A cooperativa neozelandesa de lácteos Fonterra anunciou os resultados de seu estudo sobre Pegadas de Carbono, que será usado para melhorar a eficiência e ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
O presidente da Equipe de Liderança de Sustentabilidade da Fonterra, Barry Harris, disse que a finalização do projeto de 18 meses deu à companhia um quadro preciso sobre as emissões de gases de efeito estufa de seus principais ingredientes e produtos lácteos aos consumidores fornecidos pela Nova Zelândia. "Ao medir as pegadas de carbono de nossos produtos, das vacas até os clientes, podemos entender precisamente onde as emissões ocorrem na cadeia de fornecimento e mirar mais efetivamente nossos esforços para reduzi-las".
As principais descobertas da pesquisa são:
- As pegadas de carbono foram de 940 gramas de CO2 equivalente por litro de leite fluido;
- Cerca de 85% dos gases de efeito estufa são emitidos nas fazendas (59% deles são metano, 17% são dióxido de carbono e 24% são oxido nitroso);
- O processamento/manufatura é responsável por 10% das emissões totais;
- A distribuição é responsável por 5% das emissões totais;
- Os produtos que requerem maiores quantidades de leite têm maiores pegadas de carbono.
Harris disse que a finalização do estudo também é um importante passo para obter metodologias de medida de pegadas de carbono combinadas com as principais organizações internacionais de lácteos e produtores, de forma que o setor lácteo globalmente possa contribuir para reduzir a mudança climática.
O trabalho da Fonterra foi em parte financiado pelo Ministério da Agricultura e Silvicultura e foi realizado pela Universidade de New South Wales, Scion e AgResearch. Os resultados foram calculados medindo as emissões de carbono através de cada estágio do ciclo de vida do produto - dos insumos da fazenda ou relacionados à fazenda onde o leite cru é produzido, até o ingrediente finalizado deixando os locais de processamento de lácteos da Nova Zelândia e seu transporte para os mercados externos.
Harris disse que hoje o estudo de pegadas de carbono produziu uma metodologia cientificamente robusta de medidas. "Cada vez mais as pessoas estão perguntando sobre onde seu alimento é produzido e como. Em todas as formas de produção de alimentos, existe um impacto ambiental no fornecimento de nutrição. Estamos tomando a liderança mundial nisso, primeiro reconhecendo o impacto e segundo demonstrando que estamos agindo seriamente com relação às reduções das emissões e progresso de medições".
Harris disse que a pesquisa foi incalculável para os esforços dos produtores de leite de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, nas fazendas e nas plantas de processamento. "É bem conhecido que o perfil de gases de efeito estufa da Nova Zelândia é bastante influenciado pelas emissões de agricultura e essa pesquisa confirma isso. Também confirma que nossas melhores oportunidades para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e nossas pegadas de carbono estão em contínuos esforços para desenvolver ferramentas práticas e técnicas para os produtores adotarem. Isso é importante porque os produtores são rápidos na adoção se colocarmos as ferramentas certas em suas mãos".
"Através do NZ Consórcio de Pesquisa de Gases de Efeito Estufa Pastoris, a Fonterra está trabalhando junto com o Governo e outros grupos agrícolas para pesquisar e descobrir formas inovadoras de reduzir a produção de metano e oxido nitroso de atividades agrícolas. Nos últimos anos, o Consórcio investiu em uma série de programas científicos visando reduzir os gases de efeito estufa da agricultura".
O setor agrícola já trabalhou para obter reduções nas emissões dos gases de efeito estufa criando animais de forma mais eficiente. Maiores melhoras na qualidade dos rebanhos da Nova Zelândia já reduziram as emissões nas fazendas por quilo de sólidos do leite produzidos em cerca de 1% por ano desde 1990. Possíveis soluções para reduzir mais a produção de metano vão desde mudanças na mistura de microrganismos no rúmen dos animais, até alteração das dietas e criação seletiva de animais.
"Na parte do processamento, o carbono já tem sido reduzido através de iniciativas como o uso de instalações de co-geração, melhoras no tratamento de dejetos, projetos de recuperação de calor e melhora no transporte. A grande oferta de energia renovável da Nova Zelândia também contribui positivamente".
A Fonterra também está trabalhando com as principais organizações de lácteos internacionais, como a Iniciativa de Agricultura Sustentável (SAI, sigla em inglês) e Federação Internacional de Lácteos (IDF, sigla em inglês) no desenvolvimento de padrões globais de pegadas de carbono para o setor de lácteos.
"Esperamos que nosso trabalho acelere os esforços para chegar a um acordo sobre padrões de medidas de carbono dos produtos lácteos que possam ser usados pelos produtores e companhias de lácteos em todos os locais, para estabilizar as bases referenciais. Uma metodologia padrão concordada também significa que, se as pessoas querem fazer comparações com outros produtos lácteos ou avaliar seu desempenho, existe uma base justa e cientificamente robusta para se fazer isso".
Harris disse que o acordo sobre referências globais também é relevante para a Fonterra, considerando que sua cadeia global de fornecimento é fornecida e vendida internacionalmente. "Um sistema de medidas sólido e baseado em ciência também suportará a contínua confiança dos consumidores nos produtos lácteos, como uma fonte ambientalmente eficiente de nutrição essencial".
As informações são da Fonterra, adaptadas e traduzidas pela Equipe MilkPoint.
Fonterra: estudo mede pegadas de carbono no setor
A cooperativa neozelandesa de lácteos Fonterra anunciou os resultados de seu estudo sobre Pegadas de Carbono, que será usado para melhorar a eficiência e ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Publicado por: MilkPoint
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