A Argentina está nadando em um oceano de leite em pó: estima-se que existe um excedente de 50.000 toneladas que não tem para onde ir. As razões disso estão, em parte, no desaparecimento da demanda venezuelana. Até agora em 2016, declarou-se as exportações de 2.520 toneladas de leite em pó integral com destino ao mercado venezuelano (parte das quais são realizadas pela SanCor como parte do pagamento do crédito com esse país de US$ 80 milhões, recebido pela cooperativa em 2006). No mesmo período de 2015 (1 de janeiro a 9 de março), as exportações argentinas de leite em pó à Venezuela foram de 30.590 toneladas.
No ano passado, autoridades do governo kirchnerista promoveram, no marco do acordo “petróleo por alimentos” administrado por funcionários venezuelanos, exportações de leite em pó destinadas à Venezuela. Porém, com o governo atual, essa atividade foi cortada. Assim como a gestão kirchnerista deixou uma fatura não paga de US$ 300 milhões pela importação de gás boliviano, tampouco terminou de abonar as importações de petróleo venezuelano (dívida que algumas fontes estimam ser de cerca de US$ 500 milhões).
Nesse contexto, uma das alternativas que está sendo estudada pela equipe econômica do Governo de Macri – adiantada pelo ministro da Agroindústria, Ricardo Buryaile – é comprar todo o excedente de leite em pó integral em estoque do mercado argentino para empregá-lo como parte do pagamento da dívida energética com a Venezuela herdada da gestão anterior.
Não existem muitas alternativas para o enorme estoque de leite em pó: a indústria de lácteos argentina está vendendo, por exemplo, o produto a destinos exóticos (como Afeganistão ou Paquistão) a valores FOB de US$ 1.700/tonelada (quando o preço de equilíbrio gira em torno de US$ 2.400/tonelada [com os valores pagos atualmente aos produtores de leite]).
A opção de recorrer ao salvo-conduto venezuelano é atrativa, ainda que não esteja isenta de dificuldades. Nesses dias, por exemplo, foi divulgada a informação de que o governo da Venezuela congelou a distribuição de cerca de 25.000 toneladas de leite em pó, porque o preço das embalagens era superior ao valor de venda máximo fixado oficialmente para o alimento.
As informações são do Valor Soja, traduzidas pela Equipe MilkPoint.
Governo argentino cogita usar leite em pó para pagar dívida energética com a Venezuela
A Argentina está nadando em um oceano de leite em pó: estima-se que existe um excedente de 50.000 toneladas que não tem para onde ir. As razões disso estão, em parte, no desaparecimento da demanda venezuelana. Até agora em 2016, declarou-se as exportações de 2.520 toneladas de leite em pó integral com destino ao mercado venezuelano (parte das quais são realizadas pela SanCor como parte do pagamento do crédito com esse país de US$ 80 milhões, recebido pela cooperativa em 2006). No mesmo período de 2015 (1 de janeiro a 9 de março), as exportações argentinas de leite em pó à Venezuela foram de 30.590 toneladas.
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FERNANDO FERREIRA PINHEIRO
BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL
EM 17/03/2016
Essa notícia é preocupante, não para o mercado global, mas para o nosso mercado de exportação, pois um dos principais clientes tem sido a Venezuela. Além disso, o mercado já está ruim somado com esse excedente na Argentina, imagina o preço que esse produto não poderá ser ofertado para o Brasil.
Isto acontece em um momento de queda na produção brasileira e que as indústrias intensificam o embate no campo, se ao invés de inflacionar o mercado no campo, as indústrias resolverem importar leite em pó argentino, essa situação pode alterar algumas perspectivas para o preço do leite no Brasil.
Isto acontece em um momento de queda na produção brasileira e que as indústrias intensificam o embate no campo, se ao invés de inflacionar o mercado no campo, as indústrias resolverem importar leite em pó argentino, essa situação pode alterar algumas perspectivas para o preço do leite no Brasil.