O Ministério da Agricultura e deputados da bancada ruralista do Congresso Nacional vêm tentando desde terça-feira convencer os fiscais agropecuários federais a encerrarem a greve iniciada na quinta-feira passada. Até agora, porém, as tentativas fracassaram por falta de consenso com os dirigentes da Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), que calcula que a adesão à greve é de cerca de 70%. Apesar das tratativas fracassadas, o sindicato admite “agilizar” alguns processos como análise de vacinas e liberação de produtos perecíveis, entre outras medidas.
Além de um reajuste salarial de 27%, os fiscais agropecuários federais reivindicam demandas como a contratação de profissionais da área por meio de concurso, mudança da nomenclatura para auditor fiscal, regulamentação de um adicional de fronteiras e a ocupação dos cargos de gestão do Ministério da Agricultura por critérios de meritocracia. Os órgãos responsáveis por atender esses pleitos são os ministérios da Agricultura e do Planejamento.
Durante todo o dia de ontem, houve duas reuniões entre representantes da entidade sindical e deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Integrantes da FPA também estiveram com a ministra Kátia Abreu, da Agricultura, tentando negociar um prazo de resposta para os fiscais. De acordo com o presidente FPA, o deputado Marcos Montes (PSD-MG), a ideia era tentar negociar com o governo as principais pautas de reivindicação dos fiscais, desde que eles concordassem em pôr fim à greve ontem.
Maurício Porto, que preside o Anffa, disse que o comando de greve se reuniu durante todo o dia para deliberar sobre o apelo dos parlamentares ruralistas para que os fiscais agropecuários, no mínimo, flexibilizassem as paralisações em pontos de maior movimentação de cargas de alimentos, como portos e frigoríficos, por exemplo.
“Como ninguém do Ministério do Planejamento nos recebeu até agora, achamos melhor prosseguir com o movimento de parar nossas atividades. Há um descaso total do governo conosco”, afirmou Porto. “A gente até já abandonou a questão salarial. Sabemos que o país está quebrado, então estamos reivindicando mais as outras pautas, mas já admitimos arrefecer a greve em algumas situações”, disse ele. Segundo o dirigente sindical, pelo menos produtos perecíveis, medicamentos, animais vivos e laboratórios que fazem análises de vacinas vêm merecendo mais agilidade dos fiscais.
Um fiscal que atua diretamente no comando de greve conta que os lugares com situação mais crítica até agora são os portos de Santos (SP) e de Rio Grande (RS) e alguns frigoríficos no Paraná. Segundo ele, nesses pontos já há bastante carga e contêineres à espera de fiscalização. Autoridades do governo inclusive já pediram para que os fiscais reduzam as paralisações nessas áreas. Só no Porto de Santos, o Anffa já contabiliza cerca de 7 mil contêineres retidos com as paralisações.
As informações são do Valor Econômico.
Governo e bancada ruralista tentam encerrar greve de fiscais
O Ministério da Agricultura e deputados da bancada ruralista do Congresso Nacional vêm tentando desde terça-feira convencer os fiscais agropecuários federais a encerrarem a greve iniciada na quinta-feira passada. Até agora, porém, as tentativas fracassaram por falta de consenso com os dirigentes da Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), que calcula que a adesão à greve é de cerca de 70%.
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