Líderes de caminhoneiros do Sul do país não fecham acordo com Dilma

Líderes do movimento dos caminhoneiros que bloqueia as estradas do Sul do país desde a semana passada não dão aval ao acordo anunciado pelo governo federal na noite de quarta­-feira (25) e dizem que as promessas da equipe de Dilma Rousseff não resolvem os problemas da categoria. A paralisação, segundo a categoria, será mantida.[...]

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Líderes do movimento dos caminhoneiros que bloqueia as estradas do Sul do país desde a semana passada não dão aval ao acordo anunciado pelo governo federal na noite de quarta­-feira (25) e dizem que as promessas da equipe de Dilma Rousseff não resolvem os problemas da categoria. A paralisação, segundo a categoria, será mantida.

O jornal Folha de São Paulo reportou o relato de seis líderes da categoria na manhã da quinta-feira (26) e todos discordam das medidas anunciadas. Nenhum deles participou da reunião em Brasília – e dois dos seis afirmam, inclusive, que "não houve acordo" com os caminhoneiros.

Apesar do anúncio do governo, a paralisação nas estradas federais segue forte no Sul. Segundo o balanço da manhã desta quarta da Polícia Rodoviária Federal, o Sul concentra 49 (quase 70%) dos 71 pontos com interdições: 20 no RS, 18 no PR e 11 em SC, segundo a polícia. A região Sul é a que mais tem sofrido com os bloqueios, com falta de abastecimento de alimentos e até remédios.

"Não houve acordo algum com o governo, o que houve foi algo vergonhoso. Anunciaram que foi feito acordo para espalhar na imprensa. Nós aqui continuamos parados. Não temos condições nem de pagar o IPVA, vamos permanecer parados pelo tempo que for preciso", disse Odi Antônio Zani, líder do movimento de paralisação em Palmeira das Missões (RS).

Quatro deles citam que o maior problema do acordo está na não redução do preço do diesel e no "congelamento" dos financiamentos de caminhões.

"Não concordamos com esse pacotão do governo. Não queremos carência, queremos moratória dos financiamentos", afirmou o secretário­geral do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga) em Francisco Beltrão (PR), Idair Parizotto.

Segundo Parizotto, a proposta apresentada pelo governo é praticamente a mesma de 2012, quando também houve uma greve da categoria. "Não concordamos com esse pacotão do governo. Não queremos carência, queremos moratória dos financiamentos", diz.

O Sindicat informou que hoje e amanhã o comércio de seis cidades da região –Pérola d'Oeste, Capanema, Planalto, Santo Antônio do Sudoeste, Pranchita e Barracão– abrirão parcialmente e os comerciantes irão às rodovias para apoiar os caminhoneiros.

Segundo a Associação dos Municípios do Oeste do Paraná, parte das prefeituras daquela região vai funcionar parcialmente. O prefeito de São João, Altair José Gasparetto (PSDB), que preside a Amsop, diz que a entidade entende e é favorável as manifestações dos caminhoneiros.

Já Ivar Luiz Schmidt, um dos representantes do Comando Nacional dos Transportes, foi mais radical e afirmou, em sua página de uma rede social, que o governo é "mentiroso, pois "não houve acordo nenhum".

Segundo ele, quando o governo anunciou o acordo na noite de quarta, a reunião com os caminhoneiros ainda não havia acabado.

"Nesse momento, esse governo mentiroso chamou a imprensa e disse que havia tido um acordo para dar tempo de sair no Jornal Nacional [da Rede Globo]", disse.

Depois desse anúncio à imprensa, a reunião entre representantes do governo e de caminhoneiros continuou.

Schmidt defendeu, ainda nas redes sociais, que o movimento se radicalize nesta quinta, bloqueando inclusive carros particulares nas estradas. O jornal Folha de SP tentou, mas não conseguiu falar com ele na quinta-feira (26).

No Paraná, segundo a PRF, os caminhoneiros pararam veículos de passeio em Ponta Grossa. Em outras cidades do Estado, o Sinditac diz que os caminhoneiros pararam os carros particulares apenas para conscientizá­-los do problema.

A reportagem é do Jornal Folha de S. Paulo.
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Ricardo
RICARDO

TRÊS DE MAIO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/03/2015

É fato que o agricultor pecuarista acaba sendo muito prejudicado diante dessa greve dos caminhoneiros (que eu mesmo apoio plenamente), porém, poderiam ter bom censo e liberar a passagem dos caminhões de transporte de leite e rações.



Só que não podemos mais ficar calados diante de tudo isso que o governo está fazendo, VIRAMOS ESCRAVOS DO GOVERNO!!! Estamos sendo explorados de uma forma absurda com todos esses montes de impostos e tributos e sequer temos o básico como estradas decentes.



