LEITE/CEPEA: Preço do leite pago ao produtor tem nova alta, acumulando 18% no ano

Em julho, preço do leite pago ao produtor apresentou mais um reajuste, o sexto de sucessivas altas ao longo de todo o primeiro semestre de 2013 e o maior desde setembro/07, em termos reais (descontando a inflação do período). O valor bruto do leite pago ao produtor (inclui frete e impostos) calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, atingiu R$ 1,0544/litro em julho - esta média é ponderada pelo volume captado em junho nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA.

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Em julho, preço do leite pago ao produtor apresentou mais um reajuste, o sexto de sucessivas altas ao longo de todo o primeiro semestre de 2013 e o maior patamar desde setembro/07, em termos reais (descontando a inflação do período). O valor bruto do leite pago ao produtor (inclui frete e impostos) calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, atingiu R$ 1,0544/litro em julho – esta média é ponderada pelo volume captado em junho nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Em relação ao mês anterior, a média registrou alta de 3,6% (ou de 3,7 centavos/litro) e, frente a julho/12, o aumento, em termos reais, é de 17%. O preço líquido apresentou o mesmo comportamento, chegando a R$ 0,9798/litro, elevação de 4% (ou de 4,8 centavos/litro) em relação a junho/13. Desde o início deste ano, o aumento no preço bruto já é de 18% em termos nominais e de 14,4% em termos reais.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse novo aumento no preço do leite esteve mais atrelado à firme demanda do que a produção. Isso porque, em junho, a captação de leite chegou a aumentar no Brasil – 6,73%, conforme o Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite) do Cepea – depois de registrar consecutivas quedas desde o início deste ano. A maior produção, por sua vez, se deve às boas condições de desenvolvimento das pastagens de inverno e também ao maior poder de compra do produtor de leite frente à alimentação concentrada.

No Sul do Brasil, a produção chegou a avançar 10,5%. Em Minas Gerais, o aumento na captação de maio para junho foi de 5,2%, em Goiás, de 4,5% e em São Paulo, de 3,1%.

Por outro lado, agentes relataram que o frio intenso em algumas regiões, principalmente no Sul, tem prejudicado bastante o desenvolvimento das pastagens de inverno, o que pode afetar a produção de leite de julho. A estratégia de parte dos produtores tem sido o uso da silagem – para os que produziram o alimento – e o aumento do uso de ração no cocho.

Para o próximo mês, a expectativa de representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea continua sendo de alta nos preços, mas o mercado já sinaliza um pouco mais de estabilidade que o mês anterior. Entre os compradores ouvidos pelo Cepea, 56%, que representam 51,6% do leite amostrado, acreditam que haverá novo aumento de preços em agosto e 40,4% (que representam 47,1% do volume captado) indicam estabilidade. Somente 3,7% dos agentes (que representam 1,3% do volume) sinalizam queda para agosto.

Mesmo com a captação de junho em um patamar superior ao do mesmo mês de 2012, indústrias alegam que a oferta de matéria-prima tem sido insuficiente para o atual ritmo de venda de derivados. A demanda aquecida ainda tem sido o principal motivo para esta queixa. Com isso, os preços dos produtos lácteos continuam subindo com força. Alguns representantes dessas empresas contatadas pelo Cepea indicam que a demanda tende a aumentar mais ainda no início de agosto com a volta às aulas.

Em relação aos preços dos derivados no atacado de São Paulo, a oferta de matéria-prima abaixo da demanda, que continua bastante aquecida, tem alavancado as cotações, principalmente do leite UHT e do queijo muçarela. Até o dia 29 de julho, o leite UHT e o queijo muçarela registram médias de R$ 2,29/litro e de R$ 12,63/kg (aumentos de 5,4% e de 2,4% em relação a junho), respectivamente, sendo os maiores patamares nominais das séries histórias desses produtos, iniciada pelo Cepea em mar/10 e jan/11, nesta ordem. Essa pesquisa do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

AO PRODUTOR – Em julho, o preço bruto pago ao produtor de Goiás atingiu R$ 1,1285/litro, alta de 4,7% em relação a junho (5,1 centavos/litro) e novamente foi o maior valor dentre os estados que compõem a “média Brasil”. No estado de São Paulo, onde a média foi de R$ 1,0772/litro, o acréscimo foi de 3,1% (ou 3,2 centavos/litro); em Minas Gerais, o reajuste foi de 3,2% (3,3 centavos), com o litro alcançando R$ 1,0714.

