O combate à brucelose e à tuberculose, doenças bacterianas que afetam a produção de leite, segue como prioridade para o fortalecimento da sanidade animal no Paraná. Segundo dados da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), até o final de outubro o Estado registrou 98 focos e 333 casos confirmados de brucelose, além de 154 focos e 817 casos de tuberculose. Medidas de prevenção estiveram no centro das discussões da reunião da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura de Leite do Sistema FAEP, realizada no dia 17.
Embora antigas, poucos países conseguiram eliminar totalmente essas enfermidades, que são silenciosas e endêmicas. Essa característica eleva significativamente os custos dos serviços veterinários. No Paraná, o Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT), criado em 2001 e implementado no ano seguinte, tem como meta reduzir a prevalência e a incidência dessas doenças.
“Ter o nosso rebanho imune a essas doenças é mais uma etapa para viabilizar a exportação do nosso leite. Isso seria uma forma de driblar a crise que o setor enfrenta”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Estamos trabalhando junto com outras entidades e com os nossos produtores rurais para eliminar a brucelose e a tuberculose do nosso rebanho”, acrescenta.
Apesar de o índice de bezerros vacinados no Paraná atingir 75,3% do rebanho, acima da média nacional, de 71,8%, ainda é necessário avançar. O ideal recomendado pelas autoridades sanitárias é superar a marca de 80%.
“No momento, somos considerados regulares. O Paraná precisa estar acima de 80% para ser classificado como ótimo. Apenas ao manter esse índice por dez anos será possível cogitar a erradicação das doenças”, explica a fiscal de Defesa Agropecuária da Adapar, Marta Freitas. "A barreira do leite no processo de exportação é a sanidade dos rebanhos. Com certeza, isso será mais cobrado pelos outros países. Portanto, precisamos trabalhar juntos para que possamos enfrentar o desafio”, reforça.
Atualmente, o Estado possui apenas 119 propriedades certificadas como livres ou monitoradas para ambas as doenças. Apesar do número reduzido, os três Estados da região Sul concentram 98% das propriedades certificadas do país.
Marta também ressaltou os cuidados necessários diante de um animal soropositivo. “Os animais infectados devem ser isolados e afastados da produção leiteira, e o abate deve ocorrer em até 30 dias. Todo o rebanho precisa ser testado. É importante destacar que o trânsito de animais fica proibido enquanto o rebanho estiver em saneamento”, orienta.
Além disso, para tornar a exportação de leite uma realidade para os produtores do Paraná, é essencial ampliar o número de propriedades certificadas, garantir pagamento por qualidade e sanidade, elevar o índice de vacinação acima dos 80% e intensificar investimentos em biossegurança, bem-estar, nutrição e sanidade animal.
“Como temos o planejamento de exportar, a cobertura vacinal é um critério fundamental para essa iniciativa”, reforça Eduardo Lucacin, presidente da CT de Bovinocultura de Leite do Sistema FAEP.
As informações são do Sistema FAEP.