Pecuaristas já recebem menos pelo leite

Os estoques elevados nos laticínios, o consumo estagnado e o aumento de 4,7% no volume de captação de leite em Minas Gerais foram fatores que provocaram a queda de 1,76% no preço líquido e de 1,48% no valor bruto pago aos pecuaristas de leite ao longo de outubro, referente à produção entregue em setembro. Com a redução, o litro de [...]

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Os estoques elevados nos laticínios, o consumo estagnado e o aumento de 4,7% no volume de captação de leite em Minas Gerais foram fatores que provocaram a queda de 1,76% no preço líquido e de 1,48% no valor bruto pago aos pecuaristas de leite ao longo de outubro, referente à produção entregue em setembro. Com a redução, o litro de leite no Estado foi negociado a R$ 1,09 na média bruta e a R$ 1,01, na média líquida. De acordo com dados do Boletim do Leite, elaborado pelo cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a tendência é de novas quedas ao longo dos próximos meses.

Segundo dados do Cepea, dos estados pesquisados, Minas Gerais apresentou a maior alta no volume captado, de 4,7%, seguida de Santa Catarina (4,08%), Goiás (3,44%), Rio Grande do Sul (3,40%), São Paulo (1,96%), Bahia (0,71%) e Paraná (0,27%).

Com a aproximação do período chuvoso e a melhora da alimentação do rebanho - favorecida pelos preços mais acessíveis da soja e do milho - a tendência é que a captação continue em alta, impactando de forma negativa na formação de preços aos pecuaristas.

A desvalorização do leite observada no Estado também ocorreu nas demais regiões pesquisadas pelo Cepea. Na média Brasil, que engloba os resultados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Bahia e Santa Catarina, o preço médio bruto recuou 1,94% e o líqüido, 2,12%, indo para R$ 1,068 e R$ 0,982 por litro, respectivamente.

Gestão

Para a coordenadora da assessoria técnica da FAEMG, Aline de Freitas Veloso, o momento é de cautela para o produtor, que deve investir na gestão para evitar prejuízos. Para os próximos meses, a tendência é de elevação da captação que acontecerá em um período em que o consumo está estabilizado e as indústrias com estoques formados. Por isso, o pecuarista deve ter uma gestão eficiente da propriedade, fazer o controle dos custos e utilizar de maneira efetiva os recursos disponíveis. Esta é a única forma para que ele consiga reduzir os custos de produção e evitar prejuízos maiores", ressalta.

Segundo Aline, além da elevação da captação, a queda no preço do leite para o produtor pode ser justificada pela alta da oferta e pelo aumento da inflação no país, o que limita o poder de compra dos consumidores que passam a priorizar os produtos básicos, deixando de optar pelo leite e derivados, por exemplo.

Regiões

Nas regiões mineiras pesquisadas, somente no Rio Doce foi registrada alta. Na região, o litro de leite, média bruta, foi negociado a R$ 1,21, alta de 0,78%. O preço líqüido ficou 0,51% maior e foi negociado a R$ 1,11.

Na Zona da Mata foi observada a maior queda no Estado, com o litro de leite avaliado a R$ 0,83 na média liquida, retração de 3,59%, e a R$ 0,90 em valores brutos, o que representou desvalorização de 2,47% sobre os valores pagos em setembro. O maior preço pago pelo litro de leite foi de R$ 0,96 e o mínimo de R$ 0,75.

No Sul e Sudoeste, o pecuarista recebeu 1,95% a menos no valor bruto, com o litro de leite avaliado a R$ 0,90. No preço líqüido a redução foi de 2,82%, com valores fixados a R$ 0,83 por litro. Os pecuaristas do Alto Paranaiba e Triângulo Mineiro negociaram a produção a R$ 1,08, valor líqüido que ficou 2,22% inferior. Queda, também, na média bruta, 2,12%, com o litro avaliado a R$ 1,17.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte a queda nos preços ficou em 0,76%, média bruta, e em 0,77% nos valores líqüidos. A cotação do leite apresentou média bruta de R$ 1,16 e líquida de R$ 1,06.

Como para o próximo meses são esperadas chuvas regulares, o que será fundamental para a recuperação e aumento das pastagens, a tendência é de maior oferta e novas quedas de preços.

Para este mês, a expectativa de grande parte dos representantes de laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea é de queda nos preços. Entre os entrevistados, 89,5%, que representam 95,9% do leite amostrado, acreditam que ocorrerá nova redução nos preços neste mês. Por outro lado, apenas 10,5% dos compradores, que representam 4,1% do volume amostrado, indicam estabilidade.

A notícia é do Diário do Comércio.
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everton cavichao
EVERTON CAVICHAO

FRANCISCO BELTRÃO - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/11/2014

o produtor de leite ou qualquer atividade rural no brasil não tem valor nenhum para o governo, nós produtores de leite não temos finais de semana, chuva, frio nada o leite tem que ser ordenhado todo santo dia não temos como reclamar das baixas nos preços recebido por nos somos impostos a pagar o que indústria decreta dos preços da raçao os medicamentos insumos agriculas entre tantas coisas se queremos pagamos ou ficamos sem e pronto, quando o governo para nos ajudar importa leite de outros países para baixar o nosso porque quem sabe da nossa lida entende o que to dizendo se estou erado me curijam. (quando estora a inflaçao o culpado e o produtor).
jose Antonio Resende
JOSE ANTONIO RESENDE

CORONEL XAVIER CHAVES - MINAS GERAIS

EM 08/11/2014

Parece me que dias nebulosos se avizinham para os sofridos produtores de leite. Penso que uma saída racional para tamanha encrenca seria a redução imediata da produção. Abusar das pastagens, reduzir concentrados, enxugar a mão de obra e evitar gastos supérfluos podem ajudar no curto prazo. No mais, é rezar e esperar as promessas mirabolantes da dona dilminha.
rogerio rufino
ROGERIO RUFINO

