No final do ano passado, a Organização de Consumidores Europeus (BEUC) denunciou que na União Europeia (UE) se comercializavam produtos à base de carne com rótulos fraudulentos. A organização denunciou o uso de aditivos não permitidos, ingredientes como substitutos de outros ingredientes sem que eles fossem detalhados no rótulo, nomes errados e qualidade inferior às refletidas no rótulo.
Na semana passada foi aprovada na Câmara dos Deputados uma resolução não vinculante em que se pede a indicação obrigatória do lugar de origem para todos os tipos de leite, produtos lácteos e cárneos. Além disso, sugere-se que a Comissão Europeia estude a possibilidade de ampliar a medida aos produtos alimentícios compostos por somente um ingrediente, ou que tenham um ingrediente dominante sobre o resto. O Parlamento Europeu tem solicitado em várias ocasiões a etiquetagem obrigatória sobre a procedência dos alimentos, instando a Comissão Europeia a apresentar um projeto de lei sobre esse tema para melhorar a transparência da cadeia alimentar.
A UE se sustenta sobre três instituições: a Comissão Europeia (que em teoria defende os interesses da UE em conjunto, mas priorizando a dedicação individual de cada país); o Parlamento Europeu (representação dos cidadãos dos países comunitários); e o Conselho de Ministros da EU (órgão que representa os países membros a nível individual).
O Parlamento Europeu foca em muitos temas relacionados com a proteção dos consumidores e dos cidadãos em geral, mas na maioria das ocasiões, a Comissão impede as propostas do Parlamento, já que algumas vão contra os interesses econômicos. Se na UE existe essa discordância, é difícil a solução eficaz de alguns problemas, como é o caso da maior transparência aos produtos de consumo à base de carne, leite e derivados.
Na votação foi aprovada e mencionada a resolução já que 84% dos cidadãos comunitários consideram que é necessário que se identifique a origem do leite - 88% reclama o mesmo para carnes e até 90% considera que é prioritário levar a sério essa identificação nos alimentos processados. Uma grande porcentagem de cidadãos reclama sobre esse assunto – mas a Comissão Europeia e o Conselho de Ministros têm agido contra isso.
As informações são do http://gastronomiaycia.republica.com, traduzida pela Equipe MilkPoint.