LEITE/CEPEA: Demanda desaquecida por derivados pressiona valor ao produtor

O preço do leite pago ao produtor (líquido - sem frete nem impostos) em junho/14 teve queda de 0,73% frente ao mês anterior (em termos reais), fechando a R$ 1,0128/litro na "média Brasil" - média ponderada pelo volume captado em maio nos estados de BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP - de acordo com pesquisa [...]

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O preço do leite pago ao produtor (líquido – sem frete nem impostos) em junho/14 teve queda de 0,73% frente ao mês anterior (em termos reais), fechando a R$ 1,0128/litro na “média Brasil” – média ponderada pelo volume captado em maio nos estados de BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP – de acordo com pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O preço bruto (inclui frete e impostos) fechou a R$ 1,0984/litro, redução de 0,56% em relação à média de maio/14. O cenário baixista, que já era esperado pelo setor, é reflexo do desaquecimento do mercado de derivados em maio e da produção de leite praticamente estável em junho. De acordo com colaboradores do Cepea, o atraso na chegada do frio, o menor crescimento da economia e os altos patamares dos derivados influenciaram na redução do consumo de produtos lácteos.

Dentre os estados acompanhados pelo Cepea na “média Brasil”, Minas Gerais e Goiás registraram quedas significativas de 2,03% e 3,53%, respectivamente, nos preços líquidos médios pagos ao produtor. Os demais estados (BA, PR, SC, SP e RS), por outro lado, tiveram elevações, puxados principalmente pela menor oferta no campo.

O Índice de Captação do Leite (ICAP-L) ficou praticamente estável em maio, com ligeira queda de 0,05%, considerando-se os sete estados que compõem a “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). Devido ao início do fornecimento de forragens de inverno para os animais no Sul, a captação nos estados de SC e RS subiu 3,85% e 1,93%, respectivamente. A exceção foi o Paraná, que registrou queda de 2,03%. Da mesma forma, houve redução na aquisição de leite nas demais regiões acompanhadas pelo Cepea, de 5,73% na BA, 2,18% em SP e 0,17% em MG. Em Goiás, por outro lado, a captação teve ligeira alta de 0,29%. Considerando-se o acumulado de janeiro a maio de 2014, na “média Brasil”, a captação aumentou expressivos 14,2% em relação aos mesmos períodos de 2013.

As expectativas para os próximos meses são de aumento da produção no Sul devido ao início da safra. Por outro lado, é esperada redução significativa nas regiões central e Sudeste do País, em razão da seca que tem se prolongado desde o início do ano. De acordo com colaboradores do Cepea, as pastagens estão bastante prejudicadas e a produção de silagem, que é utilizada na alimentação dos animais, também foi significativamente afetada.

Assim, para julho, a expectativa de representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea é de estabilidade nos preços. Entre os compradores entrevistados, 58,3%, que representam 56,3% do leite amostrado, acreditam que os preços ficarão no mesmo patamar e 25% (que representam 35,9% do volume captado) indicam que haverá nova queda. Os demais, 16,7% (7,8% do volume), esperam alta dos preços.

Em relação aos derivados, as cotações registraram alta neste mês, com a recuperação de parte da liquidez, que foi menor em maio. Na média mensal do atacado paulista, o leite UHT e o queijo muçarela tiveram valorização de 4,79% e 0,56% frente a maio/14. O leite UHT teve média de R$ 2,227/litro em junho, e o queijo muçarela, de R$ 12,80/kg (até o dia 27). De acordo com colaboradores do Cepea, o mercado dos derivados esteve um pouco mais aquecido em junho devido ao escoamento dos estoques, à produção relativamente estável no campo e à dificuldade do transporte do leite do Sul em razão das chuvas ocorridas nessa região. Além disso, a demanda por produtos lácteos esteve mais aquecida com as temperaturas mais amenas. Esta pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

Veja gráficos e tabelas abaixo.

Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - MAIO/13. (Base 100=Junho/2004)
Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em JUNHO referentes ao leite entregue em MAIO.

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na “média nacional” – RJ, MS, ES e CE.

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA


Fonte: Cepea-Esalq/USP.
 
As informações são do CEPEA.
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Gismar Silva Vieira
GISMAR SILVA VIEIRA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/07/2014

Aroldo,



R$ 0,81/litro é um absurdo, somado ainda a esta seca! è sem duvida o fim da atividade.
Aroldo de Almeida Reis
AROLDO DE ALMEIDA REIS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/07/2014

Sou produtor  e presidente de uma Associação de Produtores de leite, aqui na região de Juiz de Fora-MG.



A Vigor esse mês, pagou aos pequenos produtores a mísera quantia de R$ 0,81/litro, somos centenas na região.



