a R$  400,00 do núcleo por cabeça; o custo do milho vai ser de 15 a 20 sacas por cabeça, como produzo meu milho não fica nem R$ 200,00 , se for comprar tem que fazer o cálculo pelo preço de compra.

Aqui, resumindo tudo, me sobra em torno de R$ 1.000,00 por cabeça.

O difícil é dar  o primeiro "tombo", ou seja terminar o primeiro lote, depois fica mais tranquilo, separa uma parte do lucro para custear os outros e assim vai.

Volto a dizer que cada propriedade é única, e com características que possibilitam ou não a adição de manejos.

Para nós aqui esta dando certo , agora se a arroba do boi baixar muito e o preço do núcleo estourar, juntamente com o milho, tem que refazer as contas! Levando sempre na ponta da caneta!

Espero ter ajudado, grande abraço e sucesso!

Por um Brasil mais Justo e Perfeito.:

É isto mesmo Sérgio Lopes. Você tocou num ponto muito importante. A gente fala em rebanho, mas o animais não são todos iguais. É preciso sim avaliar o potencial leiteiro individual de cada animal. Isto é simples. Como no sistema que propus a alimentação é padronizada para todo o rebanho basta avaliar a conversão leiteira de cada vaca em relação ao que todas comem. Os animais que apresentarem baixa conversão devem ser descartados. É como numa fábrica. Temos os operários, em vez do rebanho, mas eles não são todos iguais. Alguns, com as mesmas ferramentas e máquinas, têm alta competência produtiva enquanto outros usando os mesmos instrumentos apresentam constantemente baixa produtividade. Infelizmente, estes terão que ser demitidos.

Caro Lucas



Nunca trabalhei com confinamento de bezerros, pois a minha propriedade é pequena, apenas 30 ha, e me dedico exclusivamente ao leite. Mas posso dizer que se você não tem pasto tome muito cuidado com confinamento com alimento comprado. Avalie o custo e o benefício. Esta atividade certamente irá gerar uma demanda grande de mão-de-obra, que é um dos maiores custos de uma propriedade, além de difícil disponibilidade. A alocação de mão-de-obra + alimentos + instalações + medicamentos será mais vantajosa que a produção de leite?



Mauro Rios

Roney



Gostaria de saber  mais como vc esta manejando os bezerros pois estamos com vontade de confinar os nossos bezerros que hoje estamos doando para outras pessoas o unico problema que temos e nao termos pasto para estes animais na faz.

Tem alguns produtos no mercado que misturado com milho inteiro pode ficar confinados sem necessidade de comer outo tipo de volumoso mais nunca utilizamos.



Lucas Cantarelli

Faz. Cedro

concordo plenamente com MAURO RIOS. devemos saber  quanto custa para se produzir 1lt de leite na propriedade mas, é mais importante saber quanto custa 1lt de leite de cada vaca separadamente assim vamos ver qual é a que da lucro.

O problema é do leite é que tentamos transformar vacas em máquinas de leite. Queremos vacas cada vez mais produtivas e, para isto, usamos de todos os artifícios, encarecendo muito o custo da produção. E mais. Quando ignoramos a fisiologia do animal, obrigando-o a produzir muito acima do normal, criamos uma série de deficiências orgânicas no animal, afetando principalmente o sistema imunológico, o que acarreta uma série de doenças, que representam também custos elevados no rebanho. A única saída para o produtor é trabalhar com vacas de bom potencial leiteiro, mas deixar que ela produza naturalmente usando os recursos que a natureza criou para a sua fisiologia. Ou seja, vacas foram criadas para se alimentar de capim. É com o capim, a pasto ou no cocho, que devemos manter os nossos animais para eles produzirem de acordo com a sua natureza. Isto representa uma redução muito grande de custo e, com toda certeza, o caminho para o lucro, mesmo diante de preços baixos, situação aliás no caso do leite que eu vivo há cerca de 20 anos quando comecei a produzir. O único suplemento que devemos acrescentar ao rebanho são os minerais, principalmente magnésio, iodo/iodeto, zinco, selênio e sódio. Uma vaca de bom potencial genético, tratada com capim de boa qualidade, bom manejo sanitário e ambiental e a suplementação de minerais, dará uma produção diária média em torno de 10 a 12 kg de leite, o que considero excelente. Reflitam nisso: uma vaca de 10 litros de baixo custo de produção pode ser mais rentável que uma de alta produção leiteira, mas também com altíssimo custo de produção (alimentação + mão-de-obra + medicamentos).

