Opiniões sobre a abertura do mercado lácteo brasileiro para a Rússia: leitores e representantes do setor

Nessa semana o MilkPoint divulgou a autorização do Ministério da Agricultura da Rússia para empresas brasileiras exportarem leite em pó. O assunto, de extrema relevância para o setor lácteo, repercutiu nas mídias.[...]

Publicado por: MilkPoint

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Nessa semana o MilkPoint divulgou a autorização do Ministério da Agricultura da Rússia para empresas brasileiras exportarem leite em pó. O assunto, de extrema relevância para o setor lácteo, repercutiu nas mídias.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), Jorge Rubez disse ao Diário Comércio Indústria & Serviços que a produção nacional de leite é quase equivalente ao consumo interno, tanto que o setor ainda demanda importações. “Não temos leite suficiente para atender uma nova demanda", afirma.

Rubez também comenta: "Vamos exportar mais, a que custo de produção?”. A média nacional de preços pagos ao produtor de leite em junho ficou em R$ 1,0413 por litro, de acordo com o CEPEA e, em contrapartida, Rubez conta que o custo de produção também supera R$ 1 e a possível elevação no valor do produto final poderia limitar o consumo interno. Segundo ele, pecuaristas de outros países como os Estados Unidos possuem um subsídio do governo para redução do desembolso do produtor e, consequentemente, aumento de competitividade.

“Será necessário um trabalho urgente na questão da competitividade”, é também a opinião do presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Sant'Anna Alvim, de acordo com o Canal Rural. Segundo ele, a ministra atendeu a um pleito do setor que está determinado no plano de melhoria de competitividade da cadeia do leite nos cinco maiores Estados produtores (Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás). – O projeto tem sete pilares e a abertura de novos mercados é um deles.

“Foi um grande passo para o setor, é bem-vindo, mas não basta só abrir. Temos um grande problema de competitividade que precisamos resolver. Só que não será de uma hora para outra”, comenta Alvim. Conforme o presidente da Comissão, o Brasil não é formador de preço do item no mercado internacional, tendo muita dificuldade em compensar o alto custo de produção no valor dos seus produtos. – Quem tem 40% do mercado internacional de produtos lácteos hoje é a Nova Zelândia, que é muito competitiva em custo de produção e em produtividade – ressaltou. A média nacional de produção de leite por vaca por lactação é entre 1,3 mil a 1,5 mil litros de leite, ante 4,5 mil litros de leite na Nova Zelândia.

Além disso, Alvim acredita que, apesar de se já ter avançando "bastante", a qualidade do leite brasileiro precisa ser aperfeiçoada ainda mais. Ele citou a questão dos resíduos sólidos na bebida, que precisam ser ampliados. – A Nova Zelândia consegue produzir um quilo de leite em pó com 7,5 litros de leite. Nós usamos 10 litros. Então, temos que conseguir atender ao mercado russo e outros que virão com um leite mais qualificado – afirmou.

Diversos leitores do MilkPoint também se manifestaram sobre a abertura do mercado russo:

Só falta agora a reação internacional do preço do leite em pó para frear as importações, dessa forma teremos preços interessantes pela frente.”
Elvis Luis Basso

Boa noticia!
Nosso país é um celeiro, vamos brindar essa conquista fornecendo qualidade para obter-se longevidade.
Parabens a todos.

Luciano Lacerda Nunes

Acredite, é a palavra certa diante de tantas incertezas em nossa política o agronegocios da início a um grande passo. Parabéns.
José Esequiel Faria

Vou rir pra não chorar!
Russia com seus embargos Europa a fora, abre as portas para o mercado brasileiro. E nossos diplomatas, veiculam a notícia como se fosse mil maravilhas!
Convenhamos!
Quero ver um "Brasil Lácteo" competitivo. Abrindo e ocupando mercados importantes sim, com seriedade, permanentemente e não sazonal, e sabendo onde se quer chegar. Ser o "tapa buracos" no mercado internacional não é política comercial e muitas vezes trás sérias consequências no mercado interno. Sem dizer, que não temos hoje excedentes exportáveis.
Alguém quer apostar o que nos acontece ao término dos embargos russos?

