Greve de funcionários da indústria leiteira do Uruguai pode gerar desabastecimento

A partir de quarta-feira, a entrega de leite no varejo do Uruguai vai começar a atrasar, “mas não vai faltar”, disse o presidente da Associação de Funcionários e Empregados da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite (Conaprole) e dirigente da Federação dos Trabalhadores da Indústria de Lácteos, Robert Romaso.

“A partir de quarta-feira, não haverá entrega de subprodutos, como iogurte ou sobremesas, mas pode ser que algum distribuidor reparta os produtos, porque tem no estoque”. Ele disse que a entrega de leite não alcançará os volumes normais, mas que não faltará o produto “em lugares estratégicos”. De acordo com Romaso, o único produto que será distribuído será o leite, mas ainda não sabe o volume.

Os trabalhadores de toda a indústria de lácteos do Uruguai, com funcionários de 20 empresas, estão em conflito por não terem chegado a um acordo após o vencimento do Conselho de Salários em 31 de dezembro. O presidente da Associação explicou que as negociações começaram em janeiro e, após dois meses e meio de negociações, não se chegou a nenhum acordo. Ele disse que os trabalhadores estão esperando uma proposta intermediária do Ministério do Trabalho, dizendo que não havia outra alternativa a não ser tomar essas medidas, que são as mais leves.

Os trabalhadores estão fazendo um regime de cumprir apenas as oito horas diárias, sem fazer horas extras. Romano falou que eles negociam um aumento por “produtividade ou compartilhamento dos lucros da empresa com o trabalho”. Esse aumento seria para os trabalhadores que recebem os salários mais baixos, que são 60% dos funcionários.

Para ele, “toda a cadeia está trabalhando bem” e se está diante de um “momento histórico de preços internacionais” com valores que subiram em 38%. “Se nós trabalhadores não teremos um bom convênio em um contexto favorável, quando teremos?”

A reportagem é do El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.