Os primeiros dois anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento cerebral, como relatou a médica. Ela explicou que as proteínas do leite materno ajudam a formar uma camada, como uma gordura, que recobre parte dos neurônios. “Sem essa camada, as informações circulam pela cabeça do bebê a 4 Km/h. Com ela, a velocidade ultrapassa os 400 Km/h”, comparou.
De acordo com Ana Escobar, o leite materno tem a capacidade de fornecer células que se adequam a vários tecidos do corpo humano e as comparou com células embrionárias. Mas, como nem todas as mães conseguem fornecer este alimento para seus filhos, a indústria transforma o leite de vaca no alimento ideal para compor a dieta dos bebês. “As fórmulas infantis produzidas pelo mercado são leite de vaca modificado às necessidades dos bebês”, esclareceu a palestrante, que também definiu o leite como o alimento mais fácil de ser introduzido na dieta das crianças.
Para a médica, não é apenas no começo da vida que os benefícios do leite e seus derivados podem ser observados. “É o único alimento que nos acompanha a vida inteira”, refletiu. Os jovens e os idosos são os que mais necessitam de cálcio, e o leite é a forma mais prática de compor a dieta destes grupos de indivíduos. No caso dos idosos, a falta de cálcio pode provocar quadros graves de osteoporose, doença que aumenta a porosidade dos ossos, deixando-os mais fracos. “Pessoas com baixa ingestão de cálcio têm até 3 vezes mais chances de perder 10% dos dentes até o final da vida”, expôs a palestrante.
Dúvida
A adição de agrotóxicos e outras substâncias que podem ser nocivas ao ser humano nos alimentos oferecidos ao gado foi um dos questionamentos feitos à palestrante pela plateia. Em resposta, Ana Escobar expôs que é preciso conhecimento científico sobre o problema, para então afirmar que o leite apresenta alguma anomalia impactante à vida dos consumidores. “Até hoje não há nenhum trabalho científico que comprove que realmente há uma associação do leite à problemas de saúde”, argumentou a médica.
Outro ponto importante para a segurança alimentar é o entendimento dos problemas de saúde mais comuns referentes ao consumo do leite de vaca. Em determinado momento da palestra, a médica esclareceu que o que provoca a intolerância à lactose (o açúcar do leite) é a falta de enzima lactase. Já a alergia à bebida, vem de um processo inflamatório, ocasionado pelo sistema imunológico do indivíduo, que reconhece a proteína do leite de vaca como um agente nocivo ao corpo.
Nestes casos, a recomendação de Escobar é sempre buscar o acompanhamento médico e as alternativas para suprir a demanda de cálcio no organismo, como a ingestão de outros alimentos ricos neste mineral, como o brócolis, o agrião, a aveia e a amêndoa, que é um dos alimentos mais concentrados.
As informações são da Gazeta Online.