Nova Zelândia: produção de leite mantém tendência de queda

Apesar de alguns dos preços mais altos do leite de todos os tempos, a produção de leite da Nova Zelândia continua a caindo.

A produção de leite em fevereiro caiu 8,2% em 159 mil toneladas, para 1,773 milhão de toneladas. O declínio de fevereiro foi a sétima queda mensal consecutiva com relação à temporada anterior.

A produção de leite de fevereiro representou o maior declínio percentual ano a ano desde março de 2019 e a maior queda de volume desde outubro de 2016. Até o momento, os sólidos do leite até fevereiro caíram 4% em comparação com o mesmo período da temporada anterior.

O enfraquecimento da produção de leite na Nova Zelândia é resultado de vários fatores, incluindo custos crescentes, clima inclemente e preocupações ambientais contínuas. Os custos crescentes devem subir ainda mais devido ao ataque contínuo da Rússia à Ucrânia, que deve elevar os preços de ração e fertilizantes para o topo. Rússia e Ucrânia são os principais exportadores de fertilizantes à base de nitrogênio.

O CEO da Fonterra, Miles Hurrell, disse na semana passada que “o conflito na Ucrânia agravou um ambiente operacional já complexo do Covid-19, impactando as cadeias de suprimentos globais, o preço do petróleo e o fornecimento global de grãos”. A escassez de mão de obra também aumentou os custos.

O início úmido da temporada de produção de leite na Nova Zelândia deu lugar a um verão excepcionalmente seco que afetou negativamente a qualidade das pastagens. O nível de chuvas da Nova Zelândia caiu 72,2% abaixo do ano anterior, atingindo uma baixa sazonal de 20 anos em janeiro.

O clima e a poluição das vias navegáveis colocaram os laticínios da Nova Zelândia sob maior observação ambiental nos últimos anos. Em 2019, os laticínios foram incluídos no esquema de comércio de emissões do país, um movimento que eles se opõem veementemente. Embora o esquema não se torne efetivo para os laticínios até 2025, as crescentes preocupações ambientais continuarão limitando o número de vacas.

A má temporada obrigou a Fonterra a pagar a seus produtores 30% a mais pelo leite do que pagou no ano passado neste momento, e os aumentos de preços ainda não terminaram. A questão é se mais aumentos serão suficientes para incentivar mais produção de leite na próxima temporada.

As informações são do Daily Dairy Report, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 

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