Fonterra entra no enorme mercado de fórmulas infantis da China

A cooperativa da Nova Zelândia, Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, planeja vender sua fórmula láctea infantil de marca própria na China até o meio do ano, preparando-se para competir com outras companhias globais de lácteos que já operam no crescente mercado e que têm uma alta margem.

A maior companhia da Nova Zelândia já processa leite em pó para outras companhias venderem na China, mas saiu do mercado de fórmulas para bebês com sua marca após ter sido afetada pelo escândalo de contaminação por melamina em 2008, que matou pelo menos seis crianças.

A Fonterra tinha participação na companhia de lácteos chinesa, Sanlu, que faliu após a descoberta de que tinha adicionado melamina em suas fórmulas de leite em pó para bebês. O escândalo de contaminação destruiu a confiança dos consumidores nos produtos lácteos feitos por chineses, criando oportunidades para processadores estrangeiros obterem uma maior participação em um mercado enorme e obter preços prêmios por seus produtos.

O consumo de leite em pó para bebês aumentou em 12 vezes, para cerca de US$ 12,4 bilhões na China, desde 2002, à medida que as mães começaram a expandir sua presença no mercado de trabalho, dedicando menos tempo à amamentação.

“Uma fórmula infantil segura processada com matéria-prima estrangeira requer um prêmio enorme no mercado chinês”, disse o diretor gerente do Mahon China Investment Management em Pequim, que aconselha firmas chinesas e neozelandesas, David Mahon. “É aí que estão as margens de lucro”.

O diretor executivo da Fonterra, Theo Spierings, disse que planeja expandir as ofertas da companhia de sua fórmula materna Anmum na China para incluir fórmulas para bebês e crianças. “O lançamento seria no meio desse ano na China”, disse ele. A Fonterra lançará os produtos nas cidades chinesas menores em junho-julho, antes de um lançamento mais amplo em Pequim, Xangai e Guangzhou.

A Fonterra já comercializa toda a linha maternal Anmum e de fórmulas infantis na Malásia e na Indonésia.

A Fonterra também está planejando construir uma planta entre 2014 e 2016 que processaria leite UHT na China, onde tem três fazendas leiteiras e duas outras em construção, disse Spierings.

Especialistas dizem que o lançamento da marca na China permitirá que a Fonterra se distancie do escândalo da melamina e enfatize a reputação de seguro e de alta qualidade de seus produtos lácteos.

Enquanto as companhias domésticas de alimentos e lácteos dominam o mercado de fórmulas não premium, o mercado de produtos premium é controlado por firmas estrangeiras, incluindo Mead Johnson e Nestlé.

A China importou um total de NZ$ 2,4 bilhões (US$ 2 bilhões) de leite em pó integral e desnatado no ano passado, 85% deles vindos da Nova Zelândia, de acordo com o Statistics New Zealand. A Fonterra pertence a cerca de 10.500 produtores e controla cerca de um terço das exportações mundiais de lácteos, gerando mais de 7% do produto interno bruto do país.

A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.