Indonésia é trampolim estratégico para produtos lácteos dos Estados Unidos

As exportações de queijos, sorvete e ingredientes lácteos dos Estados Unidos à Indonésia nos primeiros seis meses de 2013 aumentaram em 41%, para quase 58.000 toneladas, comparado com a primeira metade de 2012. Esse desempenho fez com que a Indonésia saísse de sétimo lugar dentre os destinos de lácteos dos Estados Unidos para o quarto.

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Número 4, tanto em termos de exportações de lácteos dos Estados Unidos, como em população mundial, a Indonésia está chamando a atenção, mas todo o sudeste da Ásia continua sendo um prêmio maior.

As exportações de queijos, sorvete e ingredientes lácteos dos Estados Unidos à Indonésia nos primeiros seis meses de 2013 aumentaram em 41%, para quase 58.000 toneladas, comparado com a primeira metade de 2012. Esse desempenho fez com que a Indonésia saísse de sétimo lugar dentre os destinos de lácteos dos Estados Unidos para o quarto – as vendas de janeiro a junho foram de US$ 162 milhões. Somente potenciais como México, Canadá e China compraram mais.

Fundamentos fortes subjacentes sugerem que se aguardem números maiores, não somente no arquipélago com 240 milhões de pessoas, mas de todo o sudeste da Ásia. A Indonésia é a quarta nação mais populosa do mundo, tendo um crescimento sólido que frequentemente segue uma estabilidade política. A demografia é positiva: uma população grande em expansão, com cerca de 60% com menos de 35 anos; uma classe média crescente e bem educada que tem mostrado uma disposição para gastar; com um uso cada vez maior de lácteos na dieta da Indonésia; e muito espaço para desenvolvimento per capita de lácteos.

A Indonésia está no topo da mais recente Pesquisa Global de Confiança dos Consumidores da Nielsen, baseado em perspectivas de empregos, finanças pessoais e capacidade de gastar. “As principais multinacionais já estão na Indonésia. Uma série delas teve um crescimento anual de mais de 20% nos últimos três anos”, disse o representante do Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) para o sudeste da Ásia, Dan FitzGerald.

Importante para os ganhos mais recentes nos Estados Unidos, houve uma mudança marcada na abordagem dos fornecedores ao mercado, ativado, ironicamente, pelo enrijecimento das regulamentações de importação da Indonésia.

“As regulamentações requerem que os compradores da Indonésia solicitem a importação de um volume determinado de um ingrediente específico, de uma planta definida e durante um período específico de tempo. Seu efeito não intencional foi mudar a Indonésia de “mercado sport” para um que requer um planejamento futuro de vendas. As exportações de lácteos dos Estados Unidos aumentaram para capturar o vácuo que era o “mercado spot” anterior.

Assim, a Indonésia substituiu as Filipinas como o maior mercado de lácteos no sudeste da Ásia e tornou-se cada vez mais atrativa para os exportadores de lácteos dos Estados Unidos. As ofertas dos Estados Unidos estão indo bem, entretanto, é crucial manter em mente que a Indonésia é o único país na Associação das Nações do Sudeste da Ásia (ASEAN)”.

Na mesma Pesquisa Global de Confiança dos Consumidores da Nielsen, as Filipinas e a Tailândia ficaram em terceiro e quarto lugares, respectivamente, e a Malásia e o Vietnã também mostraram um mercado forte.

“Esperamos que o consumo de lácteos na ASEAN-6 cresça em 2,4% por ano até 2020. Isso cria um requerimento por um extra de 3 milhões de toneladas de leite, cujas empresas locais estão bem-equipadas para fornecer”, disse o analista do Rabobank, Michael Harvey.

Companhias de lácteos estrangeiras, incluindo Nestlé, Megmilk Snow Brand do Japão e Fonterra, da Nova Zelândia, expandiram ou estão em processo de expansão nas operações da Indonésia. Embora essas companhias vejam uma promessa na Indonésia, elas têm seus olhos em um prêmio maior, disse FitzGerald.

Quando as 10 nações da Comunidade Econômica ASEAN estiverem finalizadas em 2015, a ASEAN se tornará um mercado livre de tarifas dentro da região. “Eles não escolheram a Indonésia meramente por seu mercado doméstico, mas como um centro regional. Eles serão capazes de exportar matéria-prima (ingredientes lácteos e queijos commodities) para sua base da ASEAN na Indonésia, e então, processar vendas varejistas e em serviços alimentícios para reexportação sem tarifas dentro dos 10 países. As companhias dos Estados Unidos precisam pensar no mesmo nível. Elas precisam de uma estratégia na ASEAN, não outras separadas na Indonésia e nas Filipinas”.

A reportagem é do http://www.agweb.com, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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