O forte aumento nos preços ao produtor em julho foi verificado mesmo com o ligeiro aumento da captação pelas indústrias em junho. De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea), o volume comprado pelos laticínios cresceu 1,42% em junho, sendo impulsionado especialmente pela produção do Sul do Brasil. Nessa região, produtores forneceram, em média, 5,9% a mais de leite no comparativo com o mês anterior. Este avanço na produção se deve às forragens de inverno. Mesmo com as geadas que prejudicaram algumas bacias leiteiras, as forragens conseguiram dar suporte para a alimentação dos animais neste período de altos custos dos concentrados.
Para agosto, a expectativa de representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea é novamente de alta nos preços, devido à baixa disponibilidade de matéria-prima. Entre os entrevistados, 89,1%, que representam 98,5% do volume amostrado, acreditam em nova alta nos preços do leite em agosto, enquanto o restante (10,9% que correspondem 1,5% do volume) acredita em estabilidade nas cotações. Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços para o próximo mês.
No segmento de derivados, o leite UHT no mercado atacadista do estado de São Paulo seguiu em alta, com a média a R$ 4,0003/litro em julho, novo patamar recorde – no ano, a elevação já é de expressivos 73,2%. Na última semana de julho, no entanto, esse derivado se desvalorizou 6,4%, indicando que o preço do UHT já teria atingido um pico e que a média de agosto pode se enfraquecer. O queijo muçarela registrou forte alta mensal de 17,3% (ou de 3,16 reais/kg), a R$ 21,47/kg em julho – também novo recorde da série do Cepea.
Grande parte dos atacadistas consultados pelo Cepea alega que o preço do UHT já teria atingido um limite de aceite por parte do consumidor final. A oferta de matéria-prima, no entanto, está limitada, obrigando indústrias a reduzirem os valores do derivado mais consumido no País e repassar o aumento a outros produtos de menor liquidez. Essa pesquisa sobre o segmento de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas do estado de São Paulo e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em JULHO/16 referentes ao leite entregue em JUNHO/16.
Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE.
As informações são do Cepea/Esalq.
