O novo acordo sobre o uso da água na indústria de lácteos da Nova Zelândia foi cautelosamente bem recebido pelo setor ambiental e criticado por outros. O Sustainable Dairying Water Accord (Acordo de Água Sustentável na Indústria de Lácteos) substituirá o Clean Streams Accord (Acordo de Cursos D’água Limpos) – um acordo voluntário entre a Fonterra e o governo local que vem operando desde 2003 e terminou no ano passado. O novo acordo entrará em vigor em 1 de agosto após o começo da próxima estação leiteira e foi expandido para incluir todas as companhias de lácteos e produtores de leite.
O acordo visa excluir 90% do gado leiteiro dos cursos d’água até maio do ano que vem e 100% até 2017.
O advogado da Forest and Bird, Kevin Hackwell, disse que o acordo representa uma boa notícia, já que cobrirá todas as regiões e produtores de leite. Porém, ele disse que a Forest and Bird acha que a proposta não conserva a principal lição que a Fonterra teve que aprender – que é necessário que haja alguma forma de lidar com o pequeno grupo de produtores que têm consistentemente baixo desempenho. Hackwell disse também que o acordo precisa de regras e punições mais claras.
A porta-voz ambiental do Partido Verde, Eugenie Sage, classificou o novo acordo da indústria como um acordo de “córregos sujos”. Ela disse que os produtores não cumpriram suas metas no acordo anterior e que o novo não é melhor, uma vez que não tem sanções claras às brechas e não terá muitas ações diretas para melhorar a qualidade da água.
“Nosso rebanho leiteiro de cerca de 6 milhões é equivalente a uma população humana de 84 milhões, mas sem o tratamento de esgoto”, disse Sage. Segundo ela, é preciso que haja um limite ao número de vacas leiteiras na Nova Zelândia, junto com um compromisso para não expandir em áreas como a Bacia Mackenzie. Ela disse que alguns ambientes são totalmente inadequados para a produção leiteira e que parece não haver um reconhecimento da indústria.
O conselheiro regional de Waikato e produtor de leite, Norm Barker, que preside o subcomitê de terra e qualidade da água, disse que o acordo reforçará o trabalho do conselho sobre novas medidas de proteção dos rios, começando com os rios Waikato e Waipa. Ele disse que houve uma melhora no desempenho ambiental da indústria de lácteos em Waikato, maior região produtora de leite da Nova Zelândia.
As companhias leiteiras disseram que seus fornecedores estão cientes de que deverão cumprir as metas do novo acordo. O presidente da Associação de Companhias de Lácteos, Malcolm Bailey, disse que as companhias ainda terão o poder, como a Fonterra fez no acordo antigo, de parar de coletar leite dos produtores que falharem no cumprimento dos padrões ambientais determinados pela indústria e pelos conselhos regionais.
“Todos queremos alcançar o mesmo resultado e cumprir as metas que são inerentes ao acordo”.
Bailey, que é produtor em Manawatu e diretor da Fonterra, disse que a reputação dos produtores de leite coletivamente está ligada ao cumprimento das metas do acordo e, conforme são vistos pela comunidade, é um fator crítico.
A reportagem é do Radio New Zealand, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Novo acordo sobre uso da água divide opiniões na Nova Zelândia
O novo acordo sobre o uso da água na indústria de lácteos da Nova Zelândia foi cautelosamente bem recebido pelo setor ambiental e criticado por outros. O novo acordo entrará em vigor em 1 de agosto após o começo da próxima estação leiteira e foi expandido para incluir todas as companhias de lácteos e produtores de leite.
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ISABELA MACHADO FERRARI
CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 26/02/2013
A questão ambiental na cadeia produtiva de lácteos é assunto que vem sendo discutindo já há algum tempo. Um relatório da International Dairy Federation, publicado em 2009, dá conta dos dados do impacto ambiental do segmento lácteo, desde o campo até o consumo. resultados mostram que o campo (fazenda de leite) apresenta maior impacto ambiental que os demais setores secundário e terciário, sejam a fabricação e o consumo. Para entedimento das variáveis ligadas à questão, a Agripoint - curso on line estará lançando em breve o curso "Tecnologias Ambientais na Industrialização do Leite", cujo conteúdo não visa só a apresentar as "obrigatoriedades ambientais", mas, sobretudo, as vantagens do estudo e domínio dos controles de processo para redução de desperdícios na indústria láctea. Postado por Isabela Machado Ferrari