PR: Projeto de assistência técnica alavanca produção de leite na região de Castro

Pequenos produtores da região de Castro conseguiram elevar de forma significativa a produção de leite, graças a uma experiência bem sucedida iniciada em 2000, fruto da união de forças e da cooperação técnica entre o Instituto Emater, a prefeitura e do município e a cooperativa Castrolanda. O projeto é pioneiro e os resultados foram apresentados na tarde da última terça-feira (13) ao secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, que percorreu as propriedades.

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Pequenos produtores da região de Castro conseguiram elevar de forma significativa a produção de leite, graças a uma experiência bem sucedida iniciada em 2000, fruto da união de forças e da cooperação técnica entre o Instituto Emater, a prefeitura e do município e a cooperativa Castrolanda. O projeto é pioneiro e os resultados foram apresentados na tarde da última terça-feira (13) ao secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, que percorreu as propriedades.

O projeto começou com 87 propriedades selecionadas que produziam em torno de 230 litros de leite por dia. Hoje estão incluídas mais de 150 propriedades que conseguem produzir acima de 500 litros de leite por dia, alavancando ainda mais a produção de leite de qualidade na região. Castro é o município que mais produz leite no país, segundo o ranking do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O projeto tem como base assistência técnica e investimentos nas propriedades.

A cooperativa Castrolanda pediu o auxílio da Emater e da prefeitura para elevar a produtividade das propriedades na região, aumentando a escala de produção, e melhorar a logística de captação. Denominado “Projeto de Profissionalização do Pequeno Produtor de Leite”, o programa atingiu o seu objetivo, que era de obter produção acima de 500 litros de leite por dia por propriedade, disse o coordenador estadual do leite da Emater, Hernani Alves da Silva.

Na década de 90, o produtor José Maria Morgan tinha um pequeno rebanho com 20 vacas leiteiras e produzia 150 litros de leite por dia, que entregava na cooperativa Castrolanda. Na época, ele era avesso a fazer financiamentos bancários e não conseguia expandir sua atividade porque não tinha capital. Por orientação do técnico da Emater, que fez o projeto técnico e identificou viabilidade na sua execução, o agricultor fez empréstimos a juros subsidiados que lhe permitiram comprar um resfriador de leite, construir uma sala de ordenha e aumentar o rebanho.

Em 2008, José Maria conseguiu readequar a propriedade, que hoje tem 64 hectares de área, entre terras próprias e arrendadas, onde mantém um rebanho de 125 vacas da raça Jersey, sendo que 82 estão em lactação. A produção atual é de 1.735 litros de leite por dia e o produtor quer evoluir para 1.800 litros de leite por dia. Ele está satisfeito com o preço pago pela cooperativa, em torno de R$ 1,11 o litro, na média, sendo remunerado pela qualidade do leite que está entregando.

Conforme acompanhamento da Emater, as condições sanitárias da produção são boas e hoje a propriedade é certificada pelo programa de Boas Práticas da Fazenda da Nestlé, que compra leite da cooperativa Castrolanda.

Outro produtor visitado, Dicley Carneiro Bueno, era antigo funcionário da cooperativa Castrolanda e começou a atuar na produção de leite em 1997, numa área de 7,8 hectares. Na época, produzia 50 litros por dia. Integrou-se ao projeto em 2000 e foi beneficiado, em 2002, com o programa da Paraná 12 Meses - da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento - quando conseguiu comprar cinco novilhas e ampliou a produção. Em 2008, comprou mais seis novilhas e a produção aumentou ainda mais.

Porém, esse crescimento considerado rápido não correu tão bem porque o produtor enfrentou alguns problemas de ordem sanitária. Em 2011, fez a adequação da propriedade, reduziu os níveis de células somáticas e da contagem bacteriana feita no leite e hoje sua propriedade também é certificada porque está totalmente adequada aos padrões sanitários.

Atualmente, Dicley Bueno tem uma área de 22,7 hectares, entre área própria e arrendada, trabalha somente com mão de obra da família e consegue um preço médio de R$ 1,12 por litro, o que lhe dá uma boa margem de lucro. Hoje, a produção é de 600 litros por dia e a meta é produzir mil litros de leite por dia até o ano que vem. “Esse é o período ideal para fazer novos investimentos na propriedade porque permite a preparação para os períodos em que o preço não remunera tão bem o produtor”, disse o técnico da Emater, Hernani Alves da Silva.

O secretário Norberto Ortigara elogiou o projeto de parceria e a inclusão de pequenos produtores. “A cooperativa Castrolanda trabalhou no sentido contrário e está conseguindo bons resultados. Ao invés de trabalhar só com produtores de elevada produtividade, procurou a ajuda da Emater e outros parceiros, apostou nos pequenos e conseguiu que eles elevassem a produtividade”, avaliou.

Para o presidente da Castrolanda, Franz Borg, o modelo faz o resgate do pequeno produtor e a inserção de pessoas numa atividade que permite obter renda o ano todo. Segundo ele, a conta da cooperativa não fecharia se fosse atender o pequeno agricultor porque arcaria com os custos da assistência e capacitação”, explicou.

As informações são da Agência de Notícias do Paraná, adaptadas pela equipe MilkPoint.
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Edson Luiz Iora
EDSON LUIZ IORA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 22/08/2013

Bom dia sr. Hugo Borghi.

Para obter maiores informações sobre esta parceria CASTROLANDA/EMATER entre em contato com a cooperativa Castrolanda (42) 3234-8000.

A baixo o contato via e-mail com o gerente da área de leite.



Att.

Edson.



Henrique C. Junqueira

Gerente Negócios - Leite

henrique@castrolanda.coop.br
Hugo Antonio Borghi
HUGO ANTONIO BORGHI

EM 20/08/2013



    Se possível gostaria de receber mais detalhes sobre o" Projeto de Profissionalização do Pequeno Produtor de Leite".

    Sou engo.agro. e estou secretario municipal  de agricultura da Prefeitura de Vianópolis-GO.

     
Edson Luiz Iora
EDSON LUIZ IORA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 20/08/2013

    Além disto é necessário que os envolvidos no processo produtivo hajam de maneira profissional. Os produtores devem "querer" produzir e não apenas terem acesso ao crédito, como já aconteceu em diversas áreas e ocasiões.  Felizmente, nós produtores aqui de Castro, temos acesso ao que há de melhor em termos de tecnologia, clima e genética. Nós objetivamos alcançar altas produtividades e com qualidade, sem agredir o meio ambiente, gerando renda à propriedade. " Vamos beber mais leite".
paulo machado lobo
PAULO MACHADO LOBO

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 19/08/2013

    O município mais desenvolvido do Brasil, ainda busca projetos basicos de assistencia técnica unindo prefeitura emater e cooperativas. Se eles precisam, imagina as outras regiões do Brasil como Centrooeste, norte e nordeste!
Paulo R. F. Mühlbach
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/08/2013

A Região Sul possui uma população de muitas dezenas de milhares de pequenos produtores do tipo apresentado no artigo, os quais, uma vez recebendo a necessária assistência técnica e financiamentos, responderão da mesma maneira.

A Região Sul tem potencial para atender a demanda nacional de leite de qualidade "padrão FIFA".
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