Em Santa Catarina, a alta foi de 6,5% (6,3 centavos/litro), com a média atingindo R$ 1,0333/litro em julho. No Paraná, o preço subiu 4,3% (4,2 centavos/litro) e a média passou para R$ 1,0179/litro. Os estados que tiveram as menores médias continuaram sendo Bahia e Rio Grande do Sul. O preço bruto no primeiro teve incremento de 3,6% (ou 3,7 centavos/litro) e no segundo, de 4% (ou 3,7 centavos/litro), com as médias a R$ 0,9995 e a R$ 0,9672/litro, respectivamente.

Quanto aos estados que não compõem a “média Brasil” do Cepea, os preços também subiram. O maior patamar foi verificado no Rio de Janeiro, onde o litro alcançou R$ 1,1109, aumento de 5% (ou de 5,3 centavos/litro). Na sequência esteve o Espírito Santo, com média estadual de R$ 1,0473/litro, com alta de 5,4% (5,4 centavos/litro). No Ceará, os valores permaneceram praticamente estáveis, com leve aumento de 0,2% (0,02 centavo/litro) e média a R$0,9992/litro. Em Mato Grosso do Sul, o preço pago ao produtor aumentou 4,8% (ou 4,4 centavos/litro), com o litro a R$ 0,9601.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em JULHO referentes ao leite entregue em JUNHO

Fonte: Cepea-Esalq/USP. 

Gráfico 1: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA
(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

Fonte: Cepea-Esalq/USP.


A matéria é do CEPEA/ESALQ - USP adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Eduardo Fonseca Portugal
EDUARDO FONSECA PORTUGAL

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/08/2013

Bom dia,srs.......



Faço das  palavras de  Julia(Feira de Santana)...as minhas palavras! O leite ainda no Brasil...não atingiu o "Status" de alimento nobre! Se a cerveja desce redonda ou quadrada ...não interessa o preço e sim se ela está gelada!  Portugal.
Divinomar Arantes de Freitas
DIVINOMAR ARANTES DE FREITAS

SANTA HELENA DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2013

Produtores de leite aproveite esse momento, para investir e fazer planejamento; tenho certeza que mercado nacional e internacional necessita de nós produtores; ´por que falta leite no mundo.
edivaldo favero
EDIVALDO FAVERO

SALTO DO LONTRA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2013

muito bem lembrado, parabéns pelos comentário.
Jerry Nonato Rocha
JERRY NONATO ROCHA

MAIQUINIQUE - BAHIA

EM 05/08/2013

Faço minhas as palavras de DARLANI DE SOUZA PORCARO, de Muriaé, pois aquir na Bahia a situação é a mesma,  alem de produtor rural sou também presidente de associação e venho numa luta travada para conseguir uma casa aquir para nossa região, muito carente em moradia digna para os trabalhadores e também para os produtores. Que os governantes um dia venha torna menos burocrático está conquista. abraço!
Adalberto G Paula
ADALBERTO G PAULA

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/08/2013

Hoje o leite é o VILÃO da inflação , em 2000 eu recebir R$0,72 por litro de leite, olitro de Oleo diesel custava R$ 0,86, o adubo 8-28-16 custa R$480,00 a tonelada. Hoje eu estou recebendo R$1,07 e pago R$2,3 por litro de oleo diesel e R$1.900,00 por tonelada de adubo 8-28-16.  QUEM É O VILÃO DA INFLAÇAÕ  SERA QUE É MESMO

O LEITE.????????????
Gilberto Nunes Guimarães
GILBERTO NUNES GUIMARÃES

SÃO SIMÃO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2013

Senhores, bom dia.

Sou produtor de leite e conheço bem a dificuldade que estamos enfrentando no nosso negócio.

Resolvi deixar aqui o meu comentário e parabenizar o FRANK com suas verdadeiras palavras. Tudo que ele disse é a realidade no campo. Quero ressaltar que uma das maiores dificuldades que enfrentamos hoje é a mão de obra. Ninguém mais quer vir para o campo, graças a quantidade de BOLSAS que estes governantes de hoje distribuem.

E no final quem acaba pagando estas BOLSAS, somos nós mesmos com a quantidade de impostos deste país.

