A data de criação do quitute a base de polvilho, leite, ovos e o puro queijo de minas é incerta, mas muitos pesquisadores concordam que ela surgiu no século 18, como alternativa aos produtos feitos com trigo.
(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Com algumas variações na receita, dependendo da região do estado, o fato é que a fama do pão de queijo se espalhou pelo país e ganhou o mundo. Não há um levantamento preciso sobre a produção no estado. Estima-se que em Minas sejam fabricados entre 6 mil e 8 mil toneladas ao mês.
Só a Forno de Minas, um dos maiores fabricantes de pão de queijo no Brasil, produz 1,7 mil toneladas por mês, sendo que 120 toneladas são destinadas à exportação, o que equivale a aproximadamente 300 mil pacotinhos de pães de queijo embarcando do Brasil. O produto é exportado para os Estados Unidos, Canadá, Portugal, Inglaterra, Chile, Peru, Uruguai e Emirados Árabes.
"Nossa previsão é chegar em 2020 exportando 25% de nossa produção", diz Hélida Mendonça, diretora de Recursos Humanos e Comunicação da Forno de Minas. Segundo ela, mesmo com a diversificação do produto o pão de queijo tradicional continua sendo o carro-chefe da marca. Hélida conta que a receita segue a tradição do famoso pão de queijo do Noroeste de Minas, trazida por dona Dalva Mendonça, fundadora da Forno de Minas. Para este ano, a empresa prevê parcerias com Japão, Colômbia, México e Argentina.
Para dar uma ideia de como o produto é consumido, de 2014 para 2016 a Pif Paf Alimentos, empresa mineira que produz pão de queijo congelado nas mais variadas formas, registrou aumento de 20% na produção. A companhia, atualmente, produz 5,8 mil toneladas do produto por ano, que são consumidas no mercado interno e também exportados para Japão e Angola. Segundo o diretor de relações institucionais da Pif Paf Alimentos, Cláudio Faria, a empresa vem fabricando o produto desde 2005. O pão de queijo que tem conquistado o paladar ao redor do mundo tem resistido ao tempo e à crise. “Este ano teremos crescimento entre 4% e 5%”, estima o executivo.
História
Muitos acreditam que o pão de queijo tenha sido criado em meados do século 18. Assados em fogão a lenha, os pães eram feitos com os ingredientes das próprias fazendas mineiras. Essa é a história contada pelo estudioso mineiro Cláudio Pimentel de Castro, de 89 anos. Segundo ele, em Paracatu, cidade mineradora no Noroeste de Minas, a iguaria teria sido inventada entre 1738 e 1740, como forma de vencer o isolamento da cidade que era rota de garimpeiros e aventureiros em busca de ouro.
“Para se ter ideia do isolamento da região, muito tempo depois desse ciclo do ouro, em 1938, a viagem entre Paracatu e Belo Horizonte ainda durava quase três dias”, observa o estudioso. Claúdio Pimentel explica que como o trigo não chegava ao Noroeste do estado pela ausência de estradas e meios de transporte, as mulheres misturavam o polvilho feito da mandioca com o leite, ovos e queijo, criando, então, o que viria a ser o famoso pão de queijo mineiro. “Comercialmente o pão de queijo chegou a Belo Horizonte em 1942. Uma das primeiras casas a vendê-lo comercialmente foi a Camponesa, uma lanchonete da época.”
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As informações são do Estado de Minas.