Liminar obriga VRS-Latvida a controlar qualidade do leite em caso de reabertura da fábrica

Ao acatar pedido liminar em ação coletiva de consumo proposta pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, o Juiz Sandro Silva Sanchotene, da 16ª Vara Cível de Porto Alegre, determinou que, caso volte a funcionar, a empresa VRS Indústria de Laticínios Ltda adote mecanismos de controle da origem da matéria-prima recebida na indústria, faça aferição e calibração periódica de equipamentos para análise de leite, comunique imediatamente ao órgão fiscalizador quando for constatada a impropriedade dos produtos lácteos, faça o cadastro dos transportadores e postos de resfriamento, entre outras medidas.

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Ao acatar pedido liminar em ação coletiva de consumo proposta pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, o Juiz Sandro Silva Sanchotene, da 16ª Vara Cível de Porto Alegre, determinou que, caso volte a funcionar, a empresa VRS Indústria de Laticínios Ltda adote mecanismos de controle da origem da matéria-prima recebida na indústria, faça aferição e calibração periódica de equipamentos para análise de leite, comunique imediatamente ao órgão fiscalizador quando for constatada a impropriedade dos produtos lácteos, faça o cadastro dos transportadores e postos de resfriamento, entre outras medidas. Foi determinada multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento da indústria, detentora das marcas Latvida, Hollmann, Só Milk, Goolac e Leite da Manhã. A ação pede, ao término, indenização a título de danos morais coletivos em valor não inferior a R$ 3 milhões.

A ação, ajuizada na manhã desta quinta-feira, 12, baseia-se em diversos documentos remetidos pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, que demonstraram que, desde o ano de 2003, a indústria vem sistematicamente sofrendo autuações. Os motivos são diversos: produtos e água em desacordo; datas de fabricação adulteradas; produtos com adulterações (sacarose, cloro/hipoclorito), produtos refrigerados com temperatura acima da permitida; comercialização de produtos com rótulos não registrados; transporte de produtos mal acondicionados; instalações com higienização insatisfatória; burla à fiscalização; prestação de informações inverídicas aos órgãos de fiscalização e etc.

Um dos exemplos é a fiscalização realizada pela Secretaria Estadual da Agricultura em 23 de abril deste ano, quando foram apontadas 188 irregularidades na sede da indústria que, posteriormente, motivou a suspensão de suas atividades pelo órgão administrativo estadual. No entanto, isso não foi suficiente para impedir a continuidade da industrialização de leite.

Somado a esse histórico, também foi constatada a adição de formol ao leite UHT Desnatado, da marca Latvida, com fabricação em 16/02/2013, em março deste ano, o que retrata apenas uma entre as tantas inadequações envolvendo a empresa VRS – Latvida.

Mesmo que no último mês de junho a Secretaria Estadual da Agricultura tenha concedido nova oportunidade à empresa para retomar as suas atividades, mediante termo de compromisso e adesão firmado junto àquele órgão, em nova fiscalização realizada em 21 de agosto, novamente houve necessidade de interdição da indústria. Na ocasião, por volta da meia noite, a Secretaria, acompanhada de policiais da Delegacia do Consumidor, constatou que a empresa estava recebendo, pasteurizando e envasando leite UHT e creme de leite no período noturno em péssimas condições de higiene, sem aviso prévio e presença da inspeção local, novamente descumprindo sanção administrativa decorrente de Regime Especial de Fiscalização.

Sobressaiu-se o fato de que foram encontradas mais de mil caixas de Leite UHT armazenadas em sacos plásticos que, devido as suas características, indicavam que haviam sido esvaziadas recentemente e com prazos de validade vencidos, algumas inclusive há meses.

Das cinco indústrias que tiveram constatada a presença de formol em lotes de leite UHT que chegaram ao mercado de consumo, divulgadas através da Operação Leite Compen$ado, em maio, a VRS–Latvida foi a única a se negar a firmar Termo de Ajustamento de Conduta com a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, o que motivou o ajuizamento da ação coletiva de consumo.  

As informações são do Ministério Público do RS, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Rodrigo Redlich
RODRIGO REDLICH

AJURICABA - RIO GRANDE DO SUL

EM 23/09/2013

Eu quero saber pra onde é que vai ir esses 3 milhões e 500 mil reais, e se nós produtores  de leite que somos vitimas dessa empresa vamos receber os valores que é de direito? cabe ao MP primeiro analisar essa situação pois nossos animais tiveram redução de produtividade pois estamos sem dinheiro para cumprir nossos compromissos e sem credito para adquirir alimento para os animais produzirem.

Esse é o governo que se preocupa com a qualidade dos alimentos, mas esqueçe da qualidade de vida de quem produz, depois vem essas histórias de bem estar animal!

Até quando a classe que sustenta o mundo (os produtores rurais que produzem os alimentos) vão ser ignorados pela sociedade?????????????
Alan Issa Rahman
ALAN ISSA RAHMAN

CARAZINHO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/09/2013

Isso é uma vergonha sem tamanho, o consumidor está abandonado a dura sorte, a empresa foi advertida diversas vezes, se envolve num escandalo sem precedentes e mesmo assim continua comercializando. Como que iremos cobrar qualidade no leite dessa forma???
Qual a sua dúvida hoje?