André Gonçalves Andrade

E você, qual sua opinião sobre a abertura do mercado russo? É uma boa oportunidade ou ainda falta competitividade para o Brasil?

As informações são do Canal Rural, DCI e MilkPoint.
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Eliseu Nardino
ELISEU NARDINO

MARIPÁ - PARANÁ

EM 17/07/2015

Simplesmente rir para não chorar, qualidade alguns até que possuem mas a grande maioria esta longe de atingir um minimo de qualidade, falando em qualidade temos que ter assistencia tecnica coisa que na maioria dos lugares não possuem,  mas a abertura do mercado russo não significa muito não, já que importamos muito leite a preços menores que os praticados aqui, então vamos exportar para que mesmo???
Cincinato Mendes Ferreira Filho
CINCINATO MENDES FERREIRA FILHO

MONTANHA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 14/07/2015

Bom dia, acho que o governo deveria preocupar é com a enxurrada de leite em pó importado que esta entrando no Brasil, e parar de sonhar com exportação.

Hoje se compra em qualquer volume leite em pó a R$9,30 o kg colocado no nordeste do Brasil isto significa leite fluido a o redor de R$1,10, e ai o que vamos fazer? O produtor esta com os custos de produção alto, a indústria não precisa nem falar, com custo energético (lenha, diesel e energia ) nas alturas, com margem espremida em função do monopólio das grandes redes e da pressão dos produtos importados, sem contar na pressão dos produtores por melhores preços.
LATICINIOS REZENDE LTDA
LATICINIOS REZENDE LTDA

MONTANHA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 13/07/2015

Muito Bom, compramos da Argentina ou Uruguai e vendemos para eles, ai sim seremos competitivos.Como diz a musica de MC GUI "sonhar nunca desistir ter fé..."
Dayana Adélia
DAYANA ADÉLIA

IBITURUNA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2015

Sou totalmente a favor da opinião do André Gonçalves de Andrade. Além de não termos excedente, não há competitividade e a Rússia abre o mercado em razão do embargos econômicos praticado pela União Européia. Não há o que se comemorar.

Quanto a qualidade do leite citado pelo Sr. Rodrigo da FAEMG a questão da qualidade do leite não há muitos incentivos. Em nossa pequena propriedade que tiramos em torno de 300 litros/dia, temos um controle correto de CCS, CBT, outros índices zootécnicos, áreas de sombra para os animais, tratamos dos resíduos sólidos, sala de leite, sala de ordenha, sala de ração, tudo como tem de ser. Há pelo menos dois anos entrei em contato com a FAEMG para tentativa de extensionista para obtenção de certificação da propriedade e tudo está atrelado aos laticínios. Para conseguir tenho de mudar de laticínio pois o que entrego não participa do programa de certificação, ou seja, se eu não conseguir vender o produto que produzo para quem o laticínio que participa do programa não consigo, Iniciei a negociação para mudar o laticínio e a resposta obtida foi que se não houver em minha região pelo menos 10 propriedades que se interessam na certificação o custo com o extensionista inviabiliza o negócio, ou seja, não consigo. Os sólidos totais que produzo estão pouco acima da média e pelo que tenho pesquisado entre os laticínios da região é que recebo com todo o cuidado, manejo e adequação é muito pouco em relação aqueles que produzem leite sem qualquer cuidado com a higienização do local, ordenha, pré-dipping, pós dipping. Não existe em alguns locais políticas nesse sentido, o de se valorizar a qualidade. Custo para manutenção existe mas o valor pago ao produto quase nenhuma diferença. Em outro tópico citei a questão da dificuldade de extensionista no negócio e recebi contato de um Veterinário, espero que consiga retorno, pois, tudo  que conseguimos implementar foi através de leitura de artigos, cursos online e em DVDs da Milkpoint. O produtor está literalmente sozinho no campo. O Governo Federal usa de propaganda mas a prática é outra.
Qual a sua dúvida hoje?