Land O´Lakes busca novas estratégias para competir na indústria mundial de alimentos

À medida que a população mundial passar de 6 bilhões de pessoas para 9 bilhões de pessoas nos próximos 35 anos, Policinski disse que a indústria de alimentos será ainda mais competitiva e desafiadora. A Land O'Lakes precisa continuar concentrando-se em poucos setores e ir atrás deles em grande estilo, disse ele, sempre com o objetivo de beneficiar os membros da cooperativa agrícola.

Publicado por: MilkPoint

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A Land O’Lakes é uma companhia norte-americana que precisa sobreviver em longo prazo, disse o diretor executivo e presidente, Chris Policinski. “A indústria de alimentos é uma das de melhor crescimento na nossa geração. Estamos nos encaminhando para produzir 70% mais alimentos de agora até 2050, pois a demanda está aumentando”, comentou Crhris.

À medida que a população mundial passar de 6 bilhões de pessoas para 9 bilhões de pessoas nos próximos 35 anos, Policinski disse que a indústria de alimentos será ainda mais competitiva e desafiadora. A Land O’Lakes precisa continuar concentrando-se em poucos setores e ir atrás deles em grande estilo, disse ele, sempre com o objetivo de beneficiar os membros da cooperativa agrícola.

A companhia de Arden Hills cresceu firmemente desde que foi fundada em 1921, mas nunca tanto quanto na última década, quando as vendas líquidas dobraram e a companhia deixou alguns negócios e adquiriu outros para fortalecer sua atividade central. Dos quase 10.000 trabalhadores da companhia 45% foram contratados desde 2011. Policinski, que liderou a Land O’Lakes desde 2005, concentrou-se em três negócios, cada um contribuindo com a mesma quantidade para as vendas de US$ 13 bilhões em 2015: produtos lácteos originais, ração de animais de produção Purina Animal Nutrition e a WinField Solutions, responsável pela área de consultoria e fornecimento de produtos agrícolas.

As vendas caíram com relação às de 2014, de US$ 14,7 bilhões, à medida que as receitas nas fazendas, o aumento da consolidação e os mercados de commodities desafiadores afetaram os negócios. Apesar disso Policinski disse que o balanço patrimonial da companhia é o mais forte em seus 94 anos de história, com uma receita de US$ 308 milhões. O professor de economia agrícola da Universidade de Minnesota, Michael Boland, disse que a companhia mudou as engrenagens há cerca de 10 anos e começou um direcionamento para melhorar seus três negócios centrais.

“Eles têm sido muito estratégicos e muito focados naquilo que têm feito”, disse ele. “Sua estrutura de posse acontece por terem produtores de leite e cooperativas agrícolas que são pertencentes a produtores, mas suas decisões corporativas e a forma como fazem suas estratégias não diferem de nenhuma outra corporação”. A cooperativa pertence a 2.259 produtores de leite, 1.273 produtores agrícolas e 799 membros de cooperativas. O dinheiro que retornou aos membros em 2015 totalizou US$ 161 milhões, o sétimo ano consecutivo em que os retornos excederam US$ 100 milhões.

Chuck Conner, presidente e diretor executivo do Conselho Nacional de Cooperativas Rurais, disse que uma das forças das cooperativas é sua capacidade de fornecer aos membros proprietários vários serviços essenciais. “Se for um produtor de milho ou de leite, a Land O’Lakes tem um papel enorme no jogo em termos do sucesso do produtor”. Policinski disse que sua fórmula para o sucesso significa menor quantidade de negócios, mas negócios maiores, e trabalhadores que colaboram para desenvolver e agregar valor ao mercado, produtos de marcas e serviços.

O diretor do Centro para Negócios Alimentícios e Agrícolas da Universidade Purdue, Allan Gray, disse que o crescimento mais rápido da Land O’Lakes veio durante os últimos anos, na divisão WinField. Como parte da mudança para agricultura de precisão e de alta tecnologia, a Land O’Lakes comprou a GEOSYS International em 2013. A companhia francesa de satélites usa-os em tempo real e analisa dados baseados no clima para aconselhar os negócios da cadeia de fornecimento agrícola e a indústria de seguro rural.

Gray disse que a companhia está competindo com Monsanto, Syngenta, John Deere e outras grandes companhias agrícolas para desenvolver os melhores sistemas para impulsionar os rendimentos e os lucros enquanto reduzem os impactos ambientais da produção rural.

A WinField reportou receitas de US$ 4,8 bilhões no ano passado e está em um processo de crescimento muito maior. No ano passado, a Land O’Lakes aprovou a maior fusão da história, com a United Suppliers Inc., de Iowa, um negócio similar de sementes e insumos agrícolas, com US$ 2,6 bilhões em vendas em 2014. A Fitch Ratings vê a fusão como “neutra a modestamente positiva”, disse Bill Densmore, diretor sênior e analista da firma. Isso aumentará a escala da companhia e sua capacidade de fornecer aos clientes mais ofertas de produtos, disse ele, incluindo serviços e tecnologias agrícolas aprimoradas.

Também, parte da estratégia da companhia tem sido estabelecer seu programa Answer Plot, que são laboratórios ao ar livre em 200 locais nos Estados Unidos e Canadá, onde serão testadas as sementes de vários processadores em diferentes solos e climas, incluindo fertilizantes e pesticidas. O objetivo é aconselhar os produtores sobre as melhorias genéticas, densidades de plantio, sistemas de colheita e técnicas de produção para suas áreas particulares – tanto no momento do plantio como durante a estação de crescimento.

Policinski disse que seu negócio permite que a Land O’Lakes tenha clientes de alimentos, clientes de ração e clientes de insumos agrícolas, mas eles também fornecem à companhia uma perspectiva mais ampla, “uma visão de ponta a ponta, da agricultura aos alimentos”, diferente de outras companhias. Conhecer todos os principais aspectos dos alimentos dá à Land O’Lakes um filão de especialização que pode ser alavancado em consultoria com outras companhias e até mesmo países, disse ele. Por exemplo, a Land O’Lakes se associou com a Nestlé e com o Dairy Farming Institute, na China, para treinar produtores sobre como ser mais eficiente.

No ano passado, a companhia também comprou uma participação na Villa Crop Protection, companhia líder na área de químicos agrícolas, localizada na África do Sul. É uma extensão natural da divisão internacional da Land O’Lakes que vem trabalhando na África e em outros locais desde 1981 para melhorar os sistemas de alimentos, saúde e nutrição, principalmente em conjunto com iniciativas financiadas pelo governo dos Estados Unidos e programas de treinamento.

A companhia também está entrando em um novo território com sua divisão de alimentos animais comprada da Ralston Purina em 2001. Policinski disse que a Purina, com sua famosa marca, está desenvolvendo produtos especializados com maiores margens no setor de ração para animais de produção nos Estados Unidos e adicionará mais força e criatividade no marketing da marca.

A divisão mais velha da Land O’Lakes é a de alimentos lácteos, que produz cerca de 5,9 bilhões de quilos de leite anualmente de membros que fabricam e vendem manteiga, queijos, sobremesas refrigeradas, incluindo a marca Kozy Shack, adquirida em 2012. As três divisões continuarão se desenvolvendo, porque precisam, disse Policinski. “Como temos feito nos últimos anos, nós participamos totalmente dessa indústria de grande crescimento – e esse é o próximo capítulo”.

As informações são do StarTribune, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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