Estamos Indignados, revoltados, desrespeitados com esse valor pago ao nosso produto, é sabido que ser produtor de leite nesse país é só sofrimento. É o único produto que é vendido ao preço que o cliente quer pagar. Ao produtor resta os custos e os prejuízos. Assim como eu, dezenas de produtores estão querendo com muito pesar deixar o ramo.



Não temos uma política e político que olhem por nós, falta vontade política,união dos produtores, Sindicatos, Associações e governantes para mudar esse cenário.



Um bom dia a todos!


Gilson Santana Filho
GILSON SANTANA FILHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/07/2014

   Ser produtor de leite no Brasil, parece que cada dia se torna muito mais dificil, porque a nossa materia prima que produzimos nunca sobe de preço e tudo que compramos para produzir leite sobe sempre e muito, a conta nao fecha, valor da terra, das vacas, dos equipamentos, ou seja capital mobilizado e imobilizado, é sermos masoquistas e sempre pensar que vai melhorar. O produtor não ganha dinheiro, paga para trabalhar e enrriquecer industrias que nao param de abrir novas plantas. Nao podemos planejar e investir nada, porque nao sabemos quanto vamos receber no proximo mes. E sempre tem alguem que nunca produziu leite na vida nao tem nen um palmo de terra e diz que falta profissionalismo dos produtores.         
eliane alves lima santana
ELIANE ALVES LIMA SANTANA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/07/2014

nossa!!!aqui  no parana,na  cidade  de sao  jorge  do patrocinio  foi  pago 1,01  e o  laticinio   diz  que no mes de julho  tem  melhora!!  pois  tambem faco  parte dessa  equipe  de classe  trabalhadora!!!!  onde   o  governo   ainda nao  da muito  valor!!!  pois  preco  de insumo  esta muito alto. e  neste  inverno  temos   que  manter o  gado  com    silagem,e o  custo  de  producao  cada  vez  mais  elevado!!!
Nery Representações com.
NERY REPRESENTAÇÕES COM.

FEIRA DE SANTANA - BAHIA - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 03/07/2014

Amigos, o grande problema do desaquecimento de mercado, o grande culpado é o próprio comerciante final, a indústria faz a parte dela de reduzir preços frente a concorrência, o representante repassa toda a cadeia de informações, só que ganância dos comerciantes é muito grande, enquanto nós representantes ganhamos comissões de 2 a 4 %, o comerciante quer ganhar de 40 % a 50% ou mais que isso , o consumidor final em muitos casos deixa de consumir e até muda os hábitos alimentares por causa do abuso de preços. Por exemplo: Como pode um comerciante comprar um kg. de queijo por R$ 12,50 e revender ao consumidor final por R$ 20,00 chegando até R$ 23,00



    Franco da Bahia, representante de queijo e manteiga.
waldir brasil santiago
WALDIR BRASIL SANTIAGO

ITATINGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2014

--Totalmente concordado com a Dona Gislei.Acrescento um ditado popular que vem a calhar Sr Luis Paulo:



NEM TUDO QUE BRILHA É OURO.

NEM TODO SOPAPO É MURRO.

NEM TODO BURRO É CALOURO.

MAS,

TODO CALOURO É BURRO.



Visite fazendas,sítios,etc....Aprenda ao máximo,mas não esqueça,que só vais ser um verdadeiro produtor,errando muito e, aplicando a sua receita(...isso leva,como no meu caso,vários anos).

ABRAÇÃO,

                    santiago
Gismar Silva Vieira
GISMAR SILVA VIEIRA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2014

Luiz Paulo,

Para sobreviver no leite é preciso que você tenha comida boa e barata para o gado, além de gado com boa genetica. Vacas que dão na media 20 litros, a pasto. Aqui em minas quem tem gado a pasto está passando um seca terrivel, praticamente não chove a 6 meses e tem previsão de chuvas somente em novembro.

Tenho gado a pasto em piquetes irrigados e está sendo a minha solução. Silagem dá muito trabalho e fica muito caro.

Aqui recebemos 1,00 por litro de leite e está baixando ainda mais, e em contrapartida a ração continua subindo todos meses. Sorte minha que tenho outra fonte renda, mas hoje não aconselho a ninguem entrar na atividade, principalmente na minha região.

Leite é ordenha todos os dias do ano, duas vezes ao dia, não tem feriado, natal, festa de fim ano, não pára. Tudo isso por uns míseros centavos!!! Pensa bem e procure visitar o maximo de produtores na sua região para pegar informações.
mauro
MAURO

EM 02/07/2014

O setor e complicado espero melhorias e ajuda, seria importante, obg
Luiz Paulo sant"Anna
LUIZ PAULO SANT"ANNA

CHAPADÃO DO SUL - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2014

Estou estudando entrar no ramo de leite, ou seja, produtor de leite, avaliando os comentários dos colegas que fazem isso, é de se pensar muito. Porque investimentos são altos, vacas de qualidade custa muito e ainda a mão de obra muito instável . Agora vendo que varejistas são os ganham nesta cadeia toda, realmente não da coragem.



