O fenômeno não está isolado ao Japão. De acordo com as projeções das Nações Unidas, o número de pessoas com mais de 65 anos no mundo todo triplicará, de 530 milhões em 2010 para mais de 1,5 bilhão em 2050. Atualmente, o número de chineses com 65 anos de idade e mais velhos equivalem ao total da população do Japão. Até 2050, a China terá 330 milhões de pessoas com 65 anos ou mais (mais do que a população total dos Estados Unidos); os Estados Unidos terão mais de 85 milhões.
Tantas pessoas buscando formas de otimizar a saúde e a vitalidade para esses anos de vida representa uma enorme oportunidade para os fornecedores de lácteos dos Estados Unidos em várias frentes: ingredientes para nutrição médica, mensagem para osteoporose e, potencialmente o maior do grupo, a proteína do soro do leite para mitigar os riscos de sarcopenia.
A sarcopenia é a perda de massa e força muscular relacionada à idade. Perdemos 0,5-1% dos músculos anualmente, começando no início dos 40 anos de idade. A sarcopenia aumenta os riscos de quedas e fraturas, reduz a independência, interfere em tarefas simples do dia a dia e aumenta as taxas de mortalidade.
Pesquisa publicada revelou informações críticas sobre os efeitos da proteína do soro do leite na saúde dos músculos, mas essas informações não são amplamente conhecidas pela maioria dos consumidores ou profissionais de saúde estrangeiros. O Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) está trabalhando para aumentar essa conscientização.
O Conselho ainda se aprofunda em outras questões entre o consumo de lácteos e a sarcopenia. Há a qualidade da proteína – proteína do soro do leite versus proteínas concorrentes para seu perfil de aminoácido. A proteína do soro do leite é uma fonte rica em leucina, por exemplo, que é única em sua capacidade de iniciar a síntese de proteínas musculares. E também o consumo durante o dia – há um limite de quanto de proteína o corpo pode usar de uma vez. O consumo ideal é de cerca de 30 gramas de proteína por refeição: café da manhã, almoço e jantar. Isso é sugerido para adultos jovens, mas vários estudos de pesquisa mostram que adultos mais velhos podem requerer mais proteína para ter o mesmo impacto na síntese muscular.
O 12º Congresso Asiático de Nutrição, realizado em Yokohama, Japão, em maio, destacou a proteína como principal assunto. Na conferência, designada a encorajar a troca científica entre profissionais de alimentos e de nutrição na Ásia, o USDEC organizou um simpósio chamado, “Envelhecimento e Perda Muscular: Abordagens Dietéticas para Reduzir os Riscos de Sarcopenia”, onde os palestrantes reforçaram as mensagens sobre a importância das proteínas e as nuances conhecer a qualidade das proteínas e o momento de ingestão da mesma.
Se os profissionais de saúde estiverem totalmente informados sobre as últimas pesquisas, aumenta as chances de poderem liderar esforços para revisar as diretrizes dietéticas locais em favor da proteína. Isso já está acontecendo no Japão, onde o governo propôs aumentar a ingestão recomendada diária de proteína para idosos.
Fornecedores individuais de ingredientes e produtos lácteos podem ajudar a preparar o terreno para um maior uso de proteína do soro do leite com os usuários finais da seguinte forma:
1. Desenvolvendo produtos que se adequem às preferências locais de sabor e estilos de vida
Mesmo se os profissionais de saúde estiverem contando a história certa, os consumidores precisam de opções prontamente disponíveis para comprar no mercado. Eles querem alimento que possam incorporar de forma conveniente aos seus hábitos diários de alimentação – não somente produtos que prometem coisas boas, mas requerem mudanças na dieta. Versões ricas em proteínas de produtos que já são consumidos são uma oportunidade promissora.
2. Desenvolver um posicionamento não-idoso
Ninguém, não importa o país, quer pensar, “Eu preciso de um alimento especial para idosos, porque estou tão velho”. A mensagem precisa ser referente à saúde geral. O Japão desenvolveu uma categoria de produtos que é comercializada simplesmente como alimentos macios (incluindo itens como pudins e gelatinas), destacando não o apelo aos idosos, mas benefícios mais amplos: fáceis de mastigar, fáceis de digerir e cheios de nutrientes.
3. Tornar a mensagem igualitária
Há um equívoco persistente de que os produtos de proteína do soro do leite são somente para pessoas que querem construir músculos e atletas. Todas as mensagens devem fazer os consumidores pensarem, “Isso se aplica a mim”. Deve-se tornar a proteína do soro do leite relevante a uma faixa mais ampla de consumidores conscientes com relação à sua saúde.
4. Tornar o produto conveniente ao mercado
Os idosos comem menos, frequentemente ficando sozinhos e podem ser restritos em suas capacidades físicas. Eles precisam de porções pequenas e embalagens fáceis de manejar, abrir e preparar.
A sarcopenia está lentamente aumentando. Com um esforço coordenado da indústria, a proteína do soro do leite pode se tornar conhecida como um importante combatente da sarcopenia.
A reportagem é do USDEC, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.