Fraudes no leite geram crise no setor e desvalorização de produtos

As denúncias de adulteração do leite em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul acabaram causando uma crise no setor, com laticínios fechados, falta de pagamento e queda de 20 a 30% no preço do leite [...]

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 0

As denúncias de adulteração do leite em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul acabaram causando uma crise no setor, com laticínios fechados, falta de pagamento e queda de 20 a 30% no preço do leite. Por isso representantes do governo federal, lideranças sindicais e cooperativistas, deputados, prefeitos e agricultores estiveram reunidos ontem no Centro de Pesquisas da Agricultura Familiar da Epagri, em Chapecó.

O objetivo foi traçar um cenário da situação e buscar soluções para contornar o mau momento. O secretário da Agricultura de Chapecó, Valdir Crestani, disse que essa crise é pior do que uma estiagem.

"O leite perdeu sua imagem de qualidade, precisamos fazer um esforço para recuperar isso", sugeriu.

Em virtude das fraudes, o leite se transformou num alimento suspeito para o consumidor. E com isso o preço caiu até 30% em alguns locais. Nas regiões próximas de onde ocorreram as fraudes, produtores que antes ganhavam próximo de R$ 1,00, agora estão ganhando R$ 0,65 por litro.

A maioria dos laticínios que foram denunciados pelo Ministério Público está com atraso nos pagamentos, num volume que supera R$ 1,5 milhão.

O deputado federal Pedro Uczai (PT) defendeu uma política nacional de leite com crédito, subsídio e assistência técnica. O pesquisador da Epagri, Vilson Testa, sugeriu a criação de um cadastro dos agricultores familiares na forma de um cartão, para que o governo pudesse ter dados precisos sobre a produção, incentivar quem precisa e cobrar metas.

O delegado do Ministério da Agricultura em Santa Catarina, Jurandi Gugel, defendeu o incremento de assistência técnica e extensão rural com foco na qualidade da produção.

Já o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, Arnoldo Campos, acenou com a possibilidade de renegociar dívidas dos agricultores afetados pelo fechamento dos laticínios e também a compra de estoques de leite.

"Poderemos comprar, mas não em grandes volumes", ressaltou.

Essa compra também será apenas a partir de janeiro. Além disso, ele sugeriu mapear os agricultores e cooperativas com problemas financeiros para que o governo possa intervir. Mas sugeriu que as cooperativas tenham um fundo para os momentos de crise.

O coordenador da Federação da Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), Celso Ludwig, disse que o momento é de melhorar os sistemas de produção. Além disso, é preciso um esforço para mostrar que as fraudes são a minoria e que há uma preocupação dos agricultores em produzir um alimento sadio.

"Temos que recuperar a imagem da qualidade do leite", disse.

São 80 mil famílias envolvidas na produção de leite em Santa Catarina, segundo dados da Secretaria de Agricultura do Estado.
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 6
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Paulo Puhl
PAULO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/12/2014

Pela minha interpretação do noticiado sobre as fraudes, parece que a ocorrência maior concentra-se no transporte e na falta de fiscalização de algumas indústrias. Fornecemos para a Nestlê, empresa que graças a Deus, exige muito em termos de qualidade, remunerando melhor por isso. É necessário que sejam divulgados os nomes dos envolvidos, para que esses sejam penalizados e não toda a cadeia produtiva. Dessa forma quem faz a sua lição de acordo com as normas, sairia beneficiado.
Márcio Perin
MÁRCIO PERIN

MOREIRA SALES - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/12/2014

Os produtos lácteos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão abarrotando de ofertas os mercados do Paraná.  Enquanto isso os produtores daqui, que produzem e vendem leite, tem que competir com esses produtos que na verdade não sabemos o quanto tem de leite.
claudio bufulin
CLAUDIO BUFULIN

CASTILHO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/12/2014

Eles fraudam e nos de São Paulo pagamos o preço, vendem droga barata aqui e nosso leite vai por água a baixo, deveria haver uma punição para quem importa leite deles aqui no estado tambem.
Paulo Puhl
PAULO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/12/2014

É necessário  que sejam divulgados os nomes de todos os envolvidos nas fraudes para que esses possam ser banidos do mercado.
valdocir Luiz Roman
VALDOCIR LUIZ ROMAN

PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/12/2014

NÃO INVENTEM A RODA...É FISCALIZAÇÃO E PUNIÇÃO- TUDO MELHORA
Irauto Gomes de Melo
IRAUTO GOMES DE MELO

GARANHUNS - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/12/2014

Ao invés de estar buscando reverter a situação deveria ir em busca de aumentar a fiscalização que a fraude do leite estar nos quatro canto do país basta invertigar , estar de parabéns o belo trabalho da policia federal do Rio Grande do Sul , sou produtor de leite estamos sofrendo as consequências por conta do baixo consumo mas, espero dias melhores .
Qual a sua dúvida hoje?