Para várias empresas, a questão foi a de se mudar ou sair de setores adjacentes. Para as cooperativas, a resposta foi muitas vezes consolidar-se no núcleo de produtos lácteos e alienar empresas não-leiteiras. Do ponto de vista oposto, as empresas listadas se diversificaram em atividades não essenciais/não-leiteiras. Isso pode refletir - em tempos de abundante oferta de leite - na necessidade das cooperativas se concentrarem em melhorar as margens/preços do leite.
A recuperação dos preços dos produtos lácteos em 2016 chegou muito tarde para refleti no volume de negócios das 20 maiores empresas, que em 2016 apresentaram queda de 1,6% no ano em dólares americanos (-1,3% em euros), devido à redução significativa dos valores do leite que ocorreu durante o período e à demanda do mercado mundial enfraquecida. Desde 2014, o faturamento em dólar das companhias caiu 14,4%.
A Nestlé permanece no topo da lista, impulsionada pelo JV de sorvete com R&R (agora chamado Froneri), que compensou o crescimento lento em outros lugares. Mas, ainda assim, apresentou queda em sua receita, a qual no último ano somou US$24 bilhões ante US$ 25 bilhões no ano anterior.
A francesa Danone mudou-se para o segundo lugar, tendo adquirido a americana WhiteWave Foods, de produtos orgânicos (que, além de seu negócio de alternativas de produtos lácteos, tem interesses significativos em cremes de leite de leite, café gelado à base de lácteos e iogurtes orgânicos premium). Ano passado, a Danone faturou US$ 18,3 bilhões, acima dos US$ 16,7 bilhões de 2015.
Isso permite que Danone salte a também francesa Lactalis, a qual se deslocou para o terceiro lugar da lista com um faturamento de US$ 18 bilhões em 2016 contra US$ 18,3 bilhões no ano anterior. Mas, a Lactalis tende a retomar a segunda posição no ranking, segundo o Rabobank. Isso porque, no início deste mês, a Lacalis acertou a compra da americana Stonyfield, que pertence à Danone.
A aquisição de uma participação de 51% no Engro Foods do Paquistão permitiu que a FrieslandCampina passasse para o quinto lugar, ligeiramente à frente de Fonterra, que se deslocou para o sexto lugar, com faturamento de US$ 12 bilhões perante ao faturamento de US$ 12,3 bilhões da Friesland em 2016.
Dados fornecidos pela Robobank