O programa deu tão certo, que mesmo com o laticínio encerrando a parceria há três anos, os produtores pediram para continuar recebendo assistência. Não é à toa, como conta o coordenador do programa, Milton Moreira Lima: "Falta assistência técnica. Isso foi identificado em 2009 na cadeia produtiva de leite, como um dos principais fatores limitantes na produção de leite em Goiás. Num cenário de longo prazo, isso vai representar a sobrevivência ou não do negócio", afirma Milton.
Os alunos passam por um treinamento de 10 meses dentro da universidade antes de começar a prestar assistência. São diversas aulas práticas na fazenda-escola e na sala de aula - ao todo, o estágio não remunerado dura três anos. Lá, quem supervisiona o trabalho é a dona Doralita, funcionária da universidade. E não é só dos animais que ela cuida bem. "É um tanto de filho que eu 'arrumei' aqui, né?", afirma ela, que faz até bolo para levar para os alunos.
Somente na terceira etapa do estágio, após todo o treinamento, os alunos pegam a estrada rumo às fazendas dos produtores locais. Para participar do programa, as propriedades devem ficar a uma distância máxima de 150 km de Goiânia. A escola de veterinária paga pelo combustível do transporte.
O programa leva mudanças e muitas facilidades para os produtores. São práticas de melhorias na produção de leite, na reprodução dos animais e até na irrigação do pasto - reaproveitando a água da lavagem do curral. Com irrigação e pastejo rotacionado, o rebanho do senhor Wilton, dobrou de tamanho. "Melhorou o desempenho dos meus animais, que hoje são mais bem tratados. Então eu tenho um índice bem melhor do que eu tinha há um tempo, antes da chegada do programa. Eu produzia em média 450 litros de leite por dia, hoje eu já cheguei a 1.200 litros e espero chegar a uma produção de 1.500 litros de leite", completa ele.
Durante a visita técnica, os estagiários checam todos os índices da propriedade. O pessoal do programa gostaria de ampliar o atendimento incluindo produtores que não têm condições de pagar, mas, ainda falta recursos pra isso.
As informações são do Globo Rural, resumidas pela Equipe MilkPoint.
