Irã é um "potencial mercado alvo" para o excedente de lácteos gerados por causa do embargo russo

O Irã pode se tornar o mercado alvo para o excedente de lácteos criado pelo embargo russo se as sanções econômicas ocidentais forem retiradas, disse o Euromonitor. No começo da semana passada, o Irã fechou um acordo com Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China para reduzir significativamente sua infraestrutura nuclear. Em troca, os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e as Nações Unidas se comprometeram a gradualmente remover as sanções econômicas impostas ao Irã nos últimos anos.

A analista do Euromonitor, Lianne van den Bos, disse que a remoção das sanções dos Estados Unidos e da UE ao Irã abriria “o décimo maior mercado em crescimento lácteos globalmente”.

“Considerando o fato de que o mercado russo está atualmente inacessível para muitos exportadores de lácteos com a extensão de Putin do importante embargo aos lácteos, o Irã pode ser um potencial mercado alvo para os produtos lácteos inicialmente voltados aos mercados russos”.

As companhias de lácteos ocidentais impactadas pelo embargo russo às importações de alimentos, como Arla Foods, Valio e FrieslandCampina, provavelmente estão ansiosas com a possibilidade de acesso ao mercado iraniano, disse ela.

“Há muito excesso de produção no momento, de forma que o Irã pode se tornar o mercado alvo para esses produtos. Internamente, estou certa de que esse país está no topo da agenda, mas não vimos nada ainda, porque eles ainda estão tentando trabalhar os detalhes. Isso ainda terá que ser visto quando essas sanções forem retiradas. Ainda precisamos ver quando isso acontecerá, mas posso imaginar muitas companhias já olhando para o Irã”.

Uma população jovem – cerca de 40% da população de quase 80 milhões tem idade entre 15 e 34 anos – e cada vez mais “aberta” aos alimentos embalados, torna o Irã um “enorme mercado inexplorado”, disse ela. “Os lácteos já representam uma grande parte da dieta iraniana”, disse van den Bos, identificando as categorias de queijos e iogurtes como as duas maiores. “Você não precisa convencê-los a consumir mais lácteos, apenas convencê-los a consumir mais lácteos embalados”.

No caso do iogurte, disse ela, as famílias iranianas tradicionalmente o fazem em casa. “Vem havido uma mudança de produtos não embalados para embalados, mas isso não deverá acontecer da noite para o dia”.

A reportagem é do Dairy Reporter, traduzida pela Equipe MilkPoint