Fonterra reforça aposta em ingredientes

Depois de 20 anos no Brasil, a neozelandesa Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, passa por uma espécie de retorno às origens no país. A cooperativa está reforçando a aposta no fornecimento de ingredientes lácteos, de alto valor agregado, para laticínios e indústrias de alimentos.

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Fonterra reforça aposta em ingredientesDepois de 20 anos no Brasil, a neozelandesa Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, passa por uma espécie de retorno às origens no país. A cooperativa está reforçando a aposta no fornecimento de ingredientes lácteos, de alto valor agregado, para laticínios e indústrias de alimentos.

Desde que chegou ao Brasil, o negócio de ingredientes lácteos - importados principalmente de suas operações na Nova Zelândia - norteou a Fonterra no país. Mas na década de 2000, a empresa passou a apostar também na comercialização - incluindo exportações - de leite em pó, e no começo dos anos 2010 chegou a investir numa fazenda para produção de leite em Goiás. 

Hoje, a Fonterra, que faturou 17,2 bilhões de dólares neozelandeses no ano-fiscal encerrado em 31 de julho de 2016 (US$ 11,6 bilhões), está fazendo no país "o que sabe fazer melhor", nas palavras de Guilherme Nascimento, gerente geral da Fonterra no Cone Sul, que compreende Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Ele se refere à expertise da companhia de "desenvolver ingredientes" de alto valor agregado, atuando em toda a cadeia.

O executivo admite que a Fonterra passa por uma volta às origens e explica que uma das razões para isso foi a reconfiguração da Dairy Partners Americas (DPA) - joint venture entre a Fonterra e a suíça Nestlé na captação de leite, processamento de lácteos e comercialização de refrigerados, criada em 2002.

Em 2014, a parceria na captação de leite e na produção de leite em pó foi desfeita. Com isso, as fábricas de leite em pó antes operadas pela joint venture no Brasil, Argentina, Equador e Colômbia voltaram à propriedade e operação da Nestlé. Na área de comercialização de refrigerados lácteos, a joint venture foi mantida.

Quando a parceria foi alterada, a Fonterra, na prática, saiu de commodities e assim deixou de ter leite em pó disponível para comercialização, segundo Nascimento. Houve, então, uma readequação na estrutura da Fonterra no país. Nessa mudança de estratégia, a cooperativa também interrompeu o projeto de produzir leite no Brasil em 2016.

A Fonterra atua principalmente no chamado BtoB no país, com a comercialização dos ingredientes lácteos. Entre eles estão concentrados proteicos usados na fabricação de queijos, requeijão e cream cheese. Conforme Guilherme Nascimento, há também ingredientes utilizados em produtos para nutrição esportiva, como o caseinato e o concentrado de soro, usado no whey protein, além de produtos especiais, como o aroma natural lácteo, também destinado à indústria de alimentos.

O desenvolvimento de ingredientes lácteos para os clientes inclui o suporte técnico de especialistas que "identificam oportunidades", diz Nascimento. Isso pode levar, por exemplo, à revisão de formulações, com o objetivo de melhorar produtos e portfólios, assim como a eficiência do processo.

De acordo com o gerente geral da Fonterra, a cooperativa também faz parcerias com instituto de pesquisa brasileiros no desenvolvimento de novos ingredientes. Entre eles estão a Universidade Federal de Viçosa e o Ital.

As informações são do jornal Valor Econômico.
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