Pesquisa diz que capacidade de digerir leite pode explicar como Europa ficou rica

Os humanos podem digerir a lactose, principal carboidrato do leite, somente com a ajuda de uma enzima chamada lactase. Porém, dois terços das pessoas param de produzir essa enzima após serem desmamadas. Os sortudos - aqueles com "persistência da lactase" - continuam a produzir essa enzima na vida adulta[...]

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Os humanos podem digerir a lactose, principal carboidrato do leite, somente com a ajuda de uma enzima chamada lactase. Porém, dois terços das pessoas param de produzir essa enzima após serem desmamadas.

Os sortudos – aqueles com “persistência da lactase” – continuam a produzir essa enzima na vida adulta. Um trabalho recente argumenta que sua genética peculiar ajuda a explicar porque alguns países são mais ricos e outros mais pobres.

Justin Cook, da Universidade da Califórnia, Merced, usou dados de fluxo de migração histórica para estimar a composição étnica de 108 países na África, Ásia e Europa em 1500. Ele, então, estimou qual proporção da população seria capaz de digerir leite, usando dados de tolerância à lactose de diferentes grupos étnicos (que ele considerou que não mudaram muito durante os séculos).

Países pré-coloniais na Europa ocidental tenderam a ter as maiores taxas de persistência de lactase, estimou Cook. Cerca de 96% dos suecos tiveram isso, por exemplo. Os mais baixos níveis ocorreram na África Subsaariana e no Sudeste da Ásia.

Aumento de um desvio padrão na incidência de persistência da lactase, por sua vez, foi associado a um aumento de 40% na densidade da população. Pessoas que podiam digerir leite, diz a teoria, usaram recursos de forma mais eficiente do que aqueles que não digeriam. Eles podiam extrair energia líquida dos animais, além de lã, fertilizantes e carne. O leite pode ter ajudado de outras maneiras também: sua gordura, proteína, vitamina e minerais adicionaram equilíbrio à dieta pré-colonial, reduzindo a incidência de doenças. Se usado como um substituto para a amamentação, o leite animal poderia ter reduzido o tempo de desmame e, dessa forma, o tempo entre as gestações das mães.

Tudo isso sugeriu que as sociedades consumidoras de leite poderiam suportar maior densidade populacional (embora continue intrigante que a persistência da lactase tenha se desenvolvido em partes da África, mas não tenha se disseminado).

Quando as pessoas estão firmemente agrupadas, diz a teoria, o crescimento ocorre. Os governantes consideram mais fácil construir infraestrutura e administrar a lei, incluindo direitos de propriedade. Cidades podem se desenvolver, o que permite que os trabalhadores se especializem. A inovação tecnológica explode; exércitos maiores podem defender o que é produzido.

Não é de se admirar, então, que locais com alta densidade populacional no período pré-colonial tendem a ser relativamente mais ricos hoje. Nenhum fator único pode explicar os resultados econômicos de longo prazo, é claro, mas vale a pena levar em consideração a ideia de Cook.

A reportagem é do The Economist, traduzida pela equipe MilkPoint.
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