Gigante do setor lácteo fecha fábricas no RS e em SC

Gigante do setor lácteo, com dívidas que ultrapassam R$ 1,15 bilhão, a LBR anunciou na segunda o fechamento das fábricas de queijo em Gaurama, no Estado, e em São José dos Cedros, em Santa Catarina. A empresa, criada em 2010 com a união da Bom Gosto e LeitBom, que está em processo de recuperação judicial, também confirmou a demissão de 84 funcionários da usina de beneficiamento de leite UHT no município de Fazenda Vilanova.

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Gigante do setor lácteo, com dívidas que ultrapassam R$ 1,15 bilhão, a LBR anunciou na segunda o fechamento das fábricas de queijo em Gaurama-RS e em São José dos Cedros, em Santa Catarina. A empresa, criada em 2010 com a união da Bom Gosto e LeitBom, que está em processo de recuperação judicial, também confirmou a demissão de 84 funcionários da usina de beneficiamento de leite UHT no município de Fazenda Vilanova. 

No entanto, segundo a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA/RS), este número pode ser ainda maior, já que as três plantas localizadas em solo gaúcho empregam cerca de mil pessoas. O presidente da FTIA/RS, Cairo Fernando Reinhardt, deve reunir-se nesta terça com a direção do grupo para negociar proposta de quitação do passivo trabalhista, que soma R$ 12,5 milhões no país.

Em seu site, a LBR afirma ter capacidade de produção de mais de 2 bilhões de litros de leite por ano, além de contar com 5,8 mil colaboradores e uma cadeia de 56 mil produtores de leite. A empresa não informou o impacto da reestruturação na captação da matéria-prima nem se ocorrerão novas demissões.

Na segunda, funcionários da fábrica em Gaurama impediram a saída de caminhões da unidade, que recebe diariamente 80 mil litros de leite e emprega 80 pessoas. Em nota, a empresa informou que planeja transformar a estrutura em um posto de resfriamento.

O Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Erechim e Gaurama orienta os trabalhadores a não assinarem o aviso prévio, pois a empresa quer parcelar os valores da rescisão em seis vezes. Conforme o diretor Sílvio Ambrózio, 300 pessoas devem ser dispensadas em Fazenda Vilanova, Gaurama e Tapejara. “Não dá para aceitar isso de um grande grupo formado com dinheiro do BNDES”, reclama, fazendo uma referência ao aporte de R$ 700 milhões feito pela BNDES Participações S.A. – BNDESPAR para viabilizar a fusão. “As demissões estão sendo financiadas com dinheiro público.”

O presidente da Fetag, Elton Weber, afirma ainda não ter recebido reclamação de produtores quanto à falhas na captação. Contudo, avalia que o assunto inspira cuidados e atenção. Em fevereiro, quando anunciou pedido de recuperação judicial, a LBR informou que a medida não iria interferir na empresa. “Colaboradores, clientes, produtores e cooperativas não serão afetados. A LBR vai honrar com os compromissos e efetuar os pagamentos em dia a funcionários e fornecedores, bem como manter os volumes de captação de leite e o fornecimento regular de seus produtos aos clientes”, dizia a nota.

A reportagem é do Correio do Povo, adaptada pela Equipe MilkPoint.


Nota à imprensa

A LBR informa que, a partir desta segunda-feira (01/04), as unidades de São José dos Cedros (SC) e Gaurama (RS) terão suas operações produtivas descontinuadas. As estações passarão a funcionar como Postos de Resfriamento, que enviarão leite cru às regiões Sul e Sudeste. Já em relação à unidade de Fazenda Vilanova (RS), a empresa informa que houve diminuição da produção na unidade, com a saída de 84 funcionários.
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José Antonio
JOSÉ ANTONIO

SALVADOR - BAHIA

EM 03/04/2013

Cabe uma pergunta, porque o MP não investiga isso? Foram recursos públicos aplicados numa queijaria.



Nós produtores sempre sofremos com a falta de R$ para investir na produção, sofremos com a falta de politica publica para controlar as importações, sofremos com a falta de estrutura e seriedade publica para se combater os problemas climáticos típicos no Brasil e sofremos por não contarmos com empresas sérias atuando no mercado.



