Fora do foco das atenções do setor nos últimos anos, o formato hipermercado surpreendeu ao conquistar 560 mil novos domicílios consumidores nas primeiras semanas de corrida ao varejo alimentar em razão do surto de Covid-19, de acordo com dados da Kantar. A Nielsen já havia reportado crescimento de 1,9% nas vendas dos hiper no acumulado de 12 de janeiro e 15 de março, período que antecedeu o pico gerado pela pandemia.
Seriam esses sinais do renascimento dos hiper?
Ele explica: “Os hipermercados ganharam relevância na pandemia por ter maior espaço de circulação, o que evita aglomerações – esse conforto deverá continuar na lembrança do consumidor". As compras grandes e diversificadas, em um só lugar, aparecem como outra comodidade que o brasileiro reencontra e valoriza. Sobretudo, porque os hiper hoje oferecem uma boa operação de perecíveis e de transformação de produtos.
Na visão do executivo, as vendas de eletrônicos e bazar, que cresceram no formato no último mês, também devem se sustentar, mesmo que em níveis menores. Isso, com destaque para artigos de papelaria e escritório, já que o home office deve ser incorporado pelas empresas em muitas atividades. O cliente vai na loja para comprar alimentos e já leva tudo do que precisa.
"Também observo que as entregas de apps como Rappi e iFood estão funcionando a todo vapor e vieram para ficar. Creio que as empresas existentes reforçarão ainda mais as equipes e outras entrarão no mercado. O sistema clique e colete também deve prosperar por ser rápido e evitar aglomerações", afirma o diretor.
Outro ponto destacado são eventuais parcerias de restaurantes renomados com os hiper. "Com o tombo gerado pelo distanciamento social, muitos chefs têm nos procurado para assinar pratos prontos sofisticados. Eles não querem mais passar pelo drama de não ter clientes e caixa. As possibilidades estão se multiplicando e cabe a nós agarrar as mais viáveis”, completa o executivo.
“Ainda é cedo para ser conclusivo sobre o legado que a pandemia deixará para o varejo alimentar, mas alguns pontos parecem evidentes,” acredita o executivo de uma grande rede que preferiu não se identificar. Segundo ele, a recuperação dos hipermercados é uma delas. “Talvez não em patamares como os de antigamente, mas de uma maneira importante”, pondera.
As informações são do S/A Varejo.