MP concentra inspeção animal nas mãos do governo federal
O governo pegou carona na Medida Provisória 653 e incluiu uma proposta para que a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal seja concentrada na esfera federal. Caso aprovada, a proposta [...]
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 2 minutos de leitura
O texto original da MP encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional trata de alterações no modelo de fiscalização de farmácias. Mas, na última quinta-feira, a pedido do Ministério da Agricultura, foi alterado pelo relatório do deputado federal Manoel Junior (PMDB-PB), da base aliada. A mudança gerou reação negativa de secretarias estaduais de Agricultura, especialistas e até do próprio governo.
De acordo com a Lei 1.283, que vigora no país desde 1950, a inspeção animal é competência dos governos estaduais, municipais e federal. Entretanto, a medida em questão sugere que esse serviço "é de competência da União".
O novo projeto estabelece, também, que "a União, através do Ministério da Agricultura, poderá celebrar convênios para delegação de competência através do reconhecimento de equivalência dos serviços de inspeção sanitária de produtos de origem animal do Distrito Federal, dos Estados e Municípios".
Isso significa dizer que, se aprovada a proposta, a inspeção de estabelecimentos que produzem carne e lácteos, por exemplo, passará a ser realizada exclusivamente pelos fiscais agropecuários federais do Ministério da Agricultura. E, ainda, que o Serviço de Inspeção Federal [SIF] será o único a prevalecer no Brasil, enquanto os serviços de inspeção estadual (SIE) e municipal (SIM) deixarão de existir.
De acordo o deputado Manoel Junior, os artigos referentes à inspeção agropecuária têm "anuência integral" do Ministério da Agricultura. "Estados e municípios não têm estrutura e condição para fazer inspeção de alimentos e o Ministério quer avocar para si toda essa responsabilidade", afirmou ao Valor.
Para Ênio Marques, ex-secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e que foi servidor de carreira da Pasta por 34 anos, a medida, entretanto, é inconstitucional, pois o sistema de inspeção animal no país não é federalizado. As mudanças propostas, segundo ele, também esbarram na permanente falta de profissionais para atuar na área.
"Se prevalecer essa lei, será necessário contratar muita gente e certamente uma quantidade muito grande de estabelecimentos terá que fechar as portas, porque muitos não vão conseguir atender aos requisitos", disse ele. "Isso abre espaço para a concentração de frigoríficos maiores, podendo interferir no preço dos produtos ofertados", acrescenta.
Marques explica que, na prática, a MP é uma tentativa de retomar a federalização do sistema de inspeção a frigoríficos - que já vigorou no Brasil entre 1971 e 1989, mas se mostrou ineficiente pela incapacidade de um só órgão cobrir todo o território nacional.
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, adverte que a existência de órgãos de fiscalização agropecuária municipais e estaduais é fundamental para a inspeção de pequenas e médias indústrias de produtos para alimentação. "Isso seria um grande retrocesso. Temos é que aumentar a oferta de serviços de inspeção, e o governo federal sozinho não consegue", analisou.
Procurados, o Ministério da Agricultura e as entidades Abiec (carne bovina) e ABPA (carnes suína e de aves) responderam que seus técnicos ainda estão avaliando as mudanças propostas pela MP.
A notícia é do Jornal Valor Econômico
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MUTUM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 06/12/2014
As administrações publicas municipais até hoje fizeram e fazem vistas grossas para o problema, como também a inspeção estadual, e se passar para federal adeus.
Trabalhei na EMATER - MG, e realizei várias semanas de Produtor Rural com palestras durante a semana e por duas vezes, sobre segurança alimentar e abate clandestino melhor(sem inspeção), realizada pelo delegado do IMA.
Meu município Mutum - MG.
Nelsomar Pereira Fonseca

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 24/11/2014

ITATIBA - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS
EM 21/11/2014
CARRANCAS - MINAS GERAIS
EM 18/11/2014
Isto provocará o fim das pequenas fábricas que fazem produtos com qualidade e amor à arte de fazer queijos.
Quando o político não tem o que fazer deveria se retirar da vida pública e deixar de fazer propostas que prejudiquem setores já consolidados.
É um ato de pura covardia!!

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 18/11/2014
Será que o MAPA não conhece os problemas da cadeia produtiva de leite e derivados do Brasil e a extensão do País, e desconhece as limitações que tem por falta de recursos e falta de fiscais? Será que desconhece que o problema de falta de fiscais será agravado pelo grande número de fiscais que estão para se aposentar?
Ou será que querem criar um monstro nos moldes da Petrobrás, onde a incapacidade de controle do Governo Federal levou à caótica situação atual?
Não há dúvida que a fiscalização do setor lácteo precisa melhorar, não só a municipal, estadual, como a própria federal.
Mas esse com certeza não é o caminho. O que precisa ser feito é aprimorar o entrosamento entre as fiscalizações municipais, estaduais e federal e a otimização dos recursos para esse fim.
Espero que essa proposta seja vetada pela presidente e que no seu lugar o MAPA promova ampla discussão na cadeia produtiva de leite e derivados visando a melhoria da fiscalizaçõ e otimização de recursos públicos.
Marcello de Moura Campos Filho