A contrapartida é:

- Os municípios de São José dos Cedros (SC) e Gaurama (RS) e seus respectivos estados, acreditaram na BOM GOSTO e Leitebom, certamente fizeram investimentos para atender as "exigências para que houvesse a instalação destes empreendimentos", renunciaram Impostos (ICMS) e suportaram créditos fiscais (ICMS);

- Conseguiram concentrar bolsões e agora como corrigir o problema? certamente quem fez o projeto de instalação destas unidades deve ter a resposta.

- Milhões de Reais investidos e nós brasileiros vamos pagar a conta.



A minha percepção é, ou a sociedade civil se organiza para brigar e cobrar a extinção de certas politicas de desenvolvimento erradas como;

- suspender renuncia e suporte de impostos para novas industrias de laticínios;

- limitar o a implantação de complexos industrias que não tenha mercado para  absorver no estado de implantação;

- suspender  o Programa DESENVOLVE para construção de CD´S de distribuição em qualquer UF.



Finalizando categoricamente posso afirmar, temos outros São José dos Cedros (SC) e Gaurama (RS) espalhados neste Brasil, o agronegócio do leite do jeito que tratamos hoje, vai sobreviver apenas em MG e SP, talvez sobre pequenas manchas no PR, RS, SC, GO o restante dos estados será insignificante a produção.



Sds,



   
Joao Aurelio Carm
JOAO AURELIO CARM

CARMÓPOLIS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/04/2013

Estive em uma situação como esta, um atravessador de leite estava quebrando e para não fintar os produtores se associou com uma firma paulista, meses depois ele sai deixando apenas a referida firma, que começou a atrasar. Como tinha muito produtor querendo sair dela, foi difícil para mim achar outra empresa naquele momento para captar o leite. quando consegui já estava com 3 meses sem receber na referida firma. Um ano a trás este prejuízo era de quase R$50.000



        Era uma empresa aparentemente solida, com site bonito e tudo mais



        Mais no fim quem pagou o pato foi os fornecedores


Wilson Veloso
WILSON VELOSO

MANTENA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/04/2013

É lamentavel esta situação se repitindo, a alguns anos foi a Parmalate e agora a LBR entre varios outros Laticinios e Cooperativas, esta situação deicha os produtores com medo de investir na atividade mesmo com um ano com boas espequitativas com 2013.

   Espero que este quadro se reverta o quanto antes.
Nivio miranda rolim
NIVIO MIRANDA ROLIM

BASTOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/04/2013

O que tem de carreteiro sem receber só um que conheço 52.000 pode ter certeza que o proximo sera os produtores
Aylton Aparecido Borges
AYLTON APARECIDO BORGES

EM 02/04/2013

Sou funcionário da unidade do estado de Goiás , estou apreensivo com esta situação, más acredito nos diretores da companhia são pessoas competentes e que estão tentando  chegar a um ponto x de recuperação, tenho fé que vamos crescer novamente.
PAULO CÉSAR SANTOS OLIVEIRA
PAULO CÉSAR SANTOS OLIVEIRA

MIRADOURO - MINAS GERAIS

EM 02/04/2013

Faltou contabilizar o fechamento no dia 13 de março da última fábrica em funcionamento da marca DaMatta, em Muriaé-MG, que deixou cerca de 200 desempregados!!!! O laticínio DaMatta foi criado em Miradouro-MG (fábrica fechada em 2012 pela LBR) e possuía filiais em Aiuruoca-MG (fábrica fechada em 2012 pela LBR)  e Muriaé-MG.
Carlos Roberto Conti Naumann
CARLOS ROBERTO CONTI NAUMANN

CURITIBA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/04/2013

Existe um velho ditado, quem nunca comeu marmelada, quando come pela primeira vez se lambuza! Quiseram dar o paço maior que as pernas.Viu só o que deu! Os produtores de leite que acreditaram no crescimento vertiginoso da empresa até encontrarem outra industria idônea, para entregarem seu produto demanda algum tempo ,que se transforma em prejuizo!
Qual a sua dúvida hoje?