Leite vira artigo de luxo na Venezuela

A escassez de produtos básicos que assola a Venezuela continua a criar situações que demonstram a difícil situação econômica do país, onde a inflação calculada por analistas independentes chega a 270% ao ano. De acordo com uma matéria publicada pelo diário "Correo del Caroní", os pacotes de leite em pó chegaram às prateleiras, mas não são consumidos por seu alto valor. De acordo com o jornal, do município de Guayana, o preço de um quilo de leite em pó (2.125 bolívares), representaria o equivalente a 22% do salário mínimo, atualmente em 9.648 bolívares.

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A escassez de produtos básicos que assola a Venezuela continua a criar situações que demonstram a difícil situação econômica do país, onde a inflação calculada por analistas independentes chega a 270% ao ano. De acordo com uma matéria publicada pelo diário “Correo del Caroní”, os pacotes de leite em pó chegaram às prateleiras, mas não são consumidos por seu alto valor. De acordo com o jornal, do município de Guayana, o preço de um quilo de leite em pó (2.125 bolívares), representaria o equivalente a 22% do salário mínimo, atualmente em 9.648 bolívares.

Segundo o câmbio oficial, o valor do quilo de leite em pó seria equivalente a R$ 1.269, e o salário mínimo a R$ 5.760. No entanto, segundo o diário argentino “La Nación”, a desvalorização da moeda venezuelana faz com que o bolívar valha, no câmbio paralelo, apenas 1% de sua cotação oficial — o que significaria um preço de pouco mais de R$ 12 para o leite, e salários mínimos com valor próximo a R$ 57.

"Dizem que o leite é “enriquecido com vitaminas e cálcio extra” para vendê-lo a esse preço",  protesta a dona de casa Sonia Indriago. "Comer na Venezuela se tornou um luxo, e agora é preciso estabelecer prioridades. Se você compra leite, não compra nem carne, nem frango, porque ficou impossível".


Filas em Caracas. Venezuela enfrenta escassez e desvalorização monetária - AP/22-1-2016

O presidente da Aliança Sindical Independente, Carlos Navarro, afirmou em entrevista que, com dois salários mínimos, acrescidos das bonificações de alimentação, só é possível comprar comida para 17 dias. Segundo ele, os trabalhadores do país não são prioridade nem para o governo nem para a oposição. Já o deputado chavista e ex-ministro da Habitação Ricardo Molina afirmou que “nada justifica que uma pessoa adquira mais de cinco ou seis pares de sapatos em um ano”. "O padrão de consumo na Venezuela está absolutamente distorcido", afirmou Molina em entrevista à rede Televen.

O país vive uma batalha entre o presidente Nicolás Maduro e a nova Assembleia Nacional sob comando da oposição, em torno da emergência econômica decretada pelo governo. O Legislativo rejeitou a medida na semana passada, sob alegação, entre outras coisas, de que o Executivo não provou que os instrumentos a seu dispor não são suficientes para lidar com a crise. Além disso, diz que o governo continua não liberando informações precisas sobre o estado da economia e que a emergência econômica, como foi proposta, seria uma carta branca para Maduro.

A crise também foi tema de um encontro de militantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Em discurso, o governador do estado de Vargas, Jorge García Carneiro, afirmou que a crise no país é parte de uma “guerra psicológica”.

"Para nós, não há escassez. O que há é o amor e a pátria",  minimizou.

As informações são do jornal O Globo.
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