Pesquisa busca reduzir período de maturação do Queijo Minas Artesanal

Projeto de pesquisa vem estudando a influência da maturação sobre a qualidade do Queijo Minas Artesanal da região da Serra do Salitre e procura estabelecer o tempo adequado de maturação inferior ao período de 60 dias estabelecido pela legislação federal, sem comprometer a qualidade sanitária do alimento e preservando o sabor e a textura característicos. A legislação federal, entretanto, prevê a redução deste período desde que a eficiência e segurança sejam comprovadas por estudos técnico-científicos.

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Projeto de pesquisa vem estudando a influência da maturação sobre a qualidade do Queijo Minas Artesanal da região da Serra do Salitre e procura estabelecer o tempo adequado de maturação inferior ao período de 60 dias estabelecido pela legislação federal, sem comprometer a qualidade sanitária do alimento e preservando o sabor e a textura característicos. A legislação federal, entretanto, prevê a redução deste período desde que a eficiência e segurança sejam comprovadas por estudos técnico-científicos.

Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), o projeto vem sendo desenvolvido por pesquisadores da Escola de Veterinária da UFMG e conta com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), da Emater-MG e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Patrimônio cultural imaterial dos mineiros, o Queijo Minas Artesanal tem como principal característica o uso do leite cru (não pasteurizado) na sua fabricação, por isso o tempo de maturação tem importância fundamental. “O processo de maturação reduz a umidade do queijo, aumenta a acidez e a concentração de sais, reduzindo o risco da presença de patógenos”, explica o médico veterinário, aluno do mestrado e um dos responsáveis pela pesquisa, Ranier Chaves Figueiredo. Segundo o pesquisador, o estudo atende a uma demanda antiga dos produtores, que tem tradição na comercialização do queijo fresco, com tempo mais reduzido de maturação.

Participam da pesquisa seis produtores cadastrados e fiscalizados pelo IMA na região da Serra do Salitre. Ao todo foram coletadas 120 amostras de queijo produzidas nos períodos seco e chuvoso. Para atender a demanda da legislação quanto à determinação do período mínimo inferior ao prazo determinado legalmente, são avaliadas as características microbiológicas e físico-químicas ao longo da maturação, além de análises das bactérias probióticas (benéficas ao organismo). A previsão é de que estes dois estudos estejam concluídos até fevereiro de 2018. 

O trabalho tem um outro desdobramento, tão importante quanto, que é a identificação de toda a população bacteriana presente no queijo durante a maturação. “Este é um estudo de metodologia avançada conhecida como técnica metagenômica, onde o DNA bacteriano é extraído e enviado à Suíça para a identificação. A conclusão deste estudo, que é uma tese de doutorado, está previsto para 2019”, acrescenta o pesquisador da UFMG.

Características regionais 

Este projeto de pesquisa é específico para determinar o tempo de maturação dos queijos produzidos na região da Serra do Salitre. Como explica o pesquisador, os micro-organismos, especialmente bactérias, presentes no queijo variam entre as regiões produtoras. “Cada região possui suas especificidades e são necessárias pesquisas respeitando suas características regionais”. Além da região do Salitre, Minas Gerais conta com mais seis regiões produtoras (Canastra, Cerrado, Araxá, Serro, Campo das Vertentes e Triângulo). Segundo o Superintendente de Apoio à Agroindústria da Secretaria de Agricultura, Gilson Sales, este trabalho é de grande relevância para que se possa conhecer as características de identidade e qualidade dos Queijos Minas Artesanais.

Trabalho de pesquisa semelhante já foi desenvolvido na região de Araxá, que determinou o período de maturação de 14 dias para o queijo da região, mas que ainda aguarda a chancela dos órgãos oficiais de controle para torná-lo oficial.

As informações são do Diário do Comércio.

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