Após a epidemia de febre suína africana, a Rússia impôs um embargo às importações de carne suína da Europa no começo do ano passado, bem antes de seus embargos retaliatórios às importações de uma variedade de produtos de Europa, Canadá, Estados Unidos e Austrália em agosto. Os processadores de carne suína da Rússia se esforçaram para substituir as ofertas após o embargo e, sem a retomada do comércio da Europa, eles podem ser forçados a declarar falência. Dessa forma, está claramente no interesse nacional da Rússia a reabertura de suas fronteiras.
Desde agosto, a inflação aumentou para seu maior valor em cinco anos na Rússia e o Rublo caiu, prejudicando o poder de compra dos importadores. Se os russos se preocuparem com o aumento da inflação e com a cidadania instável, podem ficar inclinados a retomar as relações comerciais além do mercado de carne suína. Se a Europa novamente obtiver permissão para vender queijos à Rússia, os preços globais dos queijos e do leite em pó poderiam encontrar suporte.
Os exportadores de queijos da Europa sentiriam menos pressão para colocar descontos em seus produtos e os processadores europeus provavelmente mudariam o caminho do leite: ao invés de encaminhar o produto para secadoras, o encaminharia para a produção de queijos.
Porém, como sempre, a Rússia é enigmática. Embora o Rosselkhoznadzor tenha tido o cuidado de dizer que é o único que tem autoridade para rescindir as restrições veterinárias, o fato de que aqueles com maior poder lhe permitiram dar esse passo é encorajador. Por outro lado, as maiores tensões na Ucrânia estimularam os líderes da UE a considerar a intensificar as sanções. Se a Rússia decidir colocar a política à frente da população, suas fronteiras permanecerão fechadas.
A reportagem é do Daily Dairy Report, traduzida e adaptada pela equipe MilkPoint.