Abraço



Luiz Paulo
waldir brasil santiago
WALDIR BRASIL SANTIAGO

ITATINGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/07/2014

A curva 2014 está declinando,com grande probabilidade de se inferiorizar em relação à  de 2013.

Vejo laticínios/industrias,capitalizarem nossa matéria prima,agregando valores de forma continuada,a ponto de investimentos substanciais estarem sendo feitos continuamente.A marca Vigor vai investir 150 milhões numa industria recém comprada  da BRF. em Piraí-RJ.A Castrolanda montando uma mega filial em Itapetininga-sp,etc.....

E,os produtores de leite,chorando centavos em cima de qualidade,porém,morrendo na praia,pois os laticínios,têm variáveis para fazer a redução no preço.

Essa cadeia de portas abertas em que vivemos,como diz um velho produtor,permite-nos dois prenúncios:

---se formos para o inferno quando morrer,vamos pela segunda vez.



---uma forma demorada de se empobrecer.



ABRAÇÃO,

                   santiago
darlani  porcaro
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/07/2014

Mais uma vez vamos levar  a pior, produtor não pode ganhar dinheiro, os produtos lácteos estão mais caros que o ano passado , e o leite pago ao produtor caindo de preço. Deve estar havendo uma importação grande de soro  e outros subprodutos , e como não temos proteção, esses produtos são adicionados á caixinhas de leite  ou em outros lugares , e que está ganhando mesmo é os mercados, vergonhoso.
Roney Jose da Veiga
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/07/2014

A formação do preço pago ao produtor pela matéria-prima, deve passar por um cálculo onde se leve em conta o preço final dos produtos ao consumidor!!

Atrelando-se o preço do leite pago ao produtor ao preço final ao consumidor (média) , vamos finalmente debelar as distorções de mercado, que fazem com que o varejo fique com a maior parte do lucro da cadeia!

Em contra-partida a Indústria deveria se unir também e manter pontos de venda nos grandes centros, diminuindo o poder dos atacadistas, que também são responsáveis pelas aberrações vistas nos preços ao consumidor!!

Cobram tanto dos produtores, qualidade, sanidade, controle disso, daquilo... mas os outros elos da cadeia simplesmente , por ser fácil, ajustam a casa nas nossas costas!! Já é passada a hora deles arcarem com uma parte dos custos !!

Por um Brasil mais Justo e Perfeito.:
Marcelo Moraes
MARCELO MORAES

POMPÉIA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 01/07/2014

Importante observarmos  estive na região de Rondonia onde o leite está em pequena queda, e ao fazer uma visita a Laticnios , tive oportunidade de acessar uma nota fiscal faturado a um varejista e por cuiriosidade fui a gondola deste supermercadista e onde conseguimos intender um pouco das discrepancias, pois a exemplo o queijo faturado estava com uma margem de 87% no varejista "absurdo essas margens praticadas muitas vezes do varejista ao consumidor final"....

Sabemos que toda a cadeia está se ajustando, mais precisamos alertarmos nossa cadeia sobre onde realmente estão as discrepancias...., pois o produtor e industria estão expremidos por um elo dentro do cadeia que chama-se VAREJISTA, quando criaremos uma proteção onde todas precisam ter suas margens minimas respeitadas e não somente um na cadeia ganhando dinheiro??? façamos uma reflexao!!!!
Sidney Lacerda Marcelino do Carmo
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/07/2014

Prezados,



O problema não é demanda e sim o preço da tonelada de leite em pó que caiu demais.
Rhudson Carlo de Souza
RHUDSON CARLO DE SOUZA

PRESIDENTE KENNEDY - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/06/2014

Engraçado que o mercado esta desaquecido mas os produtos vendidos dos laticínios para os mercados estão nos mesmos valores do ano passado quando leite estava 1,20 agora o leite pago ao produtor esta 1,00 e os custos mas altos e os produtos vendidos para o varejo continua alto e com tendência de subir

Por isso o Brasil não consegue produzir o leite para se alto suficiente pois pisam tanto nos produtores que muitos desanimam de produzir e seguem para outros ramos

Um dia vai fazer falta.

Ai quero ver ?
Sérgio Alves Cândido
SÉRGIO ALVES CÂNDIDO

LAVRAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/06/2014

No sul de minas a baixa acumulada já está em 0,07.
Qual a sua dúvida hoje?