O protesto ainda contará com o apoio da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) e a Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Laticínios (Fenalac). De acordo com Carlos Neves, da Aprolep, será o maior protesto dos produtores de leite e está prevista a participação de centenas de pessoas. Neves acrescentou que jovens agricultores do Porto e a Associação de Agricultores da Vila do Conde também participarão. Ele defende que as ajudas financeiras são bem-vindas, mas não bastam para resolver o problema dos preços, que encontram-se em mínimos históricos desde que terminaram as cotas leiteiras na União Europeia. O embargo russo tem travado o escoamento de leite e as previsões da Comissão Europeia não verificam aumento no consumo.
“O que queremos são medidas estruturais para enfrentar a crise. Quando damos apoio ao armazenamento de leite em pó, por exemplo, esse leite irá [mais tarde] de novo para o mercado e o preço vai baixar. A nível europeu o que pedimos é a regulação da produção – um mecanismo para ser usado em tempos de crise”, defende Carlos. Por toda a Europa têm-se visto sucedidos apelos a Bruxelas para resolver o problema. A Espanha barrou, recentemente, a entrada de leite português e criou um selo para certificar o produto nacional numa tentativa de reduzir as importações.
Em comunicado, a CNA detalha que a manifestação junto aos hipermercados serve para reclamar das “práticas comerciais abusivas que têm contribuído para a grave crise que arrasa a pecuária nacional – leite e carne”. A organização também pede ao governo um controle severo das importações, citando como exemplo a Espanha, que vem controlando a meses. Além disso, é demandada a isenção temporária dos pagamentos à Segurança Social sem perda de direitos, outras ajudas e o consumo “prioritário” da produção nacional nas cantinas.
As informações são do portal português Público.pt, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