Tanto se exige que os produtores melhorem a qualidade do leite, e há muitos aqui que só podem ligar o resfriador de leite depois que terminaram de ordenhar as vacas, porque a luz não suporta ligar os 02 motores juntos. Quem quer mais luz precisa bancar boa parte do custo do seu próprio bolso.



A realidade é que estamos trabalhando para sustentar o governo e não a nós mesmos... Estão levando boa parte do dinheiro que tanto sofremos e trabalhamos para conseguir. Não da pra aguentar mais isso, querem tirar impostos que tudo tudo que fazemos, tudo se tornou movido pelo dinheiro.



Outro fato que mostra que o querem mesmo é meter a mão no nosso bolso é a questão do emplacamento dos tratores, como se isso fosse mudar alguma coisa. É inaceitável, considerando que as rodovias são usadas apenas para o deslocamento de uma lavoura para outra. Os carros, motos e caminhões todos tem placas e isso não ajuda a diminuir os acidentes...



Outro absurdo, é essa tal de declaração de imposto de renda, se não bastasse todos os mais de 30% de tributos que pagamos em todos os insumos (que são muitos) que compramos, considerando todos os riscos e grandes perdas que temos devido ao clima, doenças,.. e ainda ter que pagar imposto daquilo que conseguimos fazer sobrar...?!?!



Não temos final de semana, férias, trabalhando até horas da noite (em algumas épocas, como no plantio e na colheita), e o custo que temos em insumos para "botar na terra", dinheiro investido que pode simplesmente evaporar em uma estiagem, chuva de granizo,...



O governo disponibiliza financiamentos baratos e depois quer que o povo trabalhe de graça.



Não chamam a força nacional para pegar bandidos, mas fazem isso com os caminhoneiros e se não gastasse a falta de vergonha na cara, ainda usam os protestos para aplicar multas, arrecadar dinheiro pra encher o bolso dos políticos corruptos.



Quando os índios, MST, os motoristas de ônibus, metrô estavam de greve, alguém foi multado? Ninguém!



Brasil, aqui bandidos tem mais valor e direitos que os trabalhadores honestos. Alias, só tem lei pra quem é certo.
Pedro Fenatp
PEDRO FENATP

UMUARAMA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/03/2015

Hoje um bezerro cruzado bom custa R$1.000,00 a 1.300,00 na região que moro.

240 dias x 4 litros = 960 litros leite

Com o preco que esta a @ carne, vacas holandesas serão cruzadas com nelore.

Se tudo ocorrer com o planejado daqui 4 anos paro.. Rebanho hoje de 200 vacas leite.
Eliseu Nardino
ELISEU NARDINO

MARIPÁ - PARANÁ

EM 27/02/2015

Vocês produtores deveriam ir junto para a rua, ou vocês estão contentes com o preço que estão recebendo? Ou estão satisfeitos com a politica publica voltado para a produção leiteira?
elton carloss barcelos
ELTON CARLOSS BARCELOS

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/02/2015

É um absurdo isto o que estes caminhoneiros estão fazendo, prejudicando toda população brasileira dando prejuízo em vários setores que mechem com a economia.



Estes lideres dos transportes não irão me pagar o leite que estamos jogando fora desde o dia 21, temos contas a pagar e estamos no momento tentando achar motivação para prosseguir em frente nesse pais aonde a maioria é individualista e só pensa em si próprio . Muitos produtores pequenos já estão abandonando de tirar leite e vendendo as vacas para pagar as contas.

É muito triste a falta de bom senso de algumas pessoas  deste pais, desde ao pequeno peixe ao grande.
Rodrigo Redlich
RODRIGO REDLICH

AJURICABA - RIO GRANDE DO SUL

EM 26/02/2015

Eu gostaria de saber se o sr, se é que merece esse termo, Odi Antônio Zani irá me pagar o prejuízo que tenho pelo leite produzido e colocado fora porque os caminhões da DPA não vieram coletar o produto desde segunda feira 23, primeiro houve bloqueio a tempos atrás a cena era a mesma, depois os freteiros adulteraram leite onde a empresa latvida foi lacrada e não pagou os produtores, daí os freteiros deram mais um calote recolhendo o leite e pagando 60% do valor do leite, quando tiveram oportunidade de mudar, 53% acharam satisfeitos o governo e o reelegeram, agora querem mudanças e pra isso tem que prejudicar milhares de produtores os quais tem compromissos a cumprir, vaca de leite não da pra desligar e parar na beira de rodovia!!
Qual a sua dúvida hoje?