Nosso governantes deveriam parar com incentivos para a industria e fomentar a produção de alimentos para a população. Gilberto Guimarães, Uberlândia, MG.
Ricardo Almeida Viana
RICARDO ALMEIDA VIANA

CARLOS CHAGAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2013

A pecuária de leite em nossa região sempre foi tratada como o patinho feio... Só ia para a atividade quem estava quebrado, diziam as más línguas... É chegada a hora da valorização da cadeia produtiva do leite e do governo federal normatizar os contratos de médio e longo prazos para garantir aos produtores possibilidades de planejarem as suas atividades... Vamos nos organizar para garantir os nossos direitos!
Adenilson Souza Junqueira
ADENILSON SOUZA JUNQUEIRA

PRATA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2013

Frank parabéns pelo seu comentário,tomara que ele seja lido pelos nossos governantes.
Alex Junior Bonomi
ALEX JUNIOR BONOMI

SAUDADE DO IGUAÇU - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2013

parabéns a todos, concordo com a opinião dos mesmos
darlani  porcaro
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2013

O governo precisa entender  e dar condições melhores em termos também de moradia rural, ter  através de financiamento a longo prazo um plano para podermos construir casas dignas de moradia na área rural. Em alguns lugares já acontece este incentivo, pois a roça, do jeito que está ,   não atrai ninguém , principalmente os jovens . Agora não só o leite, precisa ter preço  que pague e sobre , o custo de produção , mas a maioria dos produtos .
marcelo glória de almeida
MARCELO GLÓRIA DE ALMEIDA

BOM JESUS DO ITABAPOANA - RIO DE JANEIRO

EM 01/08/2013

Frank, parabéns pelo seu comentário. O homem do campo está tão esquecido que tem vergonha de dizer que tira leite, tamanho o descaso pela atividade, luta tanto, que tenho certeza que ainda não teve tempo para refletir sobre as suas comparações.  
Eder Joao Garcia
EDER JOAO GARCIA

SERTÃOZINHO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/07/2013

frank, vc tem toda razão só quem produz sabe o trabalho arduo que é produzir leite de qualidade, nós sofremos muito, mas não desanimamos, pois temos o dever diario de levar saude a familia brasileira......parabens
Eduardo Amorim
EDUARDO AMORIM

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/07/2013

Prezados colegas,



  O comentário acima vem ao encontro do que eu sempre defendi aqui neste site, não é possível um litro de leite custar menos que um litro de água mineral ou de um refrigerante. O valor de R$ 1,00 a 1,20 ao produtor com os custos de produção que temos, aliado a mão de obra cada vez mais escassa ainda é pouco. Mesmo com valores um pouco melhores, o produtor ainda está cético e não se sente estimulado a aumentar produção. É preciso que toda cadeia de leite e os consumidores compreendam que o leite precisa mudar de patamar de preço, como ocorreu com a soja. Trata-se de um alimento  extremamente importante, mas pouco valorizado. Grande abraço.



Eduardo Amorim
alex campos machado
ALEX CAMPOS MACHADO

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 31/07/2013

Frank, parabens pelo teu comentario.



Alex Campos Machado

(034) 9136.1289
Nery Representações com.
NERY REPRESENTAÇÕES COM.

FEIRA DE SANTANA - BAHIA - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 31/07/2013

  Bom dia Brasil, bem amigos do leite sabemos que o leite teve essa alta de preços durante o primeiro semestre de 2013, essa realidade já era mais que esperada, os fazendeiros estão velhos e suas matrizes também, seus herdeiros ou sucessores precisam serem atraídos para o campo, as pessoas precisam de incentivos e reconhecimentos no que fazem, não tá sendo fácil você ver o mundo crescendo em diversos aspectos e você se manter dentro do mato acordando ainda escuro e longe de tudo e de todos. Pois o leite precisa chegar ao patamar de R$ 1,50 para o produtor, uma latinha de refrigerante de qualquer marca não custa menos que R$ 2,00 e faz bastante mal pra saúde, um picolé de menor valor custa em média R$ 1,25, uma cerveja custa hoje R$ 4,50. Brasil inteiro, o leite já está sendo vendido a R$ 3,50 nas gôndolas de supermercados de varejos de bairros e centros, gente um litro de leite sustenta uma família inteira ao café do dia, enquanto os produtos citados acima não dá para saciar a vontade de uma pessoa se quer, leite é vida.

Pessoal meu nome e Frank, não sou fazendeiro eu sou consumidor e precisamos agregar valores a quem realmente precisar de valor, desde quando os produtores valorizem esse momento e desenvolvam suas atividades sem colocar porcaria no nosso leite, e assim todos ganham com dignidade e muita honra no que fazem.



Um bom dia e um ótimo mês de agosto de Deus! Amém
Qual a sua dúvida hoje?