Negócios de paletas buscam estratégias para se manter no mercado

As paletas mexicanas, picolés grandes com sabores sofisticados e recheios, que avançaram fortemente a partir de 2013, hoje se armam com diversas estratégias para lidar com um quadro de retração da economia e competição acirrada nos grandes centros, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro.

Publicado por: MilkPoint

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As paletas mexicanas, picolés grandes com sabores sofisticados e recheios, que avançaram fortemente a partir de 2013, hoje se armam com diversas estratégias para lidar com um quadro de retração da economia e competição acirrada nos grandes centros, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro. "Há muita concorrência e ficarão as marcas mais preparadas. É preciso ficar alerta, olhar para a gestão e inovar", avalia Eduardo Weisberg, presidente da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis).

Para ele, é um fenômeno parecido com o que ocorreu com o frozen iogurte em anos anteriores. Mas Weisberg diz que esses produtos não vão deixar de existir. Levando-se em conta as paleterias que fazem parte da Associação Brasileira de Franchising (ABF), foi positivo o saldo de marcas e unidades entre 2014 e 2015. Porém, ocorreram fechamentos de lojas entre algumas associadas e outras que atuam no segmento.

A Los Paleteros, nascida no Balneário Camboriú (SC), acaba de completar três anos. Em 2015, a queda das vendas foi de 30% em relação a 2014, levando-se em consideração a base de negócios em operação nos dois anos. O total de unidades cresceu de 54% no ano passado e o faturamento avançou 10%, para R$ 76 milhões. Atualmente são nove unidades próprias e 104 franquias.

Em 2015, houve o fechamento de uma loja em São Paulo. "Nada fora do padrão", afirma Gean Chu, sócio-fundador da Los Paleteros. Para enfrentar o cenário complexo foram investidos R$ 3 milhões na modernização e incorporação de novos produtos na fábrica em Barracão (PR). "Faremos a transição de uma estratégia monoproduto para a oferta de outros tipos de sorvetes", diz. A Los Paleteros acaba de lançar a linha Poëse, uma minibola de sorvete com recheio de paleta e cobertura de chocolate, vendida a R$ 3,50. A empresa desenvolve um novo sabor de paleta a cada mês e os preços não foram reajustados, variam de R$ 6,50 a R$ 10.

Desde 2013 no segmento de paletas, a Helado Monterrey que iniciou sua trajetória em Salvador (BA), conta hoje com 17 unidades próprias mais 67 franquias. No ano passado, abriu 18 novos empreendimentos, porém, seis encerraram as atividades. Os fechamentos ocorreram por diversos fatores, desde problemas que afetaram os pontos comerciais até a concorrência. "O mercado mudou bastante, mas nosso saldo é positivo", diz Eduardo Sampaio, diretor de marketing e vendas da empresa.

A rede faturou R$ 40 milhões no ano passado, 29% acima de 2014. No ano passado, a Helado Monterrey investiu R$ 6 milhões na fábrica para obter mais eficiência e padronização. Sabores novos impulsionaram as vendas como as paletas de maracujá com leite condensado e banana com Nutella. Uma linha de orgânicos está no calendário de inovações este ano.

Com sede em Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), a Paleteca foi criada em 2013. São 65 lojas, sendo cinco próprias e as demais licenciadas, além de mais de 500 freezers em pontos de vendas em todas as regiões do país. "O comodato cresceu e fez o faturamento subir", explica Everson Ceschin Filho, diretor-executivo da Paleteca. O faturamento de 2015 ainda não foi totalizado, mas a estimativa é que fique de 10% a 15% acima do registrado no ano anterior, de R$ 20 milhões. Para superar o momento difícil, a marca aposta em novidades como as paletas fit, incluindo a de proteína de soja. "Lançamos ainda as mini-paletas de 60 gramas e estamos desenvolvendo sobremesas e brownies", conta.

A MexicasFest, com base no Guarujá, litoral de São Paulo, começou no segmento de paletas em 2009, quando não havia tantos players. "Hoje são 28 lojas licenciadas, mas já tivemos o dobro disso", conta Ricardo Santos, dono da empresa. A MexicasFest também está em 200 pontos de venda (comodato).

No ano passado, a queda no faturamento foi de 60%. "O poder de compra dos brasileiros caiu e em algumas cidades onde atuamos ocorreram demissões em massa", explica Santos. Como soluções, novas receitas de paletas foram criadas e o preço médio caiu de R$ 8 para R$ 5. "Reduzimos os preços e as margens para continuarmos no mercado", conclui o empresário.

As informações são do Valor Econômico.
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