MG: 'mar de lama' de barragens paralisa produtores de leite e laticínios na região do rio Doce

A Cooperativa do Vale do Rio Doce, que produz 200 litros de leite por dia da marca Ibituruna, em Governador Valadares, percorreu as fazendas da região para alertar seus 1.500 produtores a não utilizar a água do rio. Os produtores de leite utilizam a água para alimentar o rebanho, irrigar a capineira (pasto de capim) e produzir milho.

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A chegada da lama das barragens da Samarco ao rio Doce começa a afetar os negócios em cidades ribeirinhas da região. Empresas de variados portes – da fabricante de celulose Cenibra a cooperativas agroindustriais – estão sendo forçadas a suspender a produção por dificuldades no suprimento de água.

Foto: Moacyr Lopes Junior - 7.nov.2015/Folhapress

A Cooperativa do Vale do Rio Doce em Governador Valadares percorreu as fazendas da região para alertar os produtores a não utilizar a água do rio. Os produtores de leite utilizam a água para alimentar o rebanho, irrigar a capineira (pasto de capim) e produzir milho. Segundo Gilmar Oliveira, gerente-geral da cooperativa, a preocupação é com o que pode existir na água. "Estamos ainda aguardando os órgãos competentes nos dizerem quando e se poderemos tratar a água. O que estamos vendo é um rio sem oxigênio, com muito peixe morrendo", disse Oliveira.

Localizada em Resplendor, quase na divisa com o Espírito Santo, a Capel Tradição em Laticínios começa a se preparar para enfrentar a crise. "Fomos informados que a segunda onda de lama chegará aqui amanhã [quarta-feira] e teremos que interromper a captação de água", diz o gestor da área de meio ambiente da empresa, Fabiano Rodrigues dos Santos. A Capel capta do rio Doce uma média de 8 litros por segundo, usados para limpeza de equipamentos e alimentação de caldeiras, além do consumo dos empregados.

Santos explica que a água de poços artesianos vai permitir a manutenção de determinadas atividades, mas as linhas de produção de leite UHT e de queijos, excluindo a muçarela, serão paralisadas. "Sem água não dá para trabalhar", lamenta ele, calculando uma perda de 30% na receita até que a situação se restabeleça. 

Produtores de Mariana (MG) já perderam 30 mil litros de leite


Fazendas na cidade de Mariana (MG) atingidas por lama após o rompimento das barragens da mineradora Samarco, na última quinta-feira, dia 5, perderam até agora 30 mil litros de leite. O motivo foi a suspensão das coletas e o corte de energia elétrica na região, o que obrigou os pecuaristas a descartar a bebida.

Na propriedade de Ana Maria Cerceau, a área de milho cultivada para fazer silagem para o gado foi coberta de lama. Alguns animais permanecem presos no barro. A fazenda ficou isolada, e só é possível ter acesso a pé ao local. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido e, assim, não é possível manter o leite na temperatura correta, levando-o a ser descartado. O rio não oferece mais água para a criação, que também ficou sem pasto. A família Cerceau, que sempre viveu do leite, será obrigada a vender os animais.

As informações são do jornal Folha de São Paulo e do Canal Rural. 
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gilmar gomes da silva
GILMAR GOMES DA SILVA

PIUMHI - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 16/11/2015

Pena , mais uma ves a natureza vai ter que ensinar o homem e nos socorrer de novo . Em silêncio e sem cobrar propina de ninguém , vai trabalhar dia e noite , e , não importa o tempo que for , vai nos devolver , condições de nos explorar mais uma vez , tirar nossos sustentos e até mesmo proporcionar novas oportunidades de alguns politicos fazer seus discursos mirabolantes e prometedores , mas nunca se dão conta que quem deveria ir embora neste mar de lama , seria a corrupção deste país.....
José Carlos Azevedo
JOSÉ CARLOS AZEVEDO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/11/2015

Nossa solidariedade a situação do produtores de Minas Gerais, na área atingida pelos resíduos da mineração e se possível as nossas atitudes em apoio aos produtores atingidos. Nosso país e suas autoridades permitem situações as mais prejudiciais possíveis a todos aqueles que produzem, principalmente se for homem do campo. Nada poderá satisfazer a tranquilidade perdida pelos produtores de leite. Estas mazelas poderiam ser evitadas se o Ministério Público, através de seu parecer fosse ouvido antes.
eloisio fernandes
ELOISIO FERNANDES

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/11/2015

E DE CORTA O CORAÇAO,NOS DE VALADARES ESTAMOS SEM ATITUDES POIS TEREMOS QUE TOMAR DECIZOES EM MUDANÇAS DOS NOSSOS HABITOS DO DIA ADIA SEM AGUA A COIZA VAIFICAR  DIFICIL.
Qual a sua dúvida hoje?