Os principais derivados lácteos apresentaram redução de preços, tendo o leite em pó integral apresentado a maior delas (-10%), com cotação de US$2.443,00 a tonelada. O queijo Cheddar e o leite em pó desnatado apresentaram quedas mais discretas (-1,2 e -2,7%, respectivamente). Foi o menor valor para leite em pó integral desde 2009 e o mais baixo da série para o leite em pó desnatado, desde que os leilões se iniciaram.
Gráfico 1 - Histórico de preços do gDT
A quantidade de produtos vendida, no entanto, aumentou 8,4%, com um total comercializado de 55.057 toneladas.
Gráfico 2 – Histórico de volumes comercializados GDT
Os preços do leilão GDT estão ainda mais baixos, quando comparados aos preços da Oceania e Europa Ocidental divulgados pelo USDA, mesmo com os preços nas origens citadas tendo caído em média 1,2% nos dados divulgados da primeira semana de outubro. A plataforma GDT apresenta preços 16% menores do que a Oceania e 24% menores do que os levantados para a Europa Ocidental. Os preços ao produtor na Nova Zelândia e Europa já vem tendo reduções, com provável efeito na oferta mais adiante, ao passo que nos Estados Unidos os valores ao produtor estão ainda em patamares muito atrativos, dificultando o ajuste via menor oferta.
Gráfico 3 - Comparação de preços do leite em pó integral - GDT x Oceania x Europa Ocidental
Fonte: gDT e USDA, elaborado pelo MilkPoint Inteligência.
As cotações cada vez mais baixas resultam das variáveis de oferta e demanda. Do lado da oferta, a Nova Zelândia (que representa em torno de 50% das exportações mundiais), está mantendo os patamares de produção acima do ano anterior, com um acumulado até julho de 16% de aumento, enquanto os Estados Unidos estão com aumento de 1,7% de produção (acumulado até agosto) e a União Europeia com 5,3% de aumento (acumulado até julho).
Do lado da demanda, a China - maior importador mundial hoje, principalmente na importação de leite em pó integral (aproximadamente 788.000 toneladas acumuladas até agosto, com crescimento anual de 62%) tem freado a compra de produtos mês a mês, para finalmente igualar, em agosto, as importações de um ano atrás, em um cenário de oferta bem mais elevada.
Resta saber se o fundo do poço já foi atingido, ou se haverá mais baixas. Vale lembrar que a produção neozelandesa não atingiu ainda seu pico, o que deve ocorrer nos próximos 2 meses. Por outro lado, nenhum país do mundo produz leite nas cotações que estão sendo vendidas no mercado internacional.
A matéria é do MilkPoint, com informações do GDT.