Amigos, conta rápida

Preços na minha região:

Farelo Soja, R$ 1,34 kg

Milho R$ 0,50 KG

Composição para 21% proteína bruta

65% milho 35% F.S.

Custo de insumos R$ 0.69 KG

Núcleo Mineral a R$ 2,6 kg adiciona mais R$ 0,06 ao kg ração pronta

Eu demoro 15 minutos para fazer em um forrageiro ração para duas ordenhas!

Tenho uma média de 65 vacas em lactação sempre.

Custo ração de 21 % proteína pronta, para comprar, R$ 1,05 KG!

Cada propriedade é uma , cada região tem as suas especificidades, não existe receita de bolo!

Por um Brasil mais Justo e Perfeito.:

Bom dia a todos. Como foi dito, realmente a crise nos ensina. Alguns pontos que observo e minha propriedade:

- Baixar custo de produção: não tem jeito, baixa-se custo aumentando produção. O mesmo funcionário trabalha com 25 ou 40 vacas/dia em ordenha.

- Energia elétrica; dispor de sistema de ordenha funcional, realizando tarefas de maneira mais rápida e ágil. Bezerro ao pé, peia, etc tudo isso aumenta muito tempo de ordenha.

Analisar sistema de irrigação.

- Ração: fabricação propriaxcompra. Colocar na ponta do lápis e analisar custos com transporte de insumos, energia para triturar e misturar ingredientes,etc

- Adubação pastagens: começar com a base. Calagem. Não adianta altas adubações com baixa saturação base e ph baixo.

- Rebanho: estruturação. Não se pode ter 30% de animais produzindo leite, pagando a conta do restante.Para os que não tem muita área, analisar a possibilidade de não se trabalhar com cria e recria de femeas.

-Volumoso: separar rebanhos lotes. Silagem de milho esta caríssimo. Depende de muito maquinário, diesel nas alturas, mao de obra (diaristas) difícil, clima maluco (milho safra anda sendo um baita risco, devido a forte calor e veranicos), adubos caros, sementes nem se fala, desperdício, lona,etc. Então, deve-se comer aquelas que produzem mais (nem uma novidade!!) Se estamos numa epoca onde o leite tem menor preço, que tal trabalhar com alimentos de menor custo? Ja ouvi de inumeros palestrantes e técnicos de renome que época de ganhar dinheiro com leite é no outono/inverno (temperaturas mais amenas preço do leite melhor,etc.

-Rebanho: muitos estao acabando com rebanho, como muitos tb ja sairam de outras atividades como gado de corte (hoje estão refazendo aguadas, cercas, comprovando vacas,etc. Muitos colocam touro Nelore na vacada achando que esta ganhando com bezerro. E quando a artividade volta ficar atraente sai correndo comprar vacas e pagando caro. Vamos rever.

Abraços e espero ter colaborado nessa proveitosa discussão.

Descarte das vacas menos produtivas e vacas problemas .... inseminação com sexado de femea nas novilhas e holandes convencional em 25% do rebanho em producao .. os outros 75% de vacas em producao .. ia com senepol pra fazer bezerro corte.

Não temos estratégia única. Como os custos de produção estão aumentando, os valores pago pelo preço do litro do leite não está atraente o que devemos fazer é melhorar a eficiência. Leite de maior qualidade, animais de maior potencial, alimentação com maior poder de produção e assistência técnica poderão diminuir os custos de produção! A crise nos leva a aprendizados e atitudes que servirão para alavancar o mercado e a remuneração de nossos produtos.

Posso estar enganado, mas com os preços dos insumos como: 1,70/kg de farelo de soja, 2,3 o kg do sal mineral, 0,55/kg de milho. E o principal, o tempo de preparar comida pras minhás 60 vacas em lactacao, prefiro pagar 0,88/kg de uma ração completa. A M.O ta complicada.

