Leite sobe no exterior e Brasil fica competitivo

Os preços dos lácteos no mercado internacional voltaram a um patamar que, com a valorização do dólar sobre o real, começam a deixar o produto brasileiro novamente competitivo na exportação. A redução da oferta no leilão pela Fonterra continua sendo a principal razão para a alta das cotações, afirmou Valter Galan, analista da consultoria especializada em lácteos MilkPoint. Mas também há sinais de que a menor oferta no leilão também atraiu compradores de volta, disse.

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Os preços dos lácteos no mercado internacional voltaram a um patamar que, com a valorização do dólar sobre o real, começam a deixar o produto brasileiro novamente competitivo na exportação. Ontem (15), no terceiro pregão realizado depois que a cooperativa neozelandesa Fonterra anunciou que reduziria sua oferta de lácteos nos leilões quinzenais da plataforma Global Dairy Trade (GDT), os preços tiveram forte, alta mais vez.

O leite em pó integral subiu 20,6% sobre o leilão anterior, para um preço médio de US$ 2.495 por tonelada, enquanto o leite em pó desnatado teve alta de 17%, para um preço médio de US$ 1.992, conforme dados divulgados pela plataforma. Os preços negociados no leilão são referência para o mercado internacional de lácteos.

Gráfico 1 - Preços no Leilão GDT


Desde que a redução da oferta pela Fonterra foi anunciada, a cotação do leite em pó integral subiu 56,9% e a do desnatado, 40,38% no leilão da plataforma online. A Fonterra, anunciou, em 13 de agosto, que reduziria sua oferta nos leilões, numa tentativa de conter a queda contínua dos preços, que haviam atingido baixas históricas.

A redução da oferta no leilão pela Fonterra continua sendo a principal razão para a alta das cotações, afirmou Valter Galan, analista da consultoria especializada em lácteos MilkPoint. Mas também há sinais de que a menor oferta no leilão também atraiu compradores de volta, disse. Segundo dados da plataforma GDT, foram vendidas ontem 36.050 toneladas de produtos lácteos e houve 186 participantes, o maior número desde setembro de 2014.

Galan observou que apenas os fundamentos atuais do mercado não justificariam uma alta tão forte. "A produção [de leite] no mundo continua a subir, inclusive na Nova Zelândia, e a China continua com estoques elevados". Ele acrescentou que Argélia e México entraram no mercado comprando, mas esse movimento não compensaria a redução dos volumes da China.

Ao patamar de US$ 2.500 por tonelada, alcançados no leilão de ontem, e com o dólar na casa dos R$ 3,95, as exportações de leite em pó a partir de algumas regiões do Brasil ficariam viáveis. "Hoje, o custo do leite para ser competitivo na exportação tem de ser R$ 0,94 por litro. Em algumas regiões, do Rio Grande do Sul, o leite está em R$ 0,88 o litro nos negócios do spot", indicou. "Provavelmente, não vamos exportar muito, mas se a alta no leilão GDT se traduzir em tendência de mercado, o Brasil ficará competitivo para exportar", disse.

O Brasil começa a recuperar a competitividade, mas no mês passado a exportação de lácteos voltou a crescer. O volume alcançou 8,241 mil toneladas, 22,8% mais do que em agosto de 2014. Outra vez, a Venezuela foi a responsável pelo avanço. A J&F, controladora da Vigor e da JBS, embarcou em torno de 6 mil toneladas de leite em pó ao país, por cerca de US$ 5.800 por tonelada.

As informações são do Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint. 
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Hermenegildo de Assis Villaça
HERMENEGILDO DE ASSIS VILLAÇA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/09/2015







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