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS

EM 05/11/2014

O mercado é regulador soberano, com uma ajudinha das multinacionais do setor, que subitamente decidem comprar leite de suas filiais lá fora, às vezes com preços até maiores,  operações que disfarçam mal e porcamente a remessa ilegal de dólares para o exterior, e o governo fica feliz, pois elas dizem que estão ajudando no combate a inflação. As cooperativas, em geral presididas produtores sem muitas luzes, embarcam na onda reduzindo o preço pago ao produtor, e culpam as multis a alta do dolar ou a baixa do dolar, olho gordo e mal olhado e no final o que conseguem: os produtores reduzem a produção, os preços disparam e elas perdem os maiores produtores para os laticínios particulares e multis. E ficam lá, buscando o leitinho de um monte de pequenos produtores, e com o prejuízo acumulando, justificam que cumprem papel social. E os cotistas mais uma vez ficam sem dividendos e muitas vezes ganham algumas dividas de presente.

Rogério Rufino - Fazenda Veredas

rogerio-rufino.blogspot.com.br
Paulo Roberto Junqueira
PAULO ROBERTO JUNQUEIRA

GOIÂNIA - GOIÁS - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 05/11/2014

Conheço esta história há mais de trinta anos. Na cadeia produtiva sempre quem paga o pato é o produtor.O Efeito cascata é acionado na ponta do seguimento, o consumidor.Dai vendo escalando todos os pontos e um joga pro outro até que lá embaixo desta maldita pirâmide está o produtor. Pronto! empurrar pra quem?

Esperar que o governo faça alguma coisa é chover no molhado. Solução? Cada um faz o que pode, porém a palavra chave é PRODUTIVIDADE!!! Temos de buscar de todas as formas a produtividade e com Ela haveremos de continuar suportando esta situação. Até quando?  SEI LÁ...!!!
Laercio de Oliveira
LAERCIO DE OLIVEIRA

LUZ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/11/2014

E a bolsa familia,por que nao fornece o leite para quem nao tem o que comer,tem de melhorar a azlimentaçao dos menos favorecidos.Lembrete talves nao seja bolsa familia e sim vale alimentaçao. E por ai,tentando levar a alimentaçao em todos os lares dos brasileirinhos e brasileirinhas.
Adriana Viana Ximenes
ADRIANA VIANA XIMENES

EM 05/11/2014

com o setor leiteiro em crise o governo precisa agir fazendo amplas campanhas de consumo e protegendo os preços do leite sobre os grandes supermercados, desta forma talvez, aumente o consumo e melhore os preços para o produtor . se o governo não age o produtor tem de mudar suas estratégicas de mercado.

o produtor não pode esperar por dias bons ele produz leite todo santo dia e esta produção deve fluir e com sucesso.
Júlio César Paim Pinto
JÚLIO CÉSAR PAIM PINTO

GLORINHA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/11/2014

Antes de dar meu parecer sobre este assunto tão importante, diga-se de passagem que a agricultura e pecuária sofrem grandes prejuizos por dependerem de varios fatores cruciais, tal como, o clima, o mercado externo e interno, o monopolio dos transportes, o êxodo rural e uma serie de coisas a mais. Fora essa questão do mercado (industrias) decidirem quanto que vão pagar ao produtor de leite, entra mais uma questão que é a quantidade minima que a industria vai buscar em cada propriedade, vamos tocar no assunto fraude do leite para entendermos que o volume do leite faz grande diferença. Vamos lançar um assunto que eu tenho certeza que vai gerar muitas questões politicas, falando primeiramente que a Industria decidiu ou vai decidir buscar somente o leite de produtores que passarem dos 50lt/dia, porque essa decisão agora??? sera que é porque antes não se notava a fraude no leite e o aumento que se fazia usando formol, agua e tantas outras coisas passava despercebido? O produtor hoje recebe pouco pelo leite, mesmo que a industria pague um pouco mais que um real, se custa muito mais para uma vaca produzir. O grande problema é que entre o produtor e a industria tem certas mafias que fazem o transporte do leite, podendo parar o caminhão em qualquer esquina e modificar tranquilamente o volume do leite, modificando suas estruturas quimicas, o produtor não fica sabendo e sabe se lá se a industria também não fica, que uma coisa é certa eu sei, quanto mais o freteiro enche o caminhão, mais ele fatura financeiramente. Acho que essa decisão da industria em escolher a quantidade minima que se vai buscar, incentiva o freteiro e até o produtor que vive somente do leite a modificar o seu proprio volume, isso é um incentivo para a mafia crescer e levar como aliado o produtor.
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/11/2014



No Sudeste a seca do fim de 2013 e início de 2014 provocou a redução da produção de volumoso e elevação do custo de produção para o inverno de 2014.



A continuidade da seca em 2015 prejudica as pastagens e a produção de volumoso para o inverno de 2016 (São Paulo já tem dificuldade com água para o consumo humano e a seca em Minas Gerais reduziu muito as vazão do Rio São Francisco ).



Devemos ter aumento dos combustíveis, da energia elétrica e da mão de obra.



Por mais baixo que estejam os preços do farelo de soja e do milho, é dificil acreditar que os custos de produção vão cair. No meu entender a tendência é de aumento.



Uma nova redução de preços em novembro pode ser a gota d´água para uma violenta redução da produção de leite. Se fala que os estoques nas cooperativas e indústrias está alto, mas representa o consumo de quanto tempo? Se não houver uma queda significativa no poder de compra da população pode ser que 2015 seja um ano elevação de preços significativa par o produtor.



Marcello de Moura Campos Filho


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