O presidente da cooperativa neozelandesa Fonterra, John Wilson, disse que a gigante do setor de lácteos acompanhará de perto os preços mundiais dos produtos no próximo mês, buscando indicações da necessidade de revisar sua previsão de pagamento pelo leite. Porém, o aumento de 10,4% nos preços do leilão da semana passada não foi suficiente para levar a uma mudança nessa previsão.
A Fonterra, que compra quase 90% de seu leite cru da Nova Zelândia, em sua mais recente revisão, manteve sua previsão de pagamento pelo leite para 2012-2013 em NZ$ 5,50 (US$ 4,51) por quilo de sólidos do leite (ou NZ$ 0,46 (US 0,37) por quilo de leite), apesar dos aumentos nos preços mundiais. (veja matéria relacionada)
Porém, o aumento registrado no Global Dairy Trade, leilão da Fonterra, levou a previsões de aumentos pelos economistas.
A Westpac aumentou sua previsão de pagamento para 2012-2013 de NZ$ 6 (US$ 4,92) para NZ$ 6,10 (US$ 5,01) por quilo de sólidos do leite (NZ$ 0,50 (US$ 0,41) para NZ$ 0,51 (US$ 0,41) por quilo de leite).
Os compradores internacionais no GDT responderam à seca na Nova Zelândia e à menor produção da Austrália, com o preço médio do leite em pó integral passando a barreira de US$ 4.000 por tonelada pela primeira vez desde março de 2011 e todas as outras categorias de produtos tiveram aumento de 4,6%, ou mais, no último leilão. (veja matéria sobre o Leilão gDT)
O Bank of New Zealand (BNZ) e o Westpalc previram contínuos aumentos dos preços em eventos bimestrais da GDT, sugerindo que a previsão de pagamento da Fonterra aumentaria como resultado disso.
Porém, Wilson disse que, apesar do último resultado ter sido positivo, ainda é muito cedo para dizer se os preços mundiais mudarão as direções de seu atual guia de pagamentos. “A realidade é que a oferta de leite está bem abaixo (por causa da seca) do que antecipamos há dois meses. Veremos os preços do GDT e os preços mundiais gerais nos próximos dois eventos. Assim que tivermos uma ideia de que podemos mudar, mudaremos”.
Somente em Waikato, a seca já tirou dos produtores pelo menos NZ$ 100 milhões (US$ 82,15 milhões) em rendimento de produção até agora, com mais perdas previstas, disse a DairyNZ.
O economista do BNZ, Doug Steel, disse que a redução da oferta mundial foi evidenciada pelos volumes de produtos oferecidos na semana do GDT sendo 14% menores que o previsto. Um número recorde de licitantes foram embora insatisfeitos, disse ele.
Ele espera que os preços do GDT “aquecerão um pouco mais” à medida que as menores ofertas continuem, mas alertou contra o otimismo com relação ao pagamento, porque as chuvas eventualmente chegarão na Ilha do Norte e a estação de produção de leite no hemisfério norte começará em breve.
A Westpac também aumentou sua previsão de pagamento para a estação de 2013-2014, que começa em 1 de junho, em 20%, para NZ$ 6,40 (US$ 5,25) por quilo de sólidos do leite ou NZ$ 0,53 (US$ 0,43) por quilo de leite.
A reportagem é do Stuff.co.nz, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint
Fonterra: ainda é muito cedo para repensar o pagamento
O presidente da cooperativa neozelandesa Fonterra, John Wilson, disse que a gigante do setor de lácteos acompanhará de perto os preços mundiais dos produtos no próximo mês, buscando indicações da necessidade de revisar sua previsão de pagamento pelo leite. Porém, o aumento de 10,4% nos preços do leilão da semana passada não foi suficiente para levar a uma mudança nessa previsão.
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PAULO F. STACCHINI
SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 18/03/2013
Impressionante como a indústria é rápida para repassar baixas no mercado, antecipando até previsões econômicas de 2-3 meses futuros, porém lenta, lenta, na hora de repassar aumentos, mesmo com evidências claras de redução na oferta. É quase um vício no meio executivo essa lentidão, disfarçada de "prudência", resultado de uma falta de visão clara tanto do mercado, como da própria empresa. Quando uma empresa tem uma missão bem definida e visão clara dos objetivos e metas de longo prazo, as estratégias não ficam sendo definidas semanalmente, ou mensalmente em função do mercado. Empresas lentas, se moldam ao mercado. Empresas ágeis e inovadoras, mudam o mercado.