Fonterra está em discussões com a Danone sobre compensação por recall

A cooperativa de leite neozelandesa Fonterra Cooperative Group iniciou discussões com a empresa de laticínios francesa Danone sobre uma possível compensação, tentando superar o episódio que provocou recall mundial de alguns produtos lácteos e prejudicou a reputação da Nova Zelândia como fornecedor confiável de alimentos.

No início de agosto, a Fonterra disse que três lotes de um de seus produtos lácteos, o concentrado de proteína de soro de leite, poderia conter bactérias nocivas. A notícia provocou recalls de produtos em países como China e Nova Zelândia, afetando a Danone e outras companhias. Embora testes subsequentes tenham indicado que o organismo não era de fato prejudicial, o governo da Nova Zelândia e a Fonterra estão realizando várias investigações sobre o incidente e a forma como ele foi tratado.

O recall prejudicou a imagem do setor do leite na Nova Zelândia, que se apresenta ao mercado como um exportador de alimentos de alta qualidade. Vendas ao exterior de laticínios representam cerca de um quarto das exportações neozelandesas, e a Fonterra é quem comercializa a maior parte desses produtos.

Fonterra e Danone estavam em conversações confidenciais para chegar a um acordo aceitável para ambos os lados, disse a Fonterra na quarta-feira. A cooperativa confirmou que as discussões estão em curso "mas nega veementemente qualquer responsabilidade legal com a Danone em relação ao recall". Funcionários da Danone não foram localizados imediatamente para comentar o assunto.

No final de agosto, a empresa disse que o recall de vários de seus produtos de fórmula infantil em oito mercados asiáticos teve um impacto significativo sobre a divisão de nutrição de bebês do grupo e que estava revendo suas "opções de recurso e compensação".

Na Nova Zelândia, a Danone é proprietária da Nutricia, com sede em Auckland, fabricante da fórmula infantil Karicare, que estava entre os produtos incluídos no recall. Uma porta-voz disse que não poderia comentar as negociações de compensação.

No resultado anual divulgado na semana passada, a Fonterra disse que separou 14 milhões de dólares neozelandeses (US$ 11,5 milhões) para acordos sobre pedidos de indenização para o exercício que termina em 31 de julho. O executivo-chefe da Fonterra, Theo Spierings, disse então que era muito cedo para comentar sobre o custo total do episódio.

As informações são do Dow Jones Newswires, veiculadas pelo Estadão Conteúdo.