Prezado Michel, realmente muito interessante seu modelo de produção, obrigado pelo esclarecimento. Vejo que, com este seu sistema, fica bem mais viável enfrentar os tempos de crise na atividade, e sobreviver para os tempos melhores. Gostaria de um dia conhecer de perto seu empreendimento, se possível é claro.

Parabéns pela forma como conduz sua pecuária, desejo-lhe sempre mais sucesso!, são de exemplos assim que o setor precisa, ainda que cada propriedade tenha a sua realidade.

Abraço,

Paulo.

Amigos produtores, a cadeia do leite vem em descompasso entre os elos já ha algum tempo; vemos distorções gritantes entre o preço pago ao produtor e o preço do produto industrializado lá na gôndola do supermercado.

Infelizmente não há uma forma de equalizar isso de maneira rápida, acredito eu que apenas com a redução de volumes produzidos pelos produtores ( muitos já abandonaram a atividade) , o mercado ( Laticínios ) verão que a política de arrumar a própria casa as custas dos produtores irá com o tempo se voltar contra eles!

Precisamos de um grande fórum de reuniões com representantes legítimos dos elos da cadeia; Esses Conseleites não funcionam nem representam o produtor; Gostaria de  ver surgir de algum encontro desse tipo uma solução que considero justa e perfeitamente aplicável para corrigir distorções - O preço pago ao produtor, deveria ter como base, uma média (relacionada) do preço ao consumidor de um mix de produtos  -  Acredito que isso ajudaria a regular a cadeia de lácteos!

Agora da porteira pra dentro:

- Ração: Desde o início de minha atividade na produção de leite em 2009, já tinha a convicção que comprar ração pronta era inviável, e continuo com essa certeza! É perfeitamente praticável fazer a própria ração , comprando milho ou melhor ainda produzindo ( se houver espaço) juntando a outras fontes de proteína ( soja, algodão, trigo) , isso reduz em no mínimo 30% um dos maiores custos de produção do leite!

- Com a sobra desse processo de produzir a própria ração, podemos iniciar um plano de engorda rápida dos terneiros machos, sejam cruzados ou não. Existem tecnologias para   confinar esses animais a custo razoável, dando um incremento substancial a renda ( estou fazendo, dá certo) .

- Por fim, como sempre que o sapato aperta, temos que trabalhar mais, otimizar a utilização de todos os recursos e meios de produção dos quais dispomos, reduzir nossas despesas pessoais, e esperar , pois após a tempestade vem a bonança!!

Essa crise vai passar, como passaram outras; pelo caminho iremos perder companheiros, mas a atividade não irá desaparecer!

Por um Brasil mais Justo e Perfeito.:

Sou produtor de leite na bacia leiteira de Alagoas ( Major Isidoro ), onde nos encontramos no início do período seco, contrário do suldeste, como estratégia nos programamos em concentrar o parto das novilhas para a saída do período chuvoso, eliminando animais com DEL alto ( pouco resultado econômico) e melhorando a média do rebanho, contamos com muito pasto de diferimento, ou seja, nossos animais que não estão em produção, não geram custos. Outra estratégia que possibilita a condição de trabalharmos com média 19 litros ( boa quantidade de conc.) é a compra dos insumos (milho e soja) de carretas no período de safra, conseguindo até 25% no custo do concentrado, qnd comparado com os preços praticados na região!!

A redução de custos para a produção de leite nao e fácil pois os animais tem que comer, e não tem como colocarmos as vacas de férias coletivas como as grande indústrias fazem para diminuir os custos em epocas difícil , pois temos que ordenhar todos os dias. Estamos diminuindo o volume de ração distribuida por dia e diminuindo a mao de obra mesmo assim estamos trabalhando no vermelho com os autos custo da materia prima , energia ,  combustível,  e os medicamentos que estao subindo cada dia mais e com os preços do leite com previsão de baixa está complicado fechar esta conta.



Lucas Cantarelli

